Semana do Clima de Nova Iorque 2024, discussões sobre Governança Indígena e Sustentabilidade na Amazônia
A Semana do Clima de Nova Iorque de 2024 foi um palco significativo para a discussão de questões climáticas e de biodiversidade, com uma participação notável da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), representada pela diretora vice presidente, Janete Alves do povo Desana e outros representantes indígenas.
“O objetivo principal foi falar das iniciativas da FOIRN no Projeto For Eco que é Programa de economia florestal, uma iniciativa de sociobiociência para e por povos indígenas e comunidades locais onde pude falar da atuação da FOIRN dando apoio e acompanhando as iniciativas das associações e valorizando a cultura, o sistema agrícola tradicional onde temos nossa segurança alimentar. As iniciativas buscam também sempre incentivar o Manejo ambiental, pois a floresta é vida para os povos indígenas. Ressaltei também sobre a emergência climática que estamos sendo afetados e precisamos de apoio para buscar estratégias de adaptação a essa situação que o Brasil enfrenta. Pude também participar nos debates sobre o Mercado de Carbono, onde Rio Negro está sentindo dificuldade, mas também sempre buscando informações para poder repassar sobre o que e REDD+, como podemos fazer, como podemos entender melhor, para que futuramente não possamos sofrer as consequências negativas, principalmente às comunidades de difícil acesso e comunidades da fronteira. Então ressaltamos que antes de tudo as empresas interessadas precisam respeitar nossos direitos, buscando diálogo, cumprindo o Protocolo de Consulta. Porque precisamos entender melhor de como será e como funcionará. Precisamos sim acessar políticas públicas, mas de qualquer jeito não”. Afirmou Janete Alves – Diretora Vice Presidente da FOIRN.
Durante o evento, diversos painéis abordaram temas importantes, desde modelos de governança e financiamento liderados por povos indígenas até a integridade dos mercados de carbono e os direitos indígenas dentro desses mercados.
Janete Alves – Diretora Vice PresidenteApresentação sobre iniciativas da FOIRN com apoio da RFN/Programa-For EcoPainel Sobre Mercado de carbono .
No primeiro painel, a RFN destacou a importância da ação local para gerar um impacto global, enfatizando como as práticas de governança e os modelos de financiamento indígenas podem ser fundamentais na luta contra as crises climáticas e de biodiversidade.
A representação da Amazônia Brasileira por Ângela Kaxiuyana trouxe à tona as iniciativas do Fundo Podaali, um exemplo de autogestão indígena que visa apoiar projetos sustentáveis e fortalecer as comunidades locais.
O segundo painel da RFN abordou a integridade social nos mercados de carbono, com Francisca Arara do Acre apresentando as iniciativas do estado para melhorar o acesso ao mercado de carbono. No entanto, ela expressou preocupações sobre a falta de consulta às comunidades indígenas, ressaltando a necessidade de respeitar os direitos indígenas em todos os processos.
O terceiro painel, co-organizado pela RFN e Nia Tero, focou no mercado de carbono e nos direitos indígenas, discutindo como as terras indígenas estão sendo visadas por empresas privadas e a importância de envolver os povos indígenas na construção de projetos relacionados ao crédito de carbono.
Finalmente, o debate sobre o projeto ForEco da FOIRN ilustrou como a marca Wariró está sendo desenvolvida para promover o empoderamento feminino e o desenvolvimento de produtos agrícolas, artesanato e ecoturismo, contribuindo para a economia indígena sustentável.
Essas discussões na Semana do Clima de Nova Iorque destacam a crescente consciência sobre a importância dos povos indígenas e comunidades locais no enfrentamento das mudanças climáticas e na conservação da biodiversidade. As experiências compartilhadas e as preocupações levantadas reforçam a necessidade de uma colaboração mais estreita entre governos, setor privado e comunidades indígenas, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e seus direitos respeitados na busca por soluções sustentáveis.
