1ª Oficina de Construção de Plano de visitação de Turismo de Pesca Esportiva de Base Comunitário do Baixo Uaupés

A comunidade de Açaí-paraná sediou a realização da 1ª Oficina de Construção de Plano de visitação de Turismo de Pesca Esportiva de Base Comunitário do Baixo Uaupés.

Nos dias 13 e 14 de março de 2024, A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), através da Coordenadoria das Organizações Indígenas do Baixo Uaupés, Tiquié e Afluentes (DIAWI’Í) e a Associação ACIBU, em parceria com a FUNAI – CR/RIO NEGRO.

A 1ª Oficina de construção de plano de visitação de turismo de pesca esportiva de base comunitária do Baixo Uaupés, aconteceu no centro comunitário, onde estiveram presentes 53 lideranças representando as suas comunidades Ananás, Cunurí, Trovão, Açaí-Paraná, Urirí, São Pedro, Monte Alegre.

A oficina contou também com a presença da equipe técnica da Foirn, além do diretor vice – presidente, Nildo Fontes Tukano, de referência da coordenadoria regional DIAWI’Í, Natalia Palheta – técnica de turismo, Hildete Araújo –  Departamento de Patrimônio Cultural e Pesquisa Intercultural.  A FUNAI CR- Rio Negro estava representado por Denivaldo Cruz da Silva – CTL.

Destacamos a presença da liderança indígena Roberto Pereira, coordenador do projeto Marié no Médio rio Negro. O mesmo compartilhou a sua experiencia na construção do projeto pioneiro de Turismo de base comunitária na região da Associação da ACIBRN há mais de 10 anos em execução, onde na época ele atuava como presidente.

Diretor Nildo Fontes, fez uma breve contextualização de como iniciou a conversa sobre esse projeto com a associação AEITYM e agradece a presença dos participantes, lembra também que essa oficina é uma das suas últimas atividades na região como diretor de referência.

“Essa será uma das minhas últimas participações que estarei a frente dos trabalhos na região como diretor vice-presidente da FOIRN e que em pouco tempo terá assembleia eletiva, que vai eleger um novo diretor, mas que enquanto estiver ainda na diretoria quero deixar esse projeto muito bem encaminhado.”

E lembra que esse trabalho já teve o seu Plano de manejo, a assembleia da ACIBU- curso de vigilância, além de estudo realizado pelo IBAMA e FUNAI na região.

“Eu reforço o quanto é importante esse momento por que já faz anos que isso vem sendo discutido e como foi o processo até aqui, como representante da FUNAI-CR-RNG na região do baixo Uaupés irei apoiar e ajudar no que for necessário para que o projeto aconteça com êxito.” Denivaldo Cruz da Silva – CTL da FUNAI/CR-RNG.

Roberto Pereira compartilha suas experiências do projeto pesca esportiva do Rio Marié, as principais responsabilidades da associação e da pessoa que poderá gerir a parte financeira do projeto, conta as dificuldades de criação do plano de manejo e plano de visitação até a sua aprovação, além de avaliações anuais das mudanças que surgem após o seu funcionamento, a importância da segurança do projeto e como a união é importante, como é necessário preservar e manejar os peixes da região, principalmente Tucunaré – Açú, por que se não houver essa preservação terá escassez de peixe como já houve na região do Marié.

“O plano de manejo é muito importante, principalmente na área que já estava sem peixe e após o plano é perceptível o aumento de número de peixes. Também é importante o manejo correto para subsistência da economia sustentável, sejam bem coerentes com a criação desse manejo e plano de visitação, é uma segurança que irão ter no decorrer do projeto.” Roberto Pereira – coordenador do projeto Marié.

A liderança e presidente da Associação ACIBU, Virgílio, disse que é fundamental que os associados e comunitários estejas entendidos a finalidade do projeto e conscientizar a todos.

“É importante que todos esteja conscientizado, principalmente na atividade de venda de peixes, já que atualmente é pensado no projeto de pesca esportiva, agora terão que trabalhar para esse manejo de peixes, precisam trabalhar no aumento de quantitativo de peixes. Proponho que a partir de agora é preciso terminar com essa atividade de pesca predatória ser conscientizado e conscientizador. Esse é o momento de amadurecimento de ideias que faltam colocar no plano e que é necessário tirar dúvidas.”

O vice-presidente da ACIBU, Adilson, falou muito bem da importância da união das comunidades para que esse projeto caminhe bem. “É preciso que todos estejam de acordo com as decisões, e um bom acordo de convivência.”

Rosivaldo Miranda, agente de manejo ambiental (AIMA), comenta que após anos de conversas e muitas discussões, esse momento está quase na etapa final onde terão oportunidades de trabalhar com o projeto, levando benefícios diretamente à comunidade, como geração de renda, qualidade de vida.

“E o perfil de coordenador de projeto tem que ter um bom desempenho em estar coordenando várias atividades com comunidades diferentes, é necessária uma boa orientação.” Completa.

A técnica de turismo, Natalia lembra o quanto é importante desenvolver bem o projeto. “Com trabalho em conjunto, que a atividade precisa ser executada com consciência pensando na geração futura e principalmente geração de renda para a comunidade. Apresento a vocês os melhores direcionamentos com as normativas para ajudar nas organizações desse trabalho coletivo, conforme as normativas de plano de visitação art.5º da IN 3/2015.

Então durante a oficina, também foi discutido o período de vigência do contrato para um ano ou mais, para questão de investimento inicial, que tipo de isca se pode usar, os valores por temporada para dentro outros assuntos de interesse dos associados.

Atualmente a FOIRN está muito bem estruturada, além da equipe financeira completa, a assessoria jurídica é composta por três advogados e contabilidade que poderá acompanhar o andamento do projeto,  não dependo de assessoria de parceiros como foi anteriormente com os primeiros projetos.

Por isso a responsabilidade financeira da proposta do presidente da associação ACIBU, é que o recurso de pagamento da parte da comunidade ficaria aos cuidados da FOIRN pelo menos nas primeiras operações até a associação está segura do dever e responsabilidade.

No final da oficina foram encaminhados a demandas de agendas.

  1. Nos dias 05 a 07 de abril de 2024 será realizada a Assembleia de validação do Plano de Visitação do Projeto de Turismo de Base Comunitária de Pesca Esportiva do Baixo Uaupés na comunidade Cunurí.
  2. Será elaborada a carta de anuência das comunidades na ocasião da assembleia;
  3.  Foi colocado a demanda de que seja providenciado as placas de identificação da área de plano de manejo pesqueiro e da área onde o projeto de turismo será implementado. Essas placas devem conter orientações educativas e respeito aos locais de pesca entre outras constantes no plano de manejo.
  4. Elaborado uma carta para ser encaminhado as instituições DSEI-RN e Prefeitura de SGC, especificamente aos barqueiros das instituições que tem realizado pesca predatória no trecho do baixo Uaupés.
  5. Será elaborado uma carta para ser encaminhado as coordenadorias regionais DIAWI’I, COIDI, CAIBARNX para reforçar as orientações e informações sobre a existência do Plano de Manejo Pesqueiro e o projeto de pesca esportiva do Baixo Uaupés.

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