Categoria: Expedição Anaconda

  • Segunda etapa da expedição anaconda acontece entre 26/01 e 06/02

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    Com a participação de diversos conhecedores indígenas dos povos Desana, Pira-Tapuia, Tukano, Tuyuka, Bará e Barasana, que vivem nos lados brasileiro e colombiano da bacia do rio Uaupés e Apapóris, a expedição tem por objetivo realizar a identificação e registro dos lugares sagrados de trecho do rio Negro e do curso baixo do rio Uaupés. Estes lugares tem uma grande importância para os povos indígenas que vivem nessa região de fronteira entre Brasil e Colômbia e o trecho a ser percorrido faz parte da rota de origem dos grupos da família linguística tukano oriental.

    A expedição partiu de São Gabriel da Cachoeira e vai subir pelo rio Negro e rio Uaupés até chegar à cachoeira de Ipanoré, onde os primeiros ancestrais dos diversos povos apareceram neste mundo transformados em seres humanos verdadeiros, depois de uma longa viajem pelos cursos dos rios Amazonas, rio Negro e Uaupés no bojo de uma cobra-canoa. Para registrar os lugares sagrados, os conhecimentos e as histórias narradas pelos conhecedores participantes, uma equipe de filmagem do Vídeo nas Aldeias está acompanhando a expedição.

    A atividade faz parte do projeto Mapeo, desenvolvido no âmbito de uma parceria entre a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro-FOIRN, o Instituto Socioambiental-ISA e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN. E recentemente o projeto recebeu também o apoio da FUNAI, através da Coordenação Regional Rio Negro.

    Vale lembrar ainda que o Mapeo vem sendo articulado já há vários anos com iniciativas similares desenvolvidas do lado colombiano pelas associações indígenas, instituições governamentais e não-governamentais, com o intuito de estabelecer acordos bilaterais e estratégias conjuntas para a salvaguarda do patrimônio cultural e ambiental do Noroeste Amazônico.

    A primeira etapa da expedição anaconda ocorreu no início de 2013 e percorreu o trecho do rio Negro entre Manaus e São Gabriel da Cachoeira registrando 23 sítios sagrados.

    Assista o vídeo da Expedição (primeira etapa):

    Saiba mais sobre a expedição:

    Entrevista com Aline Scolfaro – A Expedição Anaconda e a valorização da cultura indígena.

    – Expedição inédita sai de Manaus e sobe o Rio Negro para mapear lugares sagrados

    –  Expedição Anaconda chega a Barcelos depois de 14 pontos de parada em uma semana de navegação

    – Expedição Anaconda chega ao seu destino depois de duas semanas navegando pelo Rio Negro

  • III Reunião Técnica Binacional Brasil/Colômbia.

    25, 26 e 27 de Novembro de 2013.

    Agenda Conjunta para Cartografia Cultural do Noroeste Amazônico

    Os representantes de instituições governamentais, não governamentais e organizações indígenas abaixo mencionados, reunidos em Mitú, Uaupés (Colômbia) durante os dias 25, 26 e 27 de Novembro de 2013, acordaram o seguinte:

    Considerando:

    Que no marco do Convênio Cultural entre a República de Colômbia e República Federativa do Brasil, se realizou a IV Comissão Mista de Cultura, Educação e Desporto, em junho de 2009, na qual se acordou um Programa de Cooperação entre os dois países para o período de 2009-2012, sendo um de seus componentes a: “V. Preservação e Salvaguarda de Bens Culturais”;

    Que Colômbia e Brasil tem Constituições Políticas que reconhecem os direitos dos Povos Indígenas; que ratificaram instrumentos multilaterais como o Convênio 169 da OIT, a Convenção da UNESCO para Salvaguarda do Patrimônio Imaterial de 2003 e a Convenção da Diversidade Biológica, e desenvolveram tais instrumentos através de sua legislação e jurisprudência;

    Que a Convenção da UNESCO para Salvaguarda do Patrimônio Imaterial de 2003, reconhece a importância da salvaguarda do patrimônio cultural imaterial como fundamento para manutenção e sobrevivência cultual dos povos indígenas e que assim mesmo o Convênio da Diversidade Biológica em seu artigo 81 reconhece a importância que tem os conhecimentos, as inovações e práticas tradicionais dos povos indígenas na conservação e manejo da diversidade biológica;

    Que Brasil e Colômbia são membros do Centro Regional para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da América Latina – CRESPIAL;

    Que ambos países se encontram realizando processos de salvaguarda do patrimônio natural e cultural e tem compartilhado as experiências de ambos países , tanto de instituições governamentais, não governamentais e organizações indígenas;

    Que salvaguarda dos sítios sagrados e de importância cultural deve ser assegurada por políticas de Estado com um enfoque de direitos humanos;