Participação de organizações indígenas e indigenista: Igor – RFN; Keila – AMIM; Janete Alves – FOIRN; Jawaruwa Wajãpi – APIMA; Júlio – CNS e Talita – RCA
A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), representado por seu diretor presidente e de referencia da região da Coordenadoria das Associações Indígenas do Médio e Baixo Rio Negro (CAIMBRN), Marivelton Barroso do povo Baré, participa da reunião do Conselho da Associação Kurikama Yanomami, no rio Marauiá, na aldeia Bicho Açú, sede da associação.
Durante a reunião que deu inicio desde o dia 26/06, foi tratado sobre a Situação da conjuntura do movimento indígena. Através da Mirian Brito do povo Baré, teve a exposição sobre o Fundo Indígena do Rio Negro (FIRN) e o fortalecimento das associações de base com o projeto da associação Kurikama.
As pautas que serão discutidas hoje dia (27) será sobre a Educação, a atuação da Seduc e Semed na aérea de formação continuada, PSS, Construção de Escolas, etc. Também será discutida sobre atuação da FUNAI, CTL, troca de coordenador técnico que atua no Município de Santa Isabel do Rio Negro.
A equipe Foirn esta composta por Marivelton Barroso – Diretor Presidente da Foirn; Miriam Pereira – Assistente administrativo financeiro do Projeto FIRN; Belmira Melgueiro – Coordenadora do Departamento de Educação e Patrimônio Cultural da Foirn; Glória Rabelo – Coordenadora do departamento das Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN); Adilson Joanico – Presidente da Acimrn; Deivison Murilo – CAIMBRN, Gilce França – Articuladora de Educação do Médio e Baixo Rio Negro e Guilherme Costa Veloso – CTL Funai Santa Isabel.
Encontro realizado em São Gabriel da Cachoeira discutiu alternativas de geração de renda para os povos indígenas do rio Negro
Diretor Presidente, Marivelton Rodrigues coordena a I Rodada sobre Etnodesenvolvimento. Foto: Setcom/Foirn
Denominada de “I Rodada sobre Etnodesenvolvimento em Terras e Comunidades Indígenas”, o encontro realizado no dia 15 de fevereiro teve como objetivo aproximar o diálogo sobre economia indígena entre a FEI (Fundação Estadual do Índio) e a Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), que atua em uma área de aproximadamente 11,5 milhões de hectares de terras indígenas reconhecidas.
O diretor-presidente da FEI, Amilton Gadelha, informou que o encontro visa iniciar um “mapeamento da economia indígena no Estado do Amazonas” para que seja feito um diagnóstico das suas potencialidades e dificuldades. “Existe falta de fomento e de políticas públicas em todos os níveis de governo para a economia indígena. Queremos saber quais são as ações promissoras que já estão em andamento e que precisam ser apoiadas”, ressaltou o presidente da FEI.
Menos imposto, mais produto indígena
Em desenvolvimento no rio Negro, o projeto “Territórios da Diversidade Socioambiental”, executado pelo ISA em parceria com a Foirn e associações locais, busca inserir em mercados de alto valor agregado uma cesta de produtos do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, como artesanatos e alimentos.
Algumas cadeias produtivas desse sistema enquadram-se entre as iniciativas bem sucedidas em andamento e que precisam ser estimuladas. Um exemplo concreto é o da pimenta jiquitaia “Baniwa”, comercializada pelo povo Baniwa para uma rede de 28 parceiros comerciais no Brasil, em pequena escala para os Estados Unidos e usada por chefs como Alex Atala, Felipe Schaedler (especializado em comida amazônica) e Bela Gil.
“Há um enorme potencial na região que só precisa de maior apoio, como isenção do ICMS para produtos indígenas. Conseguir desonerar esses produtos seria uma ótima política de Estado para os povos indígenas do rio Negro”, disse o geógrafo do ISA, Wilde Itaborahy, que atua com pesquisa e desenvolvimento socioambiental na Amazônia e assessora a Foirn na implementação das cadeias produtivas.
O cálculo feito pelo ISA é de que 12% do preço de venda do potinho de Pimenta Baniwa é recolhido para pagar ICMS. Em uma venda para clientes no Brasil a R$ 22,50, por exemplo, isto representa R$ 2,64. Um valor que onera muito essa cadeia produtiva, que é baseada no comércio justo e na manutenção de uma atividade econômica ligada à cultura dos povos indígenas do rio Negro.
