Categoria: Cultura

  • Agenda de Transição da CAIMBRN em Santa Isabel do Rio Negro – AM

    Agenda de Transição da CAIMBRN em Santa Isabel do Rio Negro – AM

    Equipe técnica da FOIRN e lideranças participam da Agenda de Transição da CAIMBRN em Santa Isabel do Rio Negro – AM.

    No período de 19 a 21 de junho de 2024, no município de Santa Isabel do Rio Negro, foi realizado os  trabalhos da Agenda de Transição da Coordenadoria das Associações Indígenas do Médio e Baixo Rio Negro (CAIMBRN), o objetivo principal foi discutir, planejar e organizar a equipe eleita para a nova gestão de 2024 a 2028.

    Gicely Baré – Coordenadora do Departamento de Comunicação da FOIRN. Foto: Joelson Felix DECOM/FOIRN

    Trabalho inédito de transição da diretoria da coordenadoria e diretor de referência da CAIMBRN, uma das cinco coordenadorias regionais da Federação das Organizações Indígena do Rio Negro (FOIRN), com a finalidade de assegurar uma passagem de responsabilidade eficiente, garantindo a continuidade e o desenvolvimento das atividades e projetos em andamento, além de promover a integração e colaboração entre a equipe atual e os recém-eleitos que vão atuar desde uma parte do Município de São Gabriel da Cachoeira, nas áreas de Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.

    Destacamos que o coordenador regional recém-eleito, Marcos Zedan Catarine indígena do povo Baré, é o segundo mais novo na história CAIMBRN, com apenas 20 anos de idade, natural do município de São Gabriel da Cachoeira, atualmente reside no município de Santa Isabel do Rio Negro, no qual vai assumir essa responsabilidade. A sua trajetória iniciou em 2021 como serviços gerais e atualmente como assistente administrativo na coordenadoria, essa nova função representa uma nova era de liderança jovem na região, trazendo consigo energia, entusiasmo e uma perspectiva aprazível.

    O compromisso e o empenho de Marivelton Baré, liderança que começou a sua trajetória no movimento indígena no médio Rio Negro, na associação de base ACIMRN, são evidentes em todas as suas ações em prol do movimento indígena. Sua liderança inspiradora e dedicada tem sido fundamental para promover a conscientização e a defesa dos direitos das comunidades indígenas ao longo dos anos.

    Como diretor presidente e figura de referência na região, Marivelton Baré tem implementado projetos inovadores e desempenhado um papel fundamental na busca por maior inclusão e equidade para os povos indígenas. Sua trajetória é um verdadeiro exemplo de perseverança e comprometimento, servindo de inspiração para as gerações presentes e futuras.

    Esta transição é uma etapa valiosa para a sustentabilidade e o crescimento contínuo da organização, e envolve a transferência de conhecimento, responsabilidades e planos estratégicos, em um processo cuidadosamente planejado e executado para manter a estabilidade e excelência da gestão.

    Durante este período, foram abordados aspectos importantes para o sucesso da gestão, incluindo a definição de táticas, a distribuição de responsabilidades entre os membros da equipe e a implementação de um plano de ação abrangente que promova a eficiência e a inovação.

    A atividade foi encerrada com a comemoração oficial dos 20 anos da CAIMBRN e a posse da Coordenação Regional. A cerimônia de posse da Coordenação Regional simboliza não apenas a transição de liderança, mas também o compromisso renovado de cada membro com os valores e princípios fundamentais que norteiam a CAIMBRN.

    Importante destacar a participação das seguintes pessoas:

    Marivelton Rodrigues Barroso – Diretor Presidente atual da FOIRN e de referencia da CAIMBRN (2021-2024).

    Carlos Neri – Coordenador regional atual da CAIMBRN (2021-2024) e Novo Eleito como diretor da FOIRN e de referência da coordenadoria;

    Articuladoras de Mulheres, Jovens e Educação;

    Membros da Comissão Fiscal da Coordenadoria;

    Membros que fazem parte do Conselho Diretor da FOIRN. (Eles vão garantir a eficácia e transparência das atividades administrativas, assegurando o cumprimento das responsabilidades financeiras e a conformidade com as normas estatutárias da coordenadoria e da FOIRN.)

    Coordenadores e membros dos Departamentos de Comunicação, Financeiro, Negócios Socioambiental, Jurídico e Educação Escolar Indígena.

    Realização: CAIMBRN e FOIRN.

    Apoio: ALIANÇA PELO CLIMA – APC, BEZOS EARTH FUND AMAZON, NIA TERO, EMBAIXADA REAL DA NORUEGA – ERN E RAINFOREST FOUNDATION NORWAY – RFN.

  • A VII Assembleia Regional Ordinária Eletiva da CAIBARNX é realizada na comunidade Jurutí sede da Coordenadoria

    A VII Assembleia Regional Ordinária Eletiva da CAIBARNX é realizada na comunidade Jurutí sede da Coordenadoria

    No primeiro dia da Assembleia, os delegados destacaram a avaliação e prestações de contas do diretor de referência e da coordenadoria regional durante a gestão de 2021 a 2024.

    Os dias 28, 29 e 30 de abril serão marcados por um evento de extrema importância para a comunidade indígena do Rio Negro. A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro estará completamente focada na realização da VII Assembleia Regional Ordinária Eletiva da Coordenadoria das Associações Indígenas do Balaio, Alto Rio Negro e Xié (CAIBARNX).

    Este evento de grande relevância acontece na comunidade de Juruti, que é a sede da coordenadoria, e tem como tema central “Movimento Indígena, Gestão e Sustentabilidade”.

    Durante esses três dias, líderes e representantes indígenas se reunirão para discutir questões fundamentais relacionadas à gestão e sustentabilidade do movimento indígena, buscando fortalecer e promover a preservação da cultura e dos direitos indígenas na região do Rio Negro e também a escolha por meio de eleição de novos lideres que representarão a região na gestão da Foirn a partir de julho/2024 a Junho de 2028.