    Reconhecendo que o patrimônio cultural imaterial dos povos indígenas transcende as fronteiras e que portanto os Estados devem cuidar para que as ações que se desenvolvem em zonas limítrofes respeitem esta unidade cultural;

    Reconhecendo os direitos coletivos dos povos indígenas sobre seu patrimônio cultural imaterial;

    Entendendo a importância dos esforços de cada país para a salvaguarda do patrimônio natural e cultural;

    Respeitando as formas nacionais e tradicionais de abordar os diferentes assuntos relacionados com a salvaguarda do patrimônio natural e cultural, as políticas públicas e legislações relacionadas com o tema;

    Reconhecendo o papel e a importância que os lugares sagrados e as cosmovisões dos povos indígenas tem para a conservação do patrimônio natural e cultural da região do noroeste amazônico;

    Reconhecendo e respeitando o direito próprio dos povos indígenas à gestão de seu patrimônio natural e cultural.

    Objetivos de trabalho conjunto:

    Somar esforços de cooperação, fortalecer e facilitar a articulação entre instituições governamentais, não governamentais e organizações dos povos indígenas para salvaguarda do patrimônio cultural imaterial associado à conservação (español) preservação (português) da diversidade nos territórios indígenas do noroeste amazônico.

    Fortalecer a capacidade de gestão dos povos indígenas e as comunidades de base para impulsionar a salvaguarda e a proteção do patrimônio natural e cultural frente às ameaças ou riscos.

    Adiantar um processo interinstitucional conjunto entre organizações governamentais, não governamentais e indígenas, que reúna, identifique, reconhece e valorize o patrimônio imaterial dos povos indígenas do noroeste amazônico em Colômbia e Brasil, em especial o sistema de sítios sagrados e os conhecimentos associados.

    Pontos de comum acordo:

    1. Fomentar o intercambio de experiências em curso na região orientadas à salvaguarda do patrimônio cultural e natural através de encontros binacionais (encontros, oficinas, recorridos, entre outros) que reconheçam o protagonismo dos povos indígenas.
    2. Fomentar o conhecimento, intercâmbio e articulação de instrumentos políticos metodológicos existentes ou outros que surjam no processo de intercâmbio binacional.
    3. Consolidar a elaboração de cartografia cultural como ferramenta para dar a conhecer a importância dos sítios sagrados e conhecimentos associados, para incidir nas políticas nacionais e internacionais relacionadas com sua proteção e salvaguarda.
    4. Avançar no processo de reconhecimento do patrimônio cultural imaterial a nível nacional e elaborar um plano de salvaguarda binacional.
    5. Desenvolver um processo orientado à sua solicitação de declaratória, seja para lista de Patrimônio Mundial (Convenção 72) ou a lista representativa de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade (Convenção de 2003) da UNESCO do sistema de sítios sagrados, lugares de alto valor cultural e conhecimentos tradicionais associados no Noroeste Amazônico.

    Ações prioritárias

    A curto prazo (2014)

    –      Socialização e posicionamento do informe de avanços a nível local, regional e binacional.

    –      Gestão política para reunir as (os) Ministras (os) de Cultura de Colômbia e Brasil em 2015 para socializar os avanços da iniciativa e buscar apoio na gestão de políticas de Estado orientadas à salvaguarda dos sítios sagrados e de alta importância cultural, ao menos na região amazônica.

    –      Estratégia de comunicação para dar a conhecer a importância dos sítios sagrados e os conhecimentos associados ao território da Amazônia, e a necessidade de incluí-los em políticas e instrumentos de ordenamento territorial, desenvolvimento, vida e setoriais, a nível local, regional e nacional.

    –      Fomento à articulação com outras entidades, governamentais e não governamentais, que estejam relacionadas com salvaguarda dos sítios sagrados e de importância cultural.

    –      Intercâmbios de experiências entre organizações indígenas que fazem parte da iniciativa no Brasil e na Colômbia, e entre estas  e outras que estejam interessadas em participar .

    –      Apoio e articulação das iniciativas das mulheres relacionadas com o fortalecimento dos conhecimentos e práticas associadas a seus papeis tradicionais de gênero.

    A médio prazo (2015 – 2016)

    –      Formalização de acordos de manejo de sítios sagrados entre organizações e comunidades indígenas nas zonas fronteiriças de Brasil e Colômbia (Rio Uaupés; zona de Iauareté; rio Içana; rio Tiquié).

    –      Identificação de instrumentos para salvaguarda dos sítios sagrados e de importância cultural a nível internacional.

    –      Apoio mútuo e participação na definição de políticas para salvaguarda dos sítios sagrados e de importância cultural.

    –      Definição, conjuntamente com os indígenas, de um protocolo binacional para o intercâmbio, acesso e manejo da informação cartográfica.