Para estimular a economia indígena em São Gabriel da Cachoeira, será construída uma Central Multiprodutos da Foirn, junto à sede da Federação. No local, os indígenas poderão vender uma grande variedade de produtos, como mel nativo de abelhas amazônicas, castanhas, tucupi, farinhas, tapiocas, artesanato e cerâmica. “É uma grande oportunidade de alavancar a economia indígena, mas precisamos contar com maior incentivo público para que tenhamos, de fato, um desenvolvimento sustentável pensado a longo prazo para a Amazônia e os povos indígenas”, enfatiza o presidente da Foirn, Marivelton Barroso, da etnia Baré.
Câmara de negócios indígenas
As rodadas de conversa da FEI serão levadas também a outros pontos do estado, como Parintins e as regiões dos rios Madeira, Juruá e para a Terra Indígena (TI) Vale do Javari. Segundo Gadelha, é lamentável que o estado do Amazonas não tenha uma “câmara de negócios indígenas” que possa apoiar a construção de uma política de Estado voltada para o desenvolvimento socioeconômico sustentável dos povos indígenas em suas terras demarcadas, que ocupam cerca de 30% do território amazonense, com 179 TIs e 66 povos indígenas.
O diálogo é importante, mas precisa ser levado adiante com propostas que de fato saiam do papel, anseiam as lideranças indígenas do rio Negro. “Essa é uma primeira rodada de conversa importante, mas que precisa ser levada para as bases e ter continuidade. São Gabriel não pode virar pólo de visitação política turística sem nenhum resultado para a nossa população”, afirmou o presidente da Foirn.
Barroso acrescentou que a trigésima quarta reunião do Conselho Diretor da Foirn, reunindo lideranças indígenas de toda a região (inclui São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos), será realizada no fim de fevereiro, entre os dias 26 e 28. E que todas as propostas trazidas pelo governo do estado ao movimento indígena precisam ser avaliadas e debatidas, como a exemplo da proposta de Instrução Normativa (IN) para regulação, no âmbito da Funai, de atividades comerciais de extração de recursos florestais madeireiros e não madeireiros nas terras indígenas.
A atividade citada por essa proposta de Instrução Normativa é a de “Manejo Florestal Comunitário e Familiar Sustentável Indígena em terras indígenas”, como alternativa de geração de trabalho e renda para as comunidades, a exemplo da IN de 3 de novembro de 2015, que estabelece normas e diretrizes às atividades de visitação para fins turísticos em terras indígenas.
Questionamentos e dúvidas
Lideranças indígenas locais presentes ao encontro alertaram para os riscos desta instrução normativa e para a necessidade de amplo debate sobre a proposta, sobretudo, relacionada à questão madeireira. Maria Assunção, médica da saúde indígena da etnia Tukano e liderança local, alertou à FEI: “Meu medo é que o indígena seja ainda mais explorado pelas empresas que já estão aí extraindo as riquezas da Amazônia. A pergunta é: quem é que vai fiscalizar essa atividade?”, questionou a médica sobre a exploração de madeira na região.
Maria Assunção, médica da saúde indígena da etnia Tukano e liderança local participa do encontro. Foto: Setcom/Foirn
Para a coordenadora da UMIAB (União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira), Maria Assunta Tukano, toda e qualquer atividade econômica envolvendo os indígenas em suas terras demarcadas precisam ser levadas às bases com grandes encontros de consulta. Com sede em Manaus, a UMIAB tem 8 anos de atividade e coordenadoras executivas no Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.
“Nós mulheres estamos ligadas à terra e queremos colaborar com os assuntos ligados à sustentabilidade. Também precisamos envolver a juventude indígena, pois estamos falando do futuro deles nos seus territórios”, sublinhou Assunta.