    Com a chegada do diretor presidente da FOIRN, Marivelton Baré, em sua fala inicial, apresentou a sua comitiva de viagem que estiveram presentes no 20º Acampamento Terra Livre (ATL) em Brasília no período de 22 a 26 de abril e também esclareceu as dúvidas e polêmicas geradas na parte da manhã, no início da assembleia, em relação aos trabalhos em geral da federação e suas parcerias, tornando assim um grande avanço, limpando o CNPJ da instituição, que a partir de agora está pronta para receber recursos através de projetos.

    Além disso, a sua presença marcante no evento reforçou a importância da união entre instituições e a necessidade de fortalecer os laços de cooperação técnica para alcançar um desenvolvimento sustentável. Sua atuação proativa e transparente inspirou confiança entre os demais participantes, abrindo caminho para um futuro promissor para a Foirn e todos os envolvidos.

    Com essa postura firme e visionária, o diretor presidente colocou a federação em um novo patamar, preparando o terreno para conquistas significativas e duradouras. A trajetória de liderança e comprometimento demonstrada durante o evento certamente deixará um legado positivo, impulsionando o progresso e a valorização da região, beneficiando inúmeras associações filiadas à instituição. Este momento histórico reflete a capacidade de superação e determinação da Foirn, fortalecendo sua missão de promover o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente, garantindo um futuro próspero e equitativo para todos.

    Na oportunidade o presidente informa a entrega de kits de energia solar e de internet, no qual incluirá sete conjuntos completos de energia solar, cada um composto por uma placa solar, uma bateria de 150amp, um inversor e um controlador. Além disso, também serão disponibilizados três conjuntos completos de internet via satélite Starlink. Este conjunto de equipamentos proporcionará uma solução abrangente e eficaz para atender às necessidades de energia e conectividade, garantindo uma operação confiável e eficiente na comunicação.

    A troca de experiências e a reflexão sobre os desafios e oportunidades que se apresentam serão elementos essenciais deste encontro, que visa contribuir para o avanço e fortalecimento das comunidades indígenas do Rio Negro.

    No primeiro dia da Assembleia, os delegados destacaram a avaliação e prestações de contas do diretor de referência e da coordenadoria regional durante a gestão de 2021 a 2024. Durante este evento significativo, os representantes enfatizaram a importância da transparência e responsabilidade na gestão, ressaltando o papel fundamental do diretor de referência e da coordenadoria regional.

    A prestação de contas minuciosa e a avaliação criteriosa da gestão proporcionam uma base sólida para o planejamento e progresso contínuo da organização. Estas discussões colocam em evidência o compromisso com a excelência e a eficácia administrativa, fundamentais para o avanço e desenvolvimento sustentável.

    É crucial reconhecer a importância da herança deixada pelas lideranças anteriores na implementação bem-sucedida dos projetos atuais. O legado de suas lutas e esforços não deve ser subestimado, pois moldou positivamente as bases sobre as quais a diretoria atual está construindo. A continuidade e o aprimoramento do trabalho iniciado por aqueles que estiveram à frente anteriormente são fundamentais para o progresso constante e a evolução das iniciativas em andamento.

    Representantes de Instituições presentes: ISA, FUNAI/CRNG e SEPROR/IDAM.

  • Foirn participa da celebração do início do ministério Apostólico e Pastoral de Dom Vanthuy

    Foirn participa da celebração do início do ministério Apostólico e Pastoral de Dom Vanthuy

    Na manhã deste domingo, o ginásio Arnaldo Coimbra foi lotado por mais de 3 mil fiéis da igreja católica e diversas instituições convidadas, incluindo Foirn, Funai-CR Rio Negro, Dsei/ARN, Exército e a prefeitura de São Gabriel da Cachoeira.

    Na manhã deste domingo, 11/02, a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), representante legítima dos 24 povos indígenas da região, de acordo com a atualização do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA), participa da celebração do início do ministério Apostólico e Pastoral de Dom Vanthuy Neto, realizada pela Diocese de São Gabriel da Cachoeira.

    O evento foi realizado no ginásio Arnaldo Coimbra e contou com a participação de representantes de Organizações Governamentais e Não Governamentais da sociedade civil, militar, pública e religiosa.

    A participação da FOIRN, representada por seu diretor presidente, Marivelton Rodrigues Barroso, povo Baré, na celebração de Ordenação Episcopal do Presbítero Dom Vanthuy representa um importante momento de reconhecimento e apoio à liderança religiosa da região, que entregou ao Bispo um cocar e adereços indígenas como símbolo de liderança na região do Rio Negro.

    Dessa forma, a presença de Marivelton Baré nesta cerimônia junto ao Bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira, Dom Vanthuy representa não apenas um ato de reconhecimento religioso, mas também um gesto de união, respeito e colaboração entre diferentes comunidades, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e plural.

    A presença desta Federação, como organização civil nesse evento ressalta a importância da união entre diferentes comunidades e tradições religiosas, promovendo a diversidade e o respeito mútuo.

    Ao marcar presença nessa cerimônia, a FOIRN demonstra seu compromisso com a valorização da cultura e espiritualidade dos povos indígenas, fortalecendo laços de solidariedade e diálogo intercultural. A participação ativa da organização nesse contexto também destaca a importância do diálogo e cooperação entre diferentes instituições e grupos sociais para a promoção da paz e da harmonia na sociedade.

    Quem é Dom Vanthury?

    Pe. Raimundo Vanthury Neto, nasceu no sertão nordestino em 10 de maio de 1973 em Pau dos Ferros – alto oeste do Rio Grande do Norte, na paróquia de Nossa senhora da Conceição, Diocese de Mossoró. Filho de uma família de quatro irmãos, batizado na festa de S. Pedro em 29 de junho de 1973 pelo padre Manoel Caminha Freire (In memoriam).

