Autor: assistentedeproducao8896324cdf

  • Rio Negro no ATL: A União de 24 Povos pela Defesa da Constituição e da vida

    Rio Negro no ATL: A União de 24 Povos pela Defesa da Constituição e da vida

    O mês de Abril indígena chegou,um período em que a luta e a voz dos povos originários ganham ainda mais força, com destaque na realização do Acampamento Terra Livre (ATL), a maior mobilização indígena do país. Em sua 21ª edição, o ATL se firma como um espaço essencial para que as reivindicações e a importância dos povos originários na defesa da Constituição sejam ouvidas.

    Tendo como deste tema “APIB somos todos nós: Em defesa da Constituição e da vida”, Este encontro, considerado a maior assembleia do movimento indígena tanto no Brasil quanto globalmente, celebra também os 20 anos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), evidenciando sua trajetória e força na luta pelos direitos originários.

    A delegação do Rio Negro foi composta por representantes das cinco coordenadorias regionais da área de abrangência da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) a federação que representa os 24 povos indígenas do Rio Negro

    Essa delegação incluía lideranças indígenas de diversos povos do Rio Negro e organizações como a : COIDI – Coordenadoria das Organizações Indígenas do Distrito de Iauaretê, NADZOERI- Organização Baniwa e Koripako, DIAWI’Í- Coordenadoria das Organizações Indígenas do Tiquié, Uaupés e Afluentes, CAIMBRN- Coordenadoria das Associações Indígenas do Médio e Baixo Rio Negro, CAIMBARNX- Coordenadoria das Associaçoes Indigenas do Balaio, Alto Rio Negro Xié, Associações Yanomami, ASIBA AMIDI, Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN), Departamento de Jovens e Adolescentes do Rio Negro  (DAJIRN), Fundo Indígena do Rio Negro  (FIRN), Rede Wayuri de comunicadores e o Jurídico Indígena da FOIRN. Um time diverso e preparado para atuar nas incidências e temáticas que serão debatidas durante toda a programação do ATL. 

    Brasília, se tornou novamente o chão de grandes discussões para os povos originários. Onde aconteceu nos dias 7 a 11 de abril de 2025, o ATL juntou milhares de indígenas para discutir e apresentar suas propostas em relação a temas urgentes  que vivenciam diariamente em seus territórios.

    A longa jornada de 4.338 quilômetros dos Rionegrinos, que partiu de São Gabriel da Cachoeira, no noroeste do Amazonas – município reconhecido por sua vasta diversidade cultural –, até a capital federal, Brasília, .Essa longa jornada simboliza a determinação incansável para se fazer presente nesta luta encansavel.   

    A delegação do Rio Negro (AM) levou para a discussão política pautas cruciais para suas comunidades, incluindo educação escolar indígena de qualidade, saúde integral e acessível, os impactos das mudanças climáticas em seus territórios e mais participação Indigena na COP30 que buscam também fortalecer as associações regionais, promover seu empoderamento e autonomia.

    O diretor da FOIRN, Hélio Tukano, marcou presença na roda de conversa da Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (APIAM), onde trouxe reflexões urgentes sobre a transição energética na Amazônia.


    Ele reforçou a necessidade de garantir energia limpa e sustentável para os territórios indígenas, alertando:

    “A Amazônia precisa de fontes de energia renováveis. Muitos só querem usufruir do presente, mas esquecem das futuras gerações.” 

    Apesar dos impactos ambientais, muitos povos indígenas ainda são forçados a utilizar fontes de energia tradicionais, poluentes e insuficientes. A luta é por justiça energética com protagonismo indígena.

    Mulheres Indígenas em Destaque e a Realidade Yanomami

    O Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN/FOIRN) teve um encontro importante com a presidenta da FUNAI, Joenia Wapichana. O objetivo central foi apresentar demandas cruciais para o bem-estar das mulheres e a proteção do território do Rio Negro. Foi apresentado um relatório sobre violências contra as mulheres indígenas em São Gabriel da Cachoeira, elaborado em 2024 pelo Instituto Socioambiental (ISA) em parceria com o DMIRN/FOIRN. Este relatório destaca a urgência da construção de uma Casa da Mulher Indígena, um espaço essencial para acolher e cuidar das mulheres rionegrinas em situação de vulnerabilidade. Além disso, foi entregue um documento formal solicitando a criação de um Centro Territorial de Logística (CTL) na região do Médio Rio Negro (CAIMBARNX).