Marcos Apurinã, coordenador da Coipam (Coordenação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas), veio com a comitiva do governo estadual a São Gabriel da Cachoeira, assim como a liderança Sateré-Mawé, Turi, coordenador da Copime (Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e entorno). Apurinã ressaltou a importância da Foirn estar realizando os PGTAs das sete terras indígenas do Médio e Alto rio Negro, chamando atenção dos representantes do governo estadual para a relevância desses documentos. “O governo precisa respeitar os encaminhamentos das populações indígenas. Tudo o que as comunidades querem e precisam está nos seus PGTAs”, ressaltou Apurinã na audiência.
Turismo em terra indígena
As atividades de turismo indígena também estiveram nos centro das atenções do encontro, com especial destaque para as atividades de pesca esportiva no rio Marié, na terra indígena Médio Rio Negro II, onde recentemente foi pescado o maior tucunaré da Amazônia, em atividade de pesque e solte.
Outras iniciativas de turismo indígena na região estão em plena fase de desenvolvimento, como as Serras Guerreiras de Tapuruquara e o turismo Yanomami ao Pico da Neblina (Yaripo), que ocorre dentro da terra indígena Yanomami, na região de Maturacá. Esses roteiros foram apresentados pela Foirn, que é parceira das comunidades e suas associações de base no desenvolvimento dos projetos de turismo, com assessoria do ISA.
A comitiva do governo do Estado que esteve presente em São Gabriel da Cachoeira também contou com o deputado estadual Josué Neto (PSD-AM), do engenheiro florestal do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas), Eirie Vinhote, e representantes da AmazonasTur e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente.
Saiba mais sobre a FEI
A Fundação Estadual do Índio (FEI) foi criada em 2001 durante governo de Amazonino Mendes no Amazonas e era chamada inicialmente de Fundação Estadual dos Povos Indígenas (Fepi). O órgão tem como missão integrar as ações governamentais através da formulação, implementação, execução e gestão de políticas públicas de etnodesenvolvimento para os povos indígenas do Amazonas.
O atual presidente da Fei, Amilton Gadelha, é ex-prefeito de São Gabriel da Cachoeira (AM). Quando assumiu a presidência da Fei em outubro de 2017, Gadelha sofreu muitos protestos e críticas de entidades e lideranças indígenas. As manifestações ocorreram na sede da Fei, em Manaus, e também na Av. Torquato Tapajós, uma das principais da capital, nas quais os indígenas reivindicaram seu direito à consulta e participação democrática na escolha do novo presidente da entidade.
Sistema agrícola do rio Negro é patrimônio cultural
Em 2010, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), reconheceu o Sistema Agrícola do Rio Negro como Patrimônio Cultural Brasileiro, a partir de uma parceria entre associações indígenas, instituições de pesquisa e organizações da sociedade civil.
O Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro é entendido como um conjunto de saberes e práticas das técnicas de manejo dos espaços de cultivo (roça e quintais); do sistema alimentar; dos utensílios de processamento e armazenamento; e, por fim, da conformação de redes sociais de troca de sementes e plantas que se estende de Manaus, no Amazonas, à Mitu, na Amazônia Colombiana.
O cultivo da mandioca brava, por meio da técnica de queima, plantio e manejo de capoeiras (conhecido como coivara), é a base desse sistema, compartilhado por mais de 20 povos indígenas da região. A pimenta jiquitaia produzida e comercializada pelo povo Baniwa integra esse conjunto de saberes e práticas agrícolas reconhecido pelo Iphan.
Representantes de sete Terras Indígenas participam da primeira Oficina do Grupo de trabalho do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA), em São Gabriel da Cachoeira, entre hoje (29/5) e 9 de junho.
Por Juliana Radler
Coordenadores e lideranças indígenas envolvidas na elaboração dos PGTAs no Rio Negro estarão reunidas em São Gabriel da Cachoeira, entre hoje e 9 de junho, na Maloca da Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), para a primeira Oficina do Grupo de Trabalho PGTA. Durante a atividade, os participantes irão analisar os dados coletados em suas comunidades divididas por 20 sub-regiões no Rio Negro, compreendendo uma população de aproximadamente 30 mil pessoas de 25 etnias diferentes.