  • Foirn realiza o I Encontro Geral  de Produtores Indígenas e o Intercâmbio da Cadeia de Valor com a RCA

    Foirn realiza o I Encontro Geral  de Produtores Indígenas e o Intercâmbio da Cadeia de Valor com a RCA

    Produtores Indígenas  estiveram reunidos na casa do saber da FOIRN, entre os dias 10 e 14 de outubro de 2022. Com um dos principais objetivos a discussão da qualidade e a precificação dos produtos, alteração e aprovação da Co – gestão da Casa Wariró e, o intercâmbio da RCA

    A iniciativa é da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), coordenada pela equipe do Departamento de Negócios em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e Rede de Cooperação Amazônica (RCA),  conta com o apoio financeiro da  Rainforest Foundation Norway (RFN), NIA TERO e Embaixada Real da Noruega (ERN).

    O I Encontro Geral  de Produtores Indígenas do Rio Negro visa fortalecer as cadeias produtivas, após o mapeamento feito nos encontros regionas nas cinco regiões de base. 

    Durante o Encontro, os três primeiros dias (10 a 12), foram discutidas em grupo de trabalho sobre a comercialização, qualidade, medidas () e precificação de acordo com o mercado de produtos indígenas, essas propostas constam nos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) dos Territórios dos Povos Indígenas do Rio Negro como forma de valorizar a cultura milenar dos povos e preservação dos territórios.

    A Casa de Produtos Indígenas do Rio Negro (Wariró) gera beneficiamento para as familias indígenas, fortalecendo a  cultura, levando para fora do estado do Amazonas através de logistas o conhecimento cultural e a diversidade do Rio Negro.

    Ela representa o braço comercial da FOIRN, realizando a comercialização de produtos indígenas há mais de 25 anos de história. A loja comercializa artesanatos feitos com matérias primas diversas, como argilas, fibras de arumã e tucum, peças de madeiras, cipó-titica e piaçava, sementes diversas, entre outros. Os produtos vendidos na casa Wariró fazem parte do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, patrimônio material cultural do Brasil (IPHAN/2010).

    Entre os temas debatidos estão: o acordo de Co-gestão, relação com artesãos, precificação, marca coletiva Wariró e as modalidades de pagamento de artesanatos.

    Compras institucionais como os programas PAA (Programa de Aquisição de Alimentação) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) também foram apresentados como pautas do encontro.

    “A importância desse primeiro encontro, dentre vários encontros que se fez ainda nessa história para bucsar  organizar esse mercadado que vamos chamar, desses produtos, dos artesanatos principalmente,  ao longo desse últimos 35 anos da foirn, nesses dias vamos refletir um pouco sobre isso também, onde é nós estamos e para quê estamos presentes nesse momento para discutir isso,  para nós é sempre desafiador, ainda mais para nós que já temos um tempinho aqui na foirn, a frente desse trabalho, inclusive dessa mobilização política. Fazemos uma frente política em defesa do território, na defesa dos direitos indigenas, mas por outro lado há essa necessidadade fazer essa discussão sobre a linha economia uindigena.” Disse Nildo Fontes Tukano – Diretor Vice -Presidente da Foirn.

    Diretor Presidente da Foirn, Marivelton Rodrigues Baré, lembrou sobre o Encontro da arte Wariró e Encontro de Produtores, foi mais especificamente para lançar o selo de qualidade que leva a marca da Wariró, do Rio Negro e os dados dos artesãos e povo quando vendem os produtos de dentro das terras indígenas.

    “Nos últimos anos buscamos fortalecer o trabalho de reorganização, exatamente pensando na arte Wariró, todo o conceito dessa arte de divulgar para fora, ter a logomarca,  markentig, isso ela tem com uma boa visibilidade, e não como uma loja comercial comum e qualquer, mas sim como uma casa de produtos indígenas do Rio Negro que foi criada com a finanlidade de promover a geração de renda, sustentabilidade e economia financeira de nós povos indígenas a partir de nossos potenciais, que temos dentro de nossos territórios,  não só essa riqueza e grandeza da diversidade étnica, mas também artesanal, que é produzida. Devemos mostrar a nossa arte cultural.” Completa.

    “A gente viu a melhoria dos artesanatos né? então eu sempre falo que o primeiro olhar  do cliente é o do Artesão, tem que ter esse olhar de cliente.Se eu faço uma peça e vejo que ela não tá muito boa, claro que eu não vou comprar então seu olho com olhar de cliente eu sei que vai vender e o segundo olhar é de quem compra para revender. Quem compra para para mandar para fora, nós aqui no caso da Wariró, elas são segundo olhar do cliente, por que o cliente vai confiar no que elas forem falar”. Disse  Luciane Mendes – Coordenadora do Departamento de Negócios Socioambientais da FOIRN.

    O Diretor Dario Baniwa agradeceu a presença dos produtores, e disse que antes eles tinham muita dúvida sobre a Casa de Produtos Indígenas do Rio Negro – Wariró, mas que neste encontro os participantes vão ter esse conhecimento para repassar aos demais produtores que estão nas bases. 

    “Cada povo indígena tem a sua técina de produção e manejo, e a gente aqui entra por uma questão que é bastante desafiador, comercializar os nossos produtos produzidos em nossas comunidades através de associações, nos deparamos com algumas situações com falta de informação, e muitas das vezes falta de dar o valor agregado cultural daquele produto”

    Grupos de Trabalhos foram organizados para debater os assuntos em pauta. Após todas as apresentações de grupos, foi sistematizado o documento do Acordo de Co – Gestão para aprovação por todos os delegados presentes neste encontro. 

    No terceiro dia houve a aprovação do Acordo da a Co – gestão, dos trabalhos da Casa de Produtos Indigenas do Rio Negro – Wariró. Todos os participantes assinaram o termo após a aprovação.