    O povo Yanomami do Rio Negro também participou ativamente do ATL, levando suas demandas para a roda de conversa “O Caso dos Yanomamis: Emergência Indígena” na tenda da COIAB. O encontro reuniu indígenas da Terra Yanomami da região do Rio Negro e do território de Roraima para debater a grave crise em seus territórios.

    A liderança Yanomami Carla, representante da Associação de Mulheres Yanomami da comunidade de Maturacá, trouxe um relato impactante e urgente. Ela enfatizou a importância do espaço para dar voz aos desafios enfrentados, destacando as dificuldades que as mulheres e lideranças enfrentam para participar de grandes eventos como o ATL, e o crescente preconceito contra as mulheres Yanomami.

    Carla fez um apelo por mais representatividade feminina, especialmente para aquelas que vivem em áreas de difícil acesso e para a juventude. Ela denunciou as ameaças diárias em seus territórios: doenças, prostituição e a devastação causada pelo garimpo ilegal.

    “Passamos por esses riscos diariamente em nosso território, estamos perdendo os nossos jovens pelas doenças transmissíveis, bebidas alcoólicas e drogas, isso não faz parte da nossa cultura. Hoje trago a minha voz da aldeia, que ela se multiplique, que olhem de fato os nossos territórios, que a fiscalização seja mais comprometida”, lamentou Carla, clamando por mais atenção e fiscalização comprometida em seus territórios.

    Ela finalizou sua fala com um apelo poderoso: “Hoje trago a minha voz da aldeia, que ela se multiplique, que olhem de fato os nossos territórios, que a fiscalização seja mais comprometida, deixo essa mensagem em nome de todas as mulheres Yanomami. Sua luta é a nossa luta!”

    A busca por um futuro digno e sustentável, é o anseio central dos povos originários para as gerações presentes e futuras, que envolve principalmente a proteção da rica biodiversidade e da fauna de seus territórios ancestrais. Além disso, é fundamental a promoção de uma educação escolar indígena específica e de qualidade, que valorize suas culturas e conhecimentos. O acesso a uma saúde integral, que considere suas práticas tradicionais e necessidades culturais, é igualmente essencial. Por fim, essa visão de futuro exige o constante combate a todas as formas de violência, discriminação e racismo que ainda enfrentam. 

    A 21ª  edição do ATL firmou-se manifestando suas reivindicações e reafirmando seu papel essencial na salvaguarda da Constituição e da vida.

  • FOIRN Realiza 43ª Reunião Ordinária do Conselho de Lideranças e Fortalece o Movimento Indígena no Rio Negro

    FOIRN Realiza 43ª Reunião Ordinária do Conselho de Lideranças e Fortalece o Movimento Indígena no Rio Negro

    A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) promoveu, entre os dias 21 e 23 de novembro de 2024, a 43ª Reunião Ordinária do Conselho de Lideranças (CL, um evento crucial para o fortalecimento do movimento indígena na região. Realizada na Casa do Saber, em São Gabriel da Cachoeira-AM, a reunião congregou 120 participantes, entre lideranças indígenas, representantes de instituições parceiras e a equipe de apoio da FOIRN.

     O principal objetivo da reunião foi fortalecer a representatividade e a organização do movimento indígena através da eleição de uma nova coordenação para o Conselho de Lideranças – CL e da discussão de temas cruciais para a defesa dos direitos dos povos do Rio Negro.

    A reunião contou com a presença de 37 conselheiros(as) representando as cinco coordenadorias regionais da FOIRN (COIDI, DIAWII, NADZOERI, CAIMBRN e CAIBARNX), assegurando a diversidade e a abrangência das discussões. Além disso, a participação de articuladores dos departamentos de jovens, mulheres e educação da FOIRN, juntamente com representantes de instituições parceiras como o Instituto Socioambiental (ISA) e o Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Negro (DSEI ARN), demonstrou o compromisso coletivo com a causa indígena. A presença da Vice-Prefeita de São Gabriel da Cachoeira, Eliana Falcão, ressaltou a importância do diálogo entre o movimento indígena e o poder público.

