Território Etnoeducacional Rio Negro e Yanomami: Mais de 800 pessoas participaram do seminário, incluindo profissionais de educação, estudantes e público em geral.
Nesta segunda Feira, 29/07, a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), por meio do Departamento de Educação Escolar Indígena (DEEI) junto a instituições como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas, SESU, SECAD o Ministério dos Povos Indígenas, Ministério de Educação realizaram o Seminário Regional de Escuta sobre a Universidade Indígena, no auditório da Escola Estadual de Tempo Integram – CETI, em parceria e apoio da SEDUC, UFAM, IFAM, SEMEDI, APIARN e COPIARN.
O município de São Gabriel da Cachoeira, está testemunhando um momento histórico com a realização do Seminário Regional de Escuta sobre a Universidade Indígena, o evento teve a abertura na noite do dia 28/07, esse momento reflete o compromisso do país com a educação e a cultura indígena. Este seminário é parte de uma série de consultas públicas organizadas pelo Ministério da Educação (MEC), que visa coletar insumos para a criação de uma universidade que verdadeiramente represente e atenda às necessidades dos povos indígenas.
O território etnoeducacional Rio Negro e Yanomami foi o anfitrião de um desses seminários, onde mais de 800 participantes, incluindo profissionais de educação, estudantes, lideranças políticos e tradicionais e o público em geral, se reuniram para discutir e compartilhar suas visões sobre o futuro da educação superior indígena. A iniciativa é um passo significativo para garantir que a voz dos povos originários seja ouvida e incorporada no planejamento e implementação da Universidade Indígena.
A coordenadora de Educação Escolar Indígena da Secadi/MEC, Fernanda Frade, destacou a importância de relacionar a Universidade Indígena com a educação básica e a formação de professores indígenas, enfatizando que muitos desses educadores ainda não possuem ensino superior completo. A inclusão da educação indígena nas políticas públicas é uma demanda histórica dos povos originários, e os seminários são fundamentais para garantir que suas expectativas e necessidades sejam atendidas.
Os seminários regionais são apenas uma parte de um cronograma mais amplo que inclui encontros em 12 estados brasileiros, demonstrando a abrangência e a seriedade do projeto. Cada seminário é uma oportunidade para fortalecer o diálogo e a colaboração entre o governo, as instituições educacionais e os povos indígenas, assegurando que a futura Universidade Indígena seja um reflexo autêntico da diversidade e riqueza cultural do Brasil.
Durante o evento, foram divididos Grupos de Trabalho para discutir de acordo com as áreas, da seguinte forma: GT de professores, Estudantes, Mulheres e Lideranças Políticas e Tradicionais.
As apresentações dos grupos de trabalhos foram muito importantes para esta implementação da universidade indígena em São Gabriel da Cachoeira. Elas permitiram que a comunidade compartilhasse suas tradições, conhecimentos e valores de maneira mais ampla, contribuindo para a preservação e valorização da cultura indígena na região.
Além disso, proporcionaram um espaço de diálogo e interação entre os diferentes grupos étnicos, promovendo assim a integração e o respeito mútuo. Essa troca de experiências e saberes foi fundamental para fortalecer o projeto e garantir que ele atendesse às reais necessidades e desejos da comunidade indígena.
Como resultado e encaminhamento da Consulta, ficou definida em votação que a sede ficará em Brasília e o campus em São Gabriel da Cachoeira, a universidade está em processo de implementação, envolvendo consultas e seminários com povos indígenas para garantir que suas vozes e necessidades sejam atendidas.
O Campus em São Gabriel da Cachoeira, conhecida como a cidade mais indígena do Brasil, é particularmente notável. Ela simboliza um passo importante para a inclusão e o reconhecimento dos povos indígenas na região Norte do país. A implementação de um campus nessa localidade reforça o compromisso com a educação acessível e relevante para as comunidades indígenas.
A criação da Universidade Indígena é uma resposta às demandas de longa data dos povos originários do Rio Negro, que buscam maior autonomia e participação na gestão educacional. Essa instituição promete oferecer um currículo que respeita e integra o conhecimento indígena, proporcionando uma educação superior que alia tradição e modernidade.
O Ministério da Educação (MEC) tem desempenhado um papel importante nesse processo, realizando a primeira reunião de implementação e estabelecendo um cronograma para a criação do campus. Além disso, o MEC promoveu seminários de consulta em diversos estados, incluindo São Gabriel da Cachoeira, para ouvir diretamente dos povos indígenas sobre a organização e implementação da universidade.
A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) representa uma força vital na luta pela autonomia e sustentabilidade dos povos indígenas na região do Rio Negro, no Amazonas. Com uma estrutura composta por cinco coordenadorias regionais, a FOIRN trabalha incansavelmente para fortalecer as comunidades indígenas em diversas frentes, desde a economia sustentável até a governança territorial e ambiental.
A FOIRN também se destaca por sua abordagem inclusiva, representando mais de 90 associações de base e 24 povos indígenas, abrangendo uma área que inclui os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira. Esta federação é um exemplo de como a organização e a união de esforços podem levar a avanços significativos na defesa dos direitos indígenas e na promoção de um desenvolvimento que respeite a cultura e a biodiversidade da Amazônia.
Para saber mais sobre a FOIRN e suas coordenadorias regionais, visite o site oficial e foirn.blog.
Para mais informações ou dúvidas sobre o projeto da Universidade Indígena, o MEC disponibilizou o e-mail universidadeindigena@mec.gov.br, reforçando seu compromisso com a transparência e a participação pública no processo de criação desta importante instituição e também você pode assistir na integra a transmissão ao vivo através do canal oficial da Foirn no Youtube.


Deixe um comentário