    Os encontros de produtores indígenas foram realizados em cada coordenadoria  regional da Foirn, como o Médio e Baixo Rio Negro (região da CAIMBRN) Alto Rio Negro (região da Caiarnx), Rio Içana (região da Nadzoeri), Médio Uaupés, Alto Uaupés e Rio Papuri (Região da Coidi), Baixo Uaupés e Rio Tiquié e Afluentes (Região Diawi´i).

    Intercâmbio de Cadeias de Valor

    Na manhã do dia 11 de outubro, o grupo 23 pessoas, formado por representantes das Organizações membros da RCA, chegam em São Gabriel da Cachoeira com o objetivo de trocar de experiência em cadeias de valor ou cadeias produtivas do Rio Negro e visitam o Instituto Socioambiental, a Casa Wariró e por fim, conheceram a sede da FOIRN, onde cada departamento político e técnico receberam e apresentaram os trabalhos executados pela equipe e a importância de ter essa parceria com a Rede de Cooperação Amazonica (RCA).

    A Equipe RCA também foi conhecer o projeto de Turismo de Base Comunitária do Rio Marié, na Terra Indígena Médio Rio Negro II, onde há nove ano o projeto leva beneficiamento para 14 comunidades de abrangência da Associação das comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro (ACIBRN), com sede na comunidade Tapuruquaramirim.

    O grupo da RCA foi recepcionado pela comunidade e lideranças que compõem a diretoria atual da Associação com dança tradicional acompanhada por flautas e Cariçu. Como de costume e tradição foi oferecido frutas e farinha da produção local e um almoço tradicional.

    As lideranças da comunidade, juntamente com diretor, presidente da Foirn Marivelton Baré , apresentaram o breve histórico do Projeto Marié e compartilharam como foram estabelecidos os acordos coletivos, a articulação da Câmara Técnica de Gestão do projeto e o grupo de vigilância e monitoramento.

    Foram abordados também os principais desafios e as soluções e resultados alcançados. Neste processo de reflexão os representantes da RCA também puderam colocar as suas questões e estabeleceram diálogos entre a iniciativa apresentada e seus contextos.

    E antes de retornar a cidade, a equipe visitou o posto de vigilância do projeto Marié. 

    Nos dias 13 e 14, foram compartilhadas as experiências das iniciativas de cadeias produtivas locais, ligadas à produção e comercialização de alimentos e artesanatos e de turismo de base comunitária nas diferentes regiões e Terras Indígenas de Alcance da Federação e da Rede. 

    O encerramento do Encontro e o intercâmbio foi fechado com Feira dos Produtores Indígenas do Rio Negro e apresentações culturais dentro da casa do saber da Foirn.

  • FOIRN EM PARCERIA COM O ISA PARTICIPAM DA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO PROJETO CADEIA DE VALOR FINANCIADO PELA UNIÃO EUROPÉIA

    FOIRN EM PARCERIA COM O ISA PARTICIPAM DA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO PROJETO CADEIA DE VALOR FINANCIADO PELA UNIÃO EUROPÉIA

    As economias regenerativas de Povos Indígenas e comunidades tradicionais na região do Rio Negro.

    Pietro Lazzeri Embaixador da Suíça, Luciane Lima – Foirn, Ignacio Ybañez Rubio Embaixador da União Europeia no Brasil, Marivelton Barroso – presidente da Foirn e Romulo Acurio, Embaixador do Peru. Foto: Reprodução

    A convite do Instituto Socioambiental (ISA) e a Delegação da União Europeia, no último dia 03 de maio de 2022 a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), representada por seu Diretor presidente Marivelton Rodrigues Barroso do povo Baré e a Coordenadora do departamento de Negócios Socioambientais Luciane Lima, participaram da apresentação dos resultados e das metas alcançadas nessa parceria do projeto Cadeia de Valor “Territórios da Diversidade Socioambiental” que fomentou formas inovadoras de promover o reconhecimento da economia de povos indígenas e comunidades tradicionais na Amazônia e na Mata Atlântica.

    Neste evento estava presente além do embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybañez Rubio, o embaixador da Suíça,  Pietro Lazzeri e o Embaixador do Peru, Romulo Acurio.

    Marivelton Baré ressaltou a importância da parceria da FOIRN com o Instituto Socioambiental para ter os trabalhos promissores nos âmbitos do projeto cadeia de valor e produtos da socio biodiversidade, e com a União Europeia que foi o parceiro que acreditou e apoiou essa inciativa apresentada não só para o rio negro, mas também para outros territórios no qual teve atuação.

    “Foi uma semente que germinou e acabou crescendo uma arvore que tem uma genealogia de ampliar essa parceria e ter vários resultados nos trabalhos”. Comentou Marivelton

    Só no rio negro são 11 cadeias de valores apoiadas com todo o resultado que tem tido os restaurantes, grandes centros no Brasil e em outros lugares do mundo, como a pimenta Baniwa, cogumelo Ianomami, o óleo de Babaçu e entre outras iniciativas dos povos e comunidades tradicionais.

    “É um momento inédito, onde também teve diversas influencias como a busca por políticas mais padronizada pelo governo que hoje acabaram reconhecendo uma necessidade de poder investir e comprar os produtos do sistema tradicional agrícola dos povos e comunidades tradicionais, ela poder virar uma merenda regionalizada e assim buscar fortalecer cada vez mais inserção de mercado e economia indígena nesses territórios” Afirma Barroso.

    Em comemoração ao dia da Europa, a apresentação foi seguida por um jantar com produtos da Amazônia oferecido pela Chef Bel Coelho, dos restaurantes paulistanos Cuia Café e Clandestino.

  • FOIRN e Associações de Professores Indígenas do Rio Negro repudiam o veto presidencial da proposta de Lei nº 5.954 de 2013

    FOIRN e Associação de Professores Indígenas do Rio Negro (APIARN), Comissão dos Professores Indígenas do Alto Rio Negro (COPIARN), Coordenadores das Escolas Indígenas do Alto Rio Negro e Assessores Pedagógicos Indígenas – APIs repudiam o veto presidencial da proposta de Lei nº 5.954 de 2013 que visa assegurar às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas, bem como de processos próprios de aprendizagem e de avaliação que respeitem suas particularidades culturais, na educação básica, na educação profissional e na educação superior.