    –      Realização do IV Reunião Técnica Binacional em 2015 para socializar os novos avanços e atualizar a agenda comum.

    –      Fazer um segundo informe de avanços incorporando as recomendações ao primeiro informe realizadas durante esta reunião, que figuram na ata anexa.

    Firmantes:

    1. Faustino Benjamim – Delegado de Meio Ambiente da ACAIPI
    2. Reynel Ortega – Coordenador Tradicional do Meio Ambiente da ACAIPI
    3. Higino Pimentel Tenório – Liderança da FOIRN
    4. Ivo Fontoura – Assessor Indígena da FOIRN
    5. Nildo Fontes – Diretor da FOIRN
    6. Daniel González – Representante legal da ACURIS
    7. Julio López – Tesoureiro da ACURIS
    8. German Valencia – Secretário Geral da ACURIS
    9. Edgar Tanimuca – Operário PPN Yaigojé Apaporis

    10. Aldemar Macuna – Comité de Territorio PNN Yagojé Apaporis

    11. Silvia Gómez – Grupo de Patrimônio Imaterial/Ministério da Cultura da Colombia

    12. Aline Scolfaro – Instituto Socioambiental/ISA

    13. Renata Alves – Instituto Socioambiental/ISA

    14. Francisco Von Hildebrand – Diretor da Fundación Gaia Amazonas

    15. Carolina Duque – Fundación Gaia Amazonas

    16. Andrés Spath – Fundación Gaia Amazonas

    17. Jorge Gonzáles – Fundación Gaia Amazonas

    18. Andrés Llanos – Fundación Gaia Amazonas

    19. Natalia Hernández – Convênio Ministério da Cultura da Colômbia/Fundación Etnollano

    20. Marcela Jiménez – Convênio Ministério da Cultura da Colômbia/Fundación Etnollano

    Para saber mais leia:  Brasil e Colômbia debatem salvaguarda de locais sagrados indígenas do noroeste amazônico

  • Oficina de Legendagem e tradução reúne cineastas indígenas em São Gabriel da Cachoeira

    Na abertura oficial, foram apresentados os vídeos que serão traduzidos durante a oficina.
    Na abertura oficial, foram apresentados os vídeos que serão traduzidos durante a oficina.

    A Oficina de Tradução e Legendagem dá seqüência às atividades realizadas no âmbito do Projeto Mapeo, uma iniciativa pioneira de valorização do patrimônio cultural dos povos indígenas do Noroeste Amazônico que vem sendo desenvolvida pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro-FOIRN em parceria com Instituto Socioambiental-ISA, Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional-IPHAN/Minc, Vídeo nas Aldeias e mais algumas instituições governamentais, não-governamentais e organizações indígenas da Colômbia.

    O objetivo da oficina é traduzir para o português e legendar as 20 horas de gravações captadas no curso da expedição anaconda pelas câmeras dos cinegrafistas indígenas João Arimar Noronha Lana, da etnia Tariano, Adelson Meira, da etnia Tuyuka, e do cineasta Vincent Carelli do Vídeo nas Aldeias, quem coordenou os trabalhos de filmagem e registro da expedição. Com a participação de diversos conhecedores indígenas das calhas dos rios Uaupés, Papuri e Tiquié e mais alguns documentaristas, lideranças e assessores, a expedição, que ocorreu entre fevereiro e março deste ano, teve como intuito refazer parte da rota de origem dos povos indígenas da famílias linguística Tukano. Os participantes percorreram mais de 800 quilômetros no curso do rio Negro entre Manaus e São Gabriel da Cachoeira, identificando 23 sítios sagrados localizados neste trajeto e fazendo o registro dos conhecimentos e das histórias a eles relacionadas. A viagem foi apenas a primeira de uma série que vem sendo planejada no intuito de registrar o caminho percorrido pela cobra-canoa ancestral que levou os grupos indígenas de língua Tukano até os locais em que hoje vivem, na região do Alto Rio Negro. A próxima expedição terá a cidade de São Gabriel da Cachoeira como ponto de partida e a cachoeira de Ipanoré, no médio rio Waupés, como destino.

    Uma das integrantes da expedição e também uma das organizadoras da oficina, Aline Scolfaro do Programa Rio Negro do ISA-Instituto Socioambiental, explica que com o material produzido na oficina de tradução e legendagem, será possível produzir um videoclipe para divulgação externa do projeto, com o objetivo de mostrar a importância do registro e preservação dos lugares sagrados para os povos do rio Negro. “É importante que o trabalho de registro dos lugares sagrados, iniciado pela expedição Anaconda seja divulgado para chamar a atenção da sociedade em geral e principalmente o governo para a importância desta iniciativa e para a necessidade de se obter apoio para expandir essas experiências”, explica Aline.

