Encontro entre o general Omar Zendim e a Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), aproxima o Exército das atividades de turismo de base comunitária em desenvolvimento no Rio Negro
Apresentação das atividades da Foirn no Rio Negro para o general Omar Zendim (foto: Juliana Radler/ISA)
O general Omar Zendim, da 2ª Brigada de Infantaria da Selva em São Gabriel da Cachoeira (AM), recebeu a delegação da Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), nesta última quinta-feira, dia 25 de agosto, para uma apresentação sobre as atividades realizadas pela entidade na Bacia do Rio Negro, assim como novos projetos em desenvolvimento, como os de turismo de base comunitária em terra indígena.
A diretoria da Foirn foi acompanhada por representantes do ISA (Instituto Socioambiental), parceiro da Federação em diversos projetos, que também reforçaram com o general a importância do trabalho de vigilância territorial realizado pelos militares para o bom andamento das atividades de turismo na região. “Turismo sim, mas de qualquer jeito não, estamos pensando em um trabalho mais estruturante, diretamente relacionado aos planos de gestão territorial e ambiental das terras indígenas do Rio Negro”, ressaltou Marivelton Barroso, presidente da Foirn.
Preocupado com o combate das atividades ilegais na região, como mineração irregular, desmatamento e tráfico de drogas, o general Omar Zendim ressaltou que “toda parceria no sentido de apoiar a gestão do território e a defesa dos direitos dos povos indígenas é de interesse do Exército”. “Militar é legalista. Somos contrários a todas as atividades irregulares que ocorrem na região e visamos combatê-las”, enfatizou.
O general Omar Zendim fez uma apresentação institucional sobre a atuação do Exército – 2ª Brigada – em São Gabriel da Cachoeira, no noroeste amazônico. Ele mostrou-se preocupado com as atividades de mineração ilegais que ocorrem na região e sobre a importância da Foirn e do Exército manterem um diálogo próximo e constante com foco na fiscalização e controle do território.
“Atividades econômicas legais e controladas como a do turismo em terra indígena de base comunitária, podem ajudar a coibir atividades ilegais”, destacou a antropóloga do ISA, Camila Sobral Barra. Atualmente, existem cinco iniciativas de turismo em terra indígena em desenvolvimento na região do Médio e Alto Rio Negro. Entre as iniciativas estão a das Serras Guerreiras de Tapuruquara, no município de Santa Isabel do Rio Negro, do ecoturismo ao Pico da Neblina (Yaripo, como é chamado o ponto mais alto do Brasil pelos Yanomami), em São Gabriel da Cachoeira, e a de pesca esportiva sustentável, também em terras indígenas em Santa Isabel.