    A carta foi elaborada durante a na IV Assembleia Ordinária da Associação dos Professores Indígenas do Rio Negro, apresentada e aprovada na 30ª Reunião do Conselho Diretor da FOIRN, entre 19 a 21 de janeiro.

    Carta de Repúdio_Veto Presidencial-1

    Carta de Repúdio_Veto Presidencial-2

  • Reunidos em etapa local da Conferência Nacional de Política Indigenista, lideranças indígena pedem a demarcação imediata das Terras Indígenas no Baixo Rio Negro

    GTs apresentam propostas elaboradas durante a Conferência realizada em Santa Isabel do Rio Negro
    GTs apresentam propostas elaboradas durante a Conferência realizada em Santa Isabel do Rio Negro

    A 2a etapa local da Conferência Nacional de Política Indigenista, realizado entre 28 a 30 de maio na sede do município de Santa Isabel do Rio Negro, reuniu mais de 200 participantes para discutir os principais problemas enfrentados na região do médio e baixo Rio Negro.

    Participaram dessa etapa local representantes dos povos Baré, Tariana, Tukano, Baniwa, Yanomami, Dessana e Piratapuia, vindos das comunidades localizadas nos municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira.

    Com o tema “Avaliando a relação do Estado Brasileiro com os Povos Indígenas no Médio e Baixo Rio Negro”, em três dias, foram discutidos e debatidos vários assuntos, entre estes os Direitos Indígenas, Território e Territorialidade, Direito à verdade e a memória e Desenvolvimento Sustentável.

    A partir da exposição sobre os temas por algumas lideranças indígenas convidadas, os participantes foram organizados em Grupos de Trabalhos para elaborar propostas  de ações dos governos municipal, estadual e federal sobre esses temas.

    As discussões dos temas em GTs possibilitou também os participantes entenderem melhor os temas, pois, para cada GT foi indicado mediadores para esclarecer e tirar as dúvidas sobre os temas.

    E como também aproveitaram esses espaços para apresentar os problemas enfrentados na região e também problemas que envolvem direitos indígenas ou ameaças a esses direitos, como a PEC 2015/2000, para a qual, mostraram indignação e repúdio. Em exposições dos resultados dos GTs os representantes de cada grupo falaram dos principais problemas enfrentados na região e as principais demandas e reivindicações.

    Entre elas a demarcação imediata das três Terras Indígenas no Baixo Rio Negro, nas abrangências dos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos. Atualmente as Terras Indígenas: Baixo Rio Negro (Aracá – Padauarí), Jurubaxi Téa e Uneiuxi continuam em andamento, processo que já se arrasta há anos e ainda não foi concluído. 

    Em seus depoimentos, as lideranças falaram da atual situação em que se encontram, vivendo em meio à ameaças e invasões, causadas pela demora do processo de demarcação.

    “A gente existe, também somos gente, o que seria do governo sem nós. Queremos respeito, queremos que o governo nos respeite e saiba que estamos aqui. Queremos a demarcação de nossas terras, não estamos pedindo o que é do governo, estamos querendo o que é nosso por direito. A gente não quer terra para vender, queremos a terra pra sobreviver”.

    “Queremos e precisamos que a nossa terra seja demarcada, estamos sofrendo com os invasores, pescadores, garimpeiros. Por isso pedimos que a demarcação seja feita com urgência, por que, se continuar do jeito que está vai ter conflitos. Já denunciamos aos órgãos competentes  locais mas nunca tivemos respostas”.

    De acordo com as lideranças indígenas, a demarcação das TIs na região do Médio e Baixo Rio Negro significa futuro para as futuras gerações que vivem na região, como também a redução dos vários problemas que enfrentam hoje, como: exploração de mão de obra  que continua através de redes de comerciantes, de patrões de piaçava, de agências de turismo localizadas nas metrópoles e com baixo, quando há, retorno à população local.

    E ainda há invasão de “barcos geleiros”, que são barcos de pescadores que entram nos principais rios, para fazer pescas em grande escala desordenada para fins comercial. Alguns relataram a entrada de garimpeiros e o uso de mercúrio e lixo em diversos rios, há parentes com dívidas impagáveis aos patrões. Diante desses problemas pediram a conclusão imediata dos processos e a demarcação.

    Participantes da conferência  fazem
    Participantes da conferência fazem “pouse” com os certificados de participação em Santa Isabel. Foto: Ray Benjamim/SETCOM-FOIRN

    Ao final houve uma avaliação, foi destacado a importância do evento para a atualização e troca de conhecimentos dos participantes sobre as temáticas da conferência, o fortalecimento do movimento indígena, em busca de melhorias para os povos que vivem na região.

    Outro destaque foi o apoio recebido da prefeitura municipal de Santa Isabel do Rio Negro e da Câmara Municipal, uma aproximação que o movimento indígena vem buscando há vários anos. “É a primeira vez que estamos recebendo apoio e somos recebidos por uma gestão municipal aqui no Rio Negro (em três municípios), é essa aproximação e parceria que estamos buscando concretizar há vários anos”- disse, Marivelton Rodriguês Barroso, diretor da FOIRN, de referência à região do Médio e Baixo Rio Negro.

    Presente no encerramento da conferência, o prefeito de Santa Isabel do Rio Negro, Araildo Mendes do Nascimento (Careca), disse que a causa indígena é coletiva, por isso, fazer parte e apoiar ações do movimento indígena deve ser motivo de orgulho, o que ele quer fazer, pois acredita nessa causa. E disse ainda que, é a obrigação do governo municipal reconhecer que em seu território existem diversos povos indígenas e que, deve-se fazer esforço para garantir que seus direitos sejam respeitadas e cumpridas. Como na abertura, o encerramento contou com a presença de todos os participantes, onde danças tradicionais foram apresentados e palavras de considerações finais foram dadas.