    O Conselho demandou a primeira pauta que foi a eleição da nova coordenação do Conselho de Lideranças um processo democrático e participativo que envolveu as seguintes etapas:

    A candidatura é exclusiva para conselheiros(as) titulares, com indicações das coordenadorias regionais para os cargos de Coordenador(a), Vice-Coordenador (a) e Secretário(a).

    Apresentações individuais dos candidatos, permitindo aos conselheiros(as) conhecerem suas propostas e visões.

     Votação aberta com o uso dos crachás, garantindo a transparência e a legitimidade do processo.

    O resultado final da eleição consagrou Adilson da Silva do Povo Baniwa como Coordenador do Conselho de Lideranças (CL); Maria Cordeiro Vasconcelos do Povo Kubeo como Vice-Coordenadora e Odilson Penha do Povo Tukano como Secretário, A nova coordenação foi empossada em 21 de novembro de 2024. 

    Após a eleição da nova coordenação, a segunda pauta da reunião consistiu na apresentação, discussão e aprovação do Regimento Interno do Conselho de Lideranças. Sob a orientação do Dr. Adriano Oliveira, assessor jurídico da FOIRN, os conselheiros analisaram e aprovaram a proposta atualizada do regimento, consolidando o arcabouço legal e organizacional do Conselho.

    É importante destacar que a atualização do Regimento Interno do CL demonstra o compromisso da FOIRN com a transparência e a organização administrativa. A participação ativa dos conselheiros no processo de discussão e aprovação reforça a legitimidade e a representatividade do Conselho, assegurando que suas decisões reflitam os anseios e as necessidades das comunidades indígenas do Rio Negro.

    Apresentação Institucional da Diretoria Executiva da FOIRN. Apresentado por Dario Casimiro (Diretor Presidente/FOIRN)

    Criada em 1987 para fortalecer a luta dos povos indígenas do Rio Negro, a FOIRN representa mais de 750 comunidades nos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.

    A FOIRN é uma importante força política na defesa dos direitos indígenas na Amazônia, atuando na proteção dos territórios, promoção da cultura e desenvolvimento sustentável das comunidades do Rio Negro.Com o objetivo principal de defender os direitos desses povos, a FOIRN atua em diversas frentes, como:

    A luta pela demarcação de terras indígenas, acompanhando os processos e buscando garantir a proteção dos territórios tradicionais.

     Desenvolveu protocolos de consulta para garantir que os povos indígenas sejam consultados sobre projetos que afetem seus territórios e modos de vida.

    Fortalece as associações e organizações indígenas, promovendo a autonomia e autogestão das comunidades.

    A FOIRN apoia iniciativas de geração de renda que valorizem a cultura e os conhecimentos tradicionais, como a “Casa Wariró” e projetos de turismo de base comunitária.

    Monitora o ambiente e o clima da bacia do Rio Negro para proteger a biodiversidade e os recursos naturais.

    Apresentação dos trabalhos do Fundo Indigena do Rio Negro – FIRN/FOIRN

    O Fundo Indígena do Rio Negro (FIRN) FIRN é um fundo criado para apoiar projetos de desenvolvimento sustentável apoia projetos de e autonomia das comunidades indígenas, atuando em áreas como segurança alimentar, cultura, fortalecimento institucional e economia sustentável.

    Participa ativamente de debates e fóruns nacionais e internacionais, levando a voz dos povos indígenas do Rio Negro para os centros de decisão política.


    Firmou termos de parceria com diversas instituições, como o Instituto Socioambiental (ISA), a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), universidades e órgãos governamentais, visando fortalecer suas ações e ampliar seu impacto

    Tem investido no fortalecimento de seus departamentos, como o Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN) e o Departamento de Adolescentes e Jovens Indígenas do Rio Negro (DAJIRN), promovendo a participação e o protagonismo de mulheres e jovens na luta pelos seus direitos.

    Representantes do Instituto Socioambiental (ISA) estiveram presentes, reafirmando o    compromisso da instituição com a luta dos povos do Rio Negro.