    João Arimar, Tariano, 33, é cineasta de Iauaretê/Médio Waupés. O primeiro contato com uma câmera filmadora foi em uma oficina realizada após o registro da “Cachoeira das Onças”, documentário que ocorreu há 5 anos e que foi produzido no processo de registro pelo IPHAN da Cachoeira das Onças como lugar sagrado dos povos indígenas dos rios Uaupés e Papuri e Patrimônio Cultural do Brasil. Segundo ele, participou da expedição Anaconda como “câmera. Na oficina traduz as falas em Tukano para o português. Ele disse que a parte mais difícil da tradução é “tentar” traduzir termos de difícil interpretação, “algumas palavras vão assim mesmo”, afirma.

    Tatiana Andrade ou Tita, Pernambucana, 30, é a facilitadora da oficina. A respeito das palavras difíceis, deixa claro: “Ainda que seja necessário dois ou até três linhas para traduzir o significado de apenas uma palavra, vamos colocar. Isso é importante para as pessoas que não entendem as línguas usadas nas gravações, para que entendam a importância daquele lugar”.

    Ela atua há 4 anos no Vídeo das Aldeias, que é parceiro no projeto Mapeo e que realiza as filmagens junto aos cineastas indígenas, faz a sistematização e a pré-edição do material. Segundo ela, a oficina é mais que o trabalho de colocar legenda, é também um encontro das ferramentas tecnológicas (programas de computador) com as narrativas. “Os participantes da oficina estão aprendendo a usar as ferramentas e fazendo os recursos dialogarem com as narrativas”, explica. A respeito dos avanços da oficina ela elogia os tradutores dizendo que “são bem detalhistas, como têm experiências e uma vivencia frequente com os antropólogos, possuem conhecimento de termos e recursos linguísticos apropriados para o trabalho, por isso, espero que o vídeo possa também ter um aproveitamento acadêmico, em algum nível”.

    Higino Tenório, 58, Tuyuka, na expedição Anaconda teve a função de articulador e mobilizador junto aos conhecedores e também foi um aprendiz, ressaltando que  “durante a viagem aprendi com os velhos e completei meus conhecimentos”. Na oficina é tradutor da língua Bará e Tuyuka. A respeito da oficina e ao uso das novas tecnologias como aliadas na preservação e valorização das culturas indígenas, disse que o “uso das ferramentas tecnológicas garante a perpetuação destes conhecimentos para futuras gerações”. E ainda ressalta, “mostrar para a sociedade em geral, principalmente os não-indígenas que a região do Rio Negro é ocupado desde tempos remotos e que não é uma área vazia como muitos pregam”.

    Adelson Marques Tuyuka, 20, Ivo Fernandes Fontoura, 39, Nivaldo Castilho, 40, completam a equipe de tradutores na Oficina de Legendagem que começou no dia 29 de julho e vai até 13 de agosto no Pontão de Cultura do Rio Negro/FOIRN em São Gabriel da Cachoeira.

    Expedição Anaconda: “Seguindo os rastros dos ancestrais”.

    Sítio Temendawi, médio Rio Negro, um dos lugares sagrados visitados pela expedição.
    Sítio Temendawi, médio Rio Negro, um dos lugares sagrados visitados pela expedição.

    A expedição Anaconda foi realizada durante 14 dias, no período de 03 a 24 de março deste ano, que visitou 23 lugares sagrados compartilhadas na tradição narrativa grupos étnicos da família linguística Tukano. O próximo trecho do percurso a ser realizado é entre São Gabriel da Cachoeira à Ipanoré médio rio Waupés de está prevista, se tudo correr bem, para o mês de fevereiro do próximo ano. “Nas narrativas de origem a viagem da Cobra Canoa de Transformação, começou do Lago de Leite, Baía de Guanabara, que fica no rio de Janeiro até Ipanoré, Médio Waupés, foram os ancestrais totalmente “espíritos”, que ao longo da viagem se transformavam. E somente a partir de Ipanoré que nasceram os ancestrais físicos que ocuparam os territórios dados pelo criador” – explica Higino. Por isso, segundo ele, a primeira parte da expedição só será concluída quando completar o percurso que será a chegada em Ipanoré. “Do trecho de São Gabriel-Ipanoré serão visitados 20 lugares sagrados”- completa Higino.

    Saiba mais:

    – Entrevista com Aline Scolfaro – A Expedição Anaconda e a valorização da cultura indígena.

    – Expedição inédita sai de Manaus e sobe o Rio Negro para mapear lugares sagrados

    – Expedição Anaconda chega a Barcelos depois de 14 pontos de parada em uma semana de navegação

    – Expedição Anaconda chega ao seu destino depois de duas semanas navegando pelo Rio Negro