    Lideranças indígenas de etnias diferentes se unem para apresentar dança de carriçu, tradicional dos povos indígenas do Rio Negro
    Lideranças indígenas de etnias diferentes se unem para apresentar dança de carriçu, tradicional dos povos indígenas do Rio Negro

    As etapas locais da Conferência Nacional de Política Indigenista continuam até ao final de julho, a próxima conferência local será realizada em Iauaretê, onde povos que vivem no médio, alto Uaupés e Rio Papuri irão também discutir e debater problemas, demandas e elaborar propostas que serão reunidas com as demais conferências locais, na etapa regional prevista para o mês de agosto em São Gabriel da Cachoeira.

  • Baniwa e Coripaco criam Conselho Kaali para discutir gestão de conhecimentos e patrimônio cultural no Alto Rio Negro/AM.

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    Foram quatro dias de assembleia da Coordenadoria das Associações Baniwa e Coripaco (CABC) em Tunuí Cachoeira – Médio Içana, no município de São Gabriel da Cachoeira-AM.

    Nos dias 20 a 23 de agosto, representantes de 10 organizações indígenas da região do Içana e afluentes, e representantes de 93 comunidades, discutiram situação da saúde indígena, a questão da valorização dos conhecimentos tradicionais e da conservação de biodiversidade, histórico e principais conquistas do movimento Baniwa e Coripaco.

    No primeiro dia ocorreu a Oficina sobre Política Nacional de Gestão Territorial de Terras Indígenas (PNGATI), ministrada por André Fernando, liderança Baniwa e assessor da Coordenação Regional do Rio Negro da FUNAI. Durante a oficina foram apresentados e explicados, em língua Baniwa, os objetivos e as ferramentas para a implementação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) como, por exemplo, os conceitos de etnomapeamento e etnozoneamento do território. Além disso, foram apresentados e discutidos na plenária as diretrizes e os 7 Eixos Temáticos da PNGATI, à saber: (1) – Proteção Territorial e recursos naturais; (2)- Governança e participação Indígena; (3)- Áreas Protegidas, Unidades de Conservação e Terras Indígenas; (4) – Prevenção e recuperação de danos ambientais; (5) – Uso Sustentável de recursos naturais e iniciativas produtivas; (6) – Propriedade Intelectual e Patrimônio Genético e (7)- Capacitação, formação, intercâmbio e educação ambiental.

    Ainda no mesmo dia, foi a vez da Sandra Gomes Castro, representante da CAIMBRN (Coordenadoria das Associações do Médio e Baixo Rio Negro) apresentar as experiências da ACIMRN (Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro) sobre o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (SAT-RN), reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil em 2010.

    A exposição da experiência, de acordo com a Sandra, faz parte da divulgação do SAT-RN para as demais regiões, onde o trabalho ainda é pouco conhecido. Sua palestra visou ainda contribuir para a discussão e formação dos Conselhos de Roças Locais, uma das ações de salvaguarda iniciadas no âmbito do SAT-RN.

     O Histórico do Movimento Indígena Baniwa e Coripaco e suas principais conquistas também foi assunto de palestra, que teve como objetivo mostrar os avanços e as conquistas obtidas em mais de 20 anos de atuação, desde que foi criada a primeira organização indígena na região, a Associação das Comunidades Indígenas do Rio Içana (ACIRI), em 1989. Foi exposto um quadro indicativo de “antes e depois (hoje)”, para a visualização das conquistas. Experiências das iniciativas como a educação escolar indígena Baniwa e Coriapaco, Instituto de Conhecimentos Indígenas e Pesquisas do Rio Negro (ICIPRN) e Pimenta Baniwa também foram os assuntos de apresentação durante a assembleia. 

    Criação do Conselho Kaali

    Nas discussões e debates sobre a “Valorização dos Conhecimentos Tradicionais e Conservação de Biodiversidade no Território Baniwa e Coripaco”, que foi o tema central da assembleia, viu-se a necessidade de um diálogo ampliado e aprofundado sobre o tema. Por isso foi proposto e aprovado o Conselho Baniwa e Coripaco de Gestão de Patrimônio Cultural, ou Conselho Kaali.

    Na cultura Baniwa, Kaali foi um ser que deu origem à mandioca. Alguns clãs Baniwa contam em suas versões que ele foi a própria mandioca. A história é longa, mas o motivo da escolha foi o que esse nome representa para esses povos. A idéia é que o conselho reúna e fortaleça os conselhos que já existem na região, como o de Saúde, entre outros. A formação do conselho ainda está em processo de construção, e para isso foi montada uma comissão para iniciar a elaboração da documentação.

    A composição do Conselho Kaali vai contar com a participação de representantes de conhecedores tradicionais, professores de escolas de ensino médio e fundamental, estudantes, lideranças indígenas, Agentes Comunitários Indígenas de Saúde, até o número mínimo de 45 membros. E dois membros do Conselho Kaali serão os membros do Conselho de Roça Local (São Gabriel da Cachoeira), que já foram definidos durante a assembleia.

    Carta de apoio à Carta elaborada pela FOIRN em repúdio à situação da Saúde Indígena no Brasil e no Rio Negro

    Nós representantes legítimos do povo Baniwa e Coripaco reunidos na V Assembléia Geral da Coordenadoria de Associações Baniwa e Coripaco (CABC), no total de 132 pessoas entre lideranças de associações (OICAI, ACIRA, OIBI, ABRIC, UNIB, AAMI, OCIDAI, AMIBI, AIBRI e Diretor da FOIRN), professores das Escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio, agentes de saúde, convidados (ACIMRN e FUNAI), estudantes, produtoras, artesão e capitães (enawinai) das comunidades no período de 20 a 23 de Agosto de 2014 na comunidade Tunui Cachoeira, com o tema “Valorizando conhecimentos tradicionais e Conservação de Biodiversidade no Território Tradicional Baniwa e Coripaco”, após palestras, exposições e debates específicos sobre a saúde indígena Baniwa e Coripaco, o plenário deliberou para apoiar a iniciativa da FOIRN em defesa do direito a saúde indígena através da Carta Pública dos Povos Indígenas do Rio Negro sobre a Saúde Indígena no Brasil e reafirmamos que a saúde indígena em 93 comunidades, cinco pólos base para mais de 6.200 pessoas Baniwa e Coripaco é precária, péssima em infraestrutura, sem prédios, sem medicamentos e sem equipamentos. Por isso repudiamos os gestores da Saúde Indígena como todo na Gestão do subsistema. E pedimos que melhore o serviço de saúde indígena nas comunidades.