    No qual foi feita a apresentação das ações e perspectivas do ISA, conduzida pelo Secretário Executivo, Rodrigo Junqueira, e pela antropóloga Carla Dias, 

    Rodrigo Junqueira evidenciou a longa história de colaboração entre as duas instituições. Desde sua criação, há 30 anos, o ISA tem caminhado lado a lado com a FOIRN.

    Carla Dias, por sua vez, relembrou a importante contribuição de Beto Ricardo importante especialista em políticas públicas e desenvolvimento sustentável, onde sua participação foi primordial para implantação do Programa Rio Negro que desde sempre deram muito apoio a Federação.

    Em seguida ouve a apresentação do Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN) que representa as mulheres dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos Coordenado por Cleocimara Reis do Povo Piratapuya, que evidenciou a importância da participação da Mulher Indigena na luta pelos direitos.

    Durante a apresentação, foram destacados os principais encaminhamentos da IX Assembleia das Mulheres Indígenas do Rio Negro e as perspectivas do DMIRN para o período 2025-2028. O departamento pretende intensificar suas ações de formação e capacitação, promover campanhas de conscientização e ampliar a participação das mulheres nos espaços de decisão política.

    Também teve espaço para a voz da juventude indígena, com a apresentação do Departamento de Adolescentes e Jovens Indígenas do Rio Negro DAJIRN-FOIRN. 

    Liderado por Jucimery Garcia, o DAJIRN apresentou sua estrutura organizacional e seus articuladores de base, que atuam como elo entre o departamento e as comunidades, levando as demandas da juventude para a FOIRN. A coordenadora do O Departamento apresentou os principais resultados e demandas da Assembleia Geral do DAJIRN-FOIRN, evento que reuniu cerca de 100 jovens de diversas comunidades para discutir os desafios da juventude indígena, definir as estratégias de atuação do departamento e eleger a nova coordenação.

    Na reta final da 43ª Reunião Ordinária do Conselho de Lideranças da FOIRN, a atenção se voltou para o futuro da organização, Dario Casimiro Diretor -Presidente da FOIRN, conduziu a discussão, delineando os objetivos estratégicos e a missão da FOIRN para os próximos anos.

    Dario Baniwa diz: “Trabalhar com e para os povos indígenas da região do Rio Negro, do Brasil e de outras nações para que nós, povos indígenas, sejamos protagonistas em todas e quaisquer decisões e ações que impliquem consequências às nossas culturas, histórias, terras e modos de organização.”

    A missão proposta pelo Diretor Dario reforça o compromisso da FOIRN com a autodeterminação dos povos indígenas

    O plano estratégico visa fortalecer a organização, ampliar sua capacidade de atuação e garantir que a FOIRN continue sendo uma voz forte e representativa dos povos indígenas do Rio Negro.

    para discutir as propostas e contribuir com a construção de um planejamento que reflita as necessidades e aspirações das comunidades indígenas. Esse processo participativo reforça a importância do Conselho de Lideranças como instância de deliberação e garante que as decisões estratégicas da FOIRN estejam alinhadas com os anseios de seus representados.

    A 43ª Reunião Ordinária do Conselho de Lideranças da FOIRN, definiu importantes encaminhamentos para o futuro da federação, como a criação de uma comissão de captação de recursos, a reivindicação por melhorias nos serviços de saúde indígena e a aprovação de moções de providência em relação à demarcação de terras indígenas e à destinação de glebas federais para as comunidades.

    A Federação das Organizações Indigenas do Rio Negro/FOIRN como uma importante organização indígena na Amazônia brasileira, com uma longa trajetória de luta e resistência, seguem firme em sua missão de garantir que os povos indígenas do Rio Negro sejam protagonistas, construindo um futuro de respeito pela diversidade cultural, igualdade e direitos indígenas.

    Instituições presentes:

    FOIRN (Diretoria Executiva e Coordenadores dos Departamentos de Educação Escolar Indígena, Mulheres, Adolescentes e Jovens, Jurídico e Comunicação),FUNAI/CR-RNG, DSEI ARN, Sesai, Prefeitura Municípal de São Gabriel da Cachoeira, Instituto Sociambiental/ISA, e demais lideranças.