De 05 a 08 de fevereiro de 2024, líderes indígenas se encontram na comunidade Ilha de Duraka para sediar a 42ª Reunião do Conselho Diretor da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). Durante o evento, estiveram presentes representantes do Dsei/Arn, Funai/CR-Rio Negro e Conselho Distrital de Saúde Indígen do Alto Rio Negro – CONDISI-ARN, juntamente com outras instituições parceiras convidadas a APIAM, COIAB e CIR “ Conselho Indígena de Roraima”.

Formação dos conselheiros sobre instrumentos institucionais


No primeiro dia, os conselheiros com seus novos membros tiveram formação sobre os instrumentos institucionais, ou seja, o estatuto social da Foirn.





Durante a reunião, os conselheiros tiveram a oportunidade de ver as apresentações dos trabalhos das instituições parceiras e atividades dos projetos, recursos financeiros e seus resultados durante o ano de 2023.
E também os Departamentos políticos de Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN), Adolescentes, Jovens Indígenas do Rio Negro (DAJIRN), os Departamentos técnico: Jurídico, Educação e Patrimonio Cultural, Comunicação, Negócios Socioambientais, Coordenadorias regionais apresentaram os resultados e desafios conforme o planejamento anual.
Breve histórico do movimento indígena
Marivelton Baré, como diretor presidente da FOIRN, lembrou da trajetória dessa organização desde sua formação, fundação e a luta contínua das lideranças indígenas ao longo dos anos. Essa organização foi fundada em 1987 e representa mais de 750 comunidades indígenas na região do Rio Negro, no estado do Amazonas.

“Desde o início, enfrentamos diversos obstáculos e desafios. As lideranças indígenas lutaram contra a exploração predatória dos recursos naturais, os conflitos territoriais, a discriminação e o descaso por parte dos governantes. Enfrentamos resistência e até mesmo ameaças à nossa existência enquanto povos tradicionais.”
“No entanto, graças à resiliência das lideranças indígenas e ao apoio de organizações parceiras, conseguimos avançar em nossos objetivos. Lutamos pela demarcação e proteção das terras indígenas, pela preservação da cultura e dos conhecimentos tradicionais, pelo fortalecimento das instituições comunitárias e pelo acesso aos direitos básicos como saúde, educação e infraestrutura.”
O verdadeiro papel dos conselheiros



Atualmente, a FOIRN, está passando por um processo democrático significativo com as eleições para a nova administração da Federação, que representa as cinco coordenadorias regionais. Cada coordenadoria possui sua estrutura organizacional única para assegurar uma representação eficaz das associações de base filiadas a esta instituição.
É essencial reconhecer o papel desses conselheiros como representantes legítimos de suas associações de base. Eles têm a responsabilidade de compartilhar e avaliar as necessidades e preocupações locais como instância maior da FOIRN e também de comunicar informações importantes sobre políticas públicas destinadas aos povos indígenas.
O papel da FOIRN
A FOIRN desempenha um papel fundamental na defesa dos direitos indígenas e na promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades do Rio Negro. A reunião ordinária é uma oportunidade importante para traçar estratégias conjuntas e tomar decisões coletivas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dessas populações.

A Federação continuará trabalhando incansavelmente em defesa dos direitos indígenas na região do Rio Negro. Acreditamos que somente através da união de esforços entre as organizações indígenas, aliados externos comprometidos com nossa causa e o fortalecimento de nossas estruturas internas é que poderemos superar os desafios do presente e construir um futuro melhor para nossos parentes nas comunidades tradicionais.
É importante ressaltar que a participação dos Conselheiros membros, representando as cinco Coordenadorias regionais e os representantes das instituições parceiras no movimento indígena, é fundamental para garantir uma ampla representatividade nas discussões e decisões tomadas durante a reunião.
Mais um avanço para Mulheres e Jovens
Durante a reunião, foram aprovados os Regimento Internos dos Departamentos de Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN) e dos Adolescentes e Jovens Indígenas do Rio Negro (DAJIRN).


Esse momento foi muito esperado, pois é um dos resultados de muita luta para fortalecer ainda mais a rede de mulheres e de Adolescentes e Jovens da região do Rio Negro.
- A aprovação desses Regimentos Internos representa um avanço significativo no reconhecimento e na valorização das mulheres e dos jovens indígenas na região.
- Os documentos estabelecem diretrizes claras e objetivos para as ações e representação dos Departamentos, promovendo a organização e a autonomia dos grupos.
- Com a oficialização desses Regimentos, abre-se espaço para um trabalho mais estruturado e eficiente, visando o fortalecimento das vozes e demandas das mulheres e dos jovens indígenas do Rio Negro.
- A união e a mobilização desses segmentos são essenciais para enfrentar desafios e promover mudanças positivas em suas comunidades, garantindo a preservação de suas culturas e a defesa de seus direitos.
- Este marco histórico reflete a determinação e a resistência desses grupos em busca de reconhecimento, igualdade e justiça social, inspirando a continuidade de suas lutas e conquistas no cenário atual e futuro.
O espaço de diálogo e troca de experiência
Esse encontro é um espaço de diálogo e troca de experiências entre os participantes, e prestação de contas das atividades visando fortalecer o movimento indígena na região do Rio Negro. Através desse encontro, serão discutidos temas relevantes para as comunidades indígenas, como direitos territoriais, preservação ambiental, saúde, educação e outros assuntos de interesse das populações tradicionais.








A reunião foi produtiva e apresentou resultados eficazes em prol das associações da região do Rio Negro. Com a participação engajada de todos os presentes, foi possível reforçar a defesa dos direitos indígenas e fortalecer as organizações representativas dessas comunidades.