    Tunui Cachoeira/SGC/AM, 23 de Agosto de 2014

    Participantes avaliaram que a V Assembleia da CABC foi bastante produtiva

    Antes da avaliação da assembleia pelos participantes, foram definidos os nomes para a composição do Conselho da Roça de São Gabriel da Cachoeira (Conselho Local), e os 20 delegados para participar da Assembleia Geral da FOIRN, prevista para novembro em Santa Isabel do Rio Negro. Foi também feita uma eleição para a recomposição de diretoria da CABC, depois que um membro abandonou o cargo de vice-coordenador. 

    De acordo com a avaliação dos participantes, a assembleia foi importante para retomar as discussões sobre temas de relevância para os povos Baniwa e Coripaco, e definir ações para próximos anos, como é o caso do Conselho Kaali, que vai contribuir decisivamente nas discussões sobre a valorização de conhecimentos tradicionais e gestão de patrimônio cultural no território Baniwa, que compreende a região do Içana e afluentes.

  • Assembleia da CAIMBRN discute valorização dos conhecimentos tradicionais e repudia ataques aos direitos indígenas em Barcelos/AM

     

    A FOIRN através das 5 Coordenadorias Regionais está realizando assembleias nas regionais para discutir e propor ações junto com os parceiros e instituições locais para os principais problemas e desafios enfrentados hoje pelos povos indígenas do Rio Negro.

    Neste ano, o tema principal em debate no Rio Negro é “Valorizando Conhecimentos Tradicionais e a Conservação da Biodiversidade”, com a proposta de buscar caminhos que as associações, as coordenadorias e a própria FOIRN deve trilhar para que os conhecimentos relacionados ao uso dos recursos naturais e a própria forma de viver e de se relacionar com a natureza, que são fundamentais para a conservação da biodiversidade, continuem fortalecidos.

    Dessa vez, entre 30 de julho a 01 de agosto, foi a Coordenadoria das Associações Indígenas do Baixo e Médio Rio Negro (CAIMBRN) que realizou sua V Assembleia Regional Ordinária. Onde mais de 80 participantes, entre estes, lideranças representantes de 11 organizações Indígenas e de instituições parceiras como ISA, FUNAI, IPHAN, Cimi, FVA apresentaram as atividades realizadas direcionadas ao tema central da assembleia.

    Experiências e ações

    As experiências iniciadas por algumas organizações indígenas junto com a FOIRN e parceiros foram apresentadas. A ACIBRN (Associação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro), sediada na comunidade Tapuruqura Mirin – médio Rio Negro, apresentou a inédita experiência de construção participativa de um modelo de Turismo de Pesca Esportiva a ser desenvolvido no Rio Marié, prevista para entrar em operação ainda esse ano. A ACIR (Associação das Comunidades Indígenas e Ribeirinhas) apresentou o trabalho que está sendo organizado para extração da borracha e a participação como parceira e colaboradora na construção com as organizações indígenas do Alto Rio Negro nesse mesmo processo e proposta de trabalho.

    A ACIMRN (Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro) apresentou em parceria com o IPHAN no processo de criação dos “Conselhos da Roça”, que faz parte de uma série de ações de salvaguarda do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (SAT-RN), uma discussão que também está sendo feita em outras regionais. O objetivo é que esse espaço (Conselho) sirva para compartilhamento e transmissão de conhecimentos relacionados ao SAT-RN.

    Ordenamento Pesqueiro e Cadeia de Produtiva da Piaçava no Rio Xié também foram temas de exposição durante o evento. O primeiro tema debatido foi o levantamento realizado pela ACIMRN e ASIBA (Associação Indígena de Barcelos) em parceria com a FOIRN e ISA, um trabalho que já resultou em publicações como a série “O que fazer para o peixe não acabar”. O segundo, apesar de ser uma proposta em processo no Alto Rio Negro, sobretudo no rio Xié, foi exposto, pois, a piaçaba é uma das atividades realizadas no Baixo Rio Negro, principalmente no município de Barcelos.

    Carta de repúdio ao ataques aos Direitos Indígenas em Barcelos

    Um dos encaminhamentos feitos na V Assembléia Regional foi a moção de repúdio contra ataques aos direitos indígenas que se tornou freqüente através de mobilizações, notas públicas e publicações em meios de comunicação, feitas por organizações não-governamentais constituídas em associações de classe, como de pescadores, patrões de piaçaba e de operadores de turismo, contrárias à demarcação das terras indígenas. Estas associações negam a identidade étnica e incitam o ódio aos povos indígenas, o desrespeito aos direitos originários garantidos constitucionalmente, com o fim de que as terras indígenas não sejam demarcadas e os índios não possam exercer o seu direito de uso livre dos recursos naturais para a sobrevivência e bem viver na região.

    O documento diz ainda:, “estes ataques contêm mentiras e incitam a prática de crimes contra nossos parceiros e aliados, como a ameaça de morte feita a um voluntário que trabalha conosco, visando impedir que continuemos a receber apoio para realizar os nossos trabalhos em favor das comunidades indígenas localizadas na calha do Rio Negro, especificamente no município de Barcelos”.