A elaboração do PGTA inclui um extenso trabalho de coleta de dados, que foi iniciado em 2016, e agora chega a importante etapa de análise e discussão das informações levantadas em cada área. O processo de levantamento de dados totalizou 369 entrevistas em comunidades e sítios e mais de 3.523 realizadas com famílias que residem em uma área de 11,5 milhões de hectares.
Programação
O primeiro dia da oficina conta com uma mesa de abertura com representantes da Foirn, do ISA (Instituto Socioambiental) e da Funai, parceiros na elaboração dos PGTAs no Rio Negro. Os especialistas de cada organização irão contextualizar e fazer uma retrospectiva do processo de construção dos planos, remetendo ao contexto político atual e à Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI).
Outro tópico importante a ser abordado é o papel de cada instituição na agenda PGTA no que se refere à comissão política de governança desse processo, que envolve ICMBio, Foirn, Funai e ISA. O Programa Regional de Desenvolvimento Indígena Sustentável (PRDIS), de 2003, e seus impactos para as políticas públicas no Rio Negro também será um importante ponto de análise na oficina.
Vale ressaltar que serão construídos oito Planos de Gestão Territorial e Ambiental, um para cada Terra Indígena (TI) da região do Rio Negro: TI Alto Rio Negro, Médio Rio Negro I, Cué-Cué Marabitanas, Médio Rio Negro II, Rio Apaporis, Balaio e Rio Tea. Além do documento de cada TI, será elaborado um plano único para toda a região de abrangência da Foirn, que definirá os rumos da gestão territorial e ambiental desejada e pensada pelas comunidades indígenas.
A partir de 2/6, a oficina focará na análise dos dados em uma dinâmica de grupos de trabalho (GTs) divididos por área. Nestes grupos assessorados pela equipe do ISA, as lideranças e coordenadores indígenas analisarão dados coletados em suas regiões, tais como: número de escolas em cada comunidade, serviços de comunicação (como radiofonia e telefone público), serviços de saúde, problemas com coleta e gestão do lixo, geração de energia elétrica, produtos produzidos e vendidos (cerâmica, frutas, peixes etc.), compra comunitária de combustível, meios de transporte, fontes renováveis de energia, análise da população, como número de crianças, jovens e idosos, entre outros dados relevantes.
Raio X das comunidades indígenas
O levantamento é uma verdadeira radiografia das comunidades da região, capaz de embasar e estruturar os PGTAs das TIs, fazendo com que elas possam enxergar suas maiores necessidades, prioridades e potencialidades. A ideia é que os planos orientem a chegada de políticas públicas, assim como novas possibilidades de governança para os povos indígenas a partir de parcerias que possibilitem o avanço socioeconômico local e, ao mesmo tempo, valorize práticas e conhecimentos dos diferentes povos do Rio Negro.
As comunidades indígenas participaram da elaboração deste processo desde seu início, em 2015, quando foram feitas consultas sobre temas e prioridades de gestão das comunidades. Informações de cunho cultural também foram levantadas pelas entrevistas familiares nas comunidades, como o número de benzedores, religião praticada, festas populares e aspectos relacionados aos hábitos alimentares, como dados sobre caça e pesca.
Nesta oficina, GTs irão organizar futuras etapas locais de discussão, nas quais os coordenadores e lideranças levarão os dados analisados para debater nas comunidades. Para isso serão definidas metodologias, organização logística e elaboração de agendas de trabalho. A intenção é que em outubro deste ano seja realizada mais uma etapa de trabalho reunindo esse mesmo grupo do PGTA em São Gabriel da Cachoeira. O objetivo do próximo encontro será o de consolidar ideias, fazendo com que os dados levantados por essa ampla e profunda pesquisa gerem propostas efetivas para a gestão territorial e ambiental das Terras Indígenas do Rio Negro.
A elaboração dos PGTAs no Rio Negro conta com o apoio da Fundação Rainforest da Noruega, Fundo Amazônia (FAM)/BNDES, H3000, Aliança pelo Clima e Fundação Gordon & Betty Moore.