    A carta finaliza com o pedido de medidas por parte dos órgãos públicos federais para garantir a integridade física das lideranças e dos parceiros e aliados do movimento indígena do Rio Negro. Leia a carta no linka abaixo:

    http://zip.net/blpcZG

    Organizações Indígenas que participaram da V Assembleia da CAIMBRN em Barcelos.

    – Associação Indígena de Barcelos (ASIBA).

    – Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro (ACIMRN).

    – Associação Indígena AHKOIWI (Água e Terra).

    – Associação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro (ACIBRN).

    – Associação das Comunidades Indígenas e Ribeirinhas (ACIR).

    – Associação Indígena da Área de Canafé e Jurubaxi (AIACAJ)

    – Associação das Comunidades Indígenas do Rio Preto (ACIRP).

    – Associação Indígena de Floresta e Paudauri (AIFIP).

    – Associação de Base Demini e Aracá (AIBAD).

    – Associação Indígenas do Baixo Rio Negro e Caurés (AIBRNC).

    – Núcleo de Arte e Cultura Indígena de Barcelos (NACIB)*

    * – A proposta de adesão foi apresentada e aprovada na Assembleia, a partir de agora passa a fazer parte das organizações Indígenas filiadas à FOIRN, coordenadas pela CAIMBRN.

     

  • Oficina em São Gabriel (AM) debate Instituto dos Conhecimentos e Pesquisas Indígenas do Rio Negro

    Participantes da Oficina, realizada no espaço público do ISA em São Gabriel da Cachoeira. Foto: SETCOM/FOIRN
    Participantes da Oficina, realizada no espaço público do ISA em São Gabriel da Cachoeira. Foto: SETCOM/FOIRN

    Representantes do CGEE, da Foirn, do MEC, do ISA e lideranças indígenas locais expuseram expectativas e debateram conteúdos possíveis para o instituto

    Reunidos na sede do ISA, em 8 de abril, em São Gabriel da Cachoeira, noroeste amazônico, os participantes lembraram da importância do processo que levou à ideia de criação do Instituto dos Conhecimentos e Pesquisas Indígenas do Rio Negro (ICPIRN). Tal trajetória envolve experiências piloto em educação indígena cujos eixos de trabalho abarcam valorização dos conhecimentos locais, metodologia por meio de pesquisas, elaboração de materiais nas línguas indígenas e conceituação do bem viver dos povos indígenas do Rio Negro. Saiba mais sobre a educação escolar indígena no Rio Negro.

    Em 2012, a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e o ISA apresentaram ao MEC a proposta do ICPIRN relacionando conhecimentos interculturais e pesquisa no Rio Negro e após discussões sobre possíveis formatos institucionais e parcerias, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, juntou-se ao processo. Durante a oficina houve uma apresentação sobre o CGEE na qual foram destacados o eixo institucional de trabalhar em processos conjuntos e o objetivo de subsidiar processos de tomada de decisão em temas relacionados a ciência, tecnologia e inovação. Com vistas a este objetivo, um dos eixos de atuação é trabalhar com novas fronteiras do conhecimento, e nele o ICPIRN pode ser incluído.

    Em seguida, conhecedores locais e lideranças indígenas expuseram suas expectativas em um momento no qual passado, presente e futuro foram relacionados. “Tinha o sonho grande de conciliar conhecimentos nossos e a ciência. Talvez conciliando os dois conhecimentos seja uma maneira de construir um desenvolvimento sustentável. Não estragar a natureza com a filosofia de produzir teria um resultado mais saudável, mais harmônico”, relatou o líder tuyuka Higino Tenório, líder tuyuka. Ele participa das experiências interculturais no Rio Negro desde que elas se inciaram.

    Quebrar o preconceito é fundamental

    Já André Fernando, liderança baniwa, contou que nos mais de 20 anos em que trabalha no movimento indígena um dos pensamentos principais é quebrar o preconceito. “Parece que os índios não têm geografia, arquitetura, matemática e nós descobrimos que temos todas essas áreas de conhecimento. Temos medicina que cura, previne, traz embelezamento”. Ivo Fontoura, Tariano, que trabalha no setor de educação da Foirn, complementou: “Nossos avós teleguiavam cigarros e era tipo um controle remoto que eles tinham. Essa medicina vai ser traduzida no contexto do instituto.”

    Os participantes se dividiram então em dois grupos de trabalho, um sobre programa de formação e outro sobre estrutura institucional. No final da oficina foram apresentados os resultados da conversa de cada grupo. Quanto à estrutura do ICPIRN, foi acordado que os principais beneficiários devem ser os povos indígenas do Rio Negro. Foram mencionados ainda a comunicação entre jovens e adultos e o próprio mercado de trabalho que será transformado por novos conhecimentos e áreas de interesse. Os participantes consideraram que o principal recurso do Instituto são os recursos humanos e que a iniciativa agrega valor devido à sua capacidade de diálogo, pluralidade e legitimidade, uma vez que é fruto de um processo participativo e conjunto entre povos indígenas e instituições parceiras.

    Sobre o programa de formação, levando em conta a região pluriétnica e de grande extensão geográfica que é o Rio Negro, destacou-se que a seleção deve contemplar, em primeiro instante, regiões que já contam com iniciativas de pesquisa e que uma vez iniciados os trabalhos o acompanhamento das pesquisas é essencial. Também se debateu a criação de novas posições como a de tecnólogos indígenas contemporâneos que aliarão técnicas indígenas com novas tecnologias e que as pesquisas orbitarão em torno de três eixos: manejo do mundo, narrativas de origem e economia indígena. Finalmente, chamou-se atenção para a importância de localizar onde estão os conhecimentos e como estes devem ser trabalhados.

    No encerramento da oficina, representantes do CGEE, Foirn, ISA e MEC reafirmaram a importância de continuar o trabalho em parceria e que os próximos passos envolvem a elaboração de um pré-projeto operacional para que questões práticas do instituto sejam definidas, experimentadas e aperfeiçoadas.

    Fonte: Instituto Socioambiental.