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  • OS POVOS INDÍGENAS DO RIO NEGRO REPUDIAM ÀS ALTERAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DO MPI

    OS POVOS INDÍGENAS DO RIO NEGRO REPUDIAM ÀS ALTERAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DO MPI

    A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) vem veemente em nome das cinco Coordenadorias Regionais, 91 associações de base e 750 comunidades habitadas pelos povos indígenas ao longo do território indígena do Rio Negro, repudiar a alteração ao texto original da Medida Provisória MP 1154, que tenta arrancar a demarcação de terras indígenas do Ministério dos povos indígenas. Infelizmente o relatório da MP 1154 que altera o texto original foi aprovado ontem 24/05 pelo colegiado da Câmara dos deputados presidido pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), agora o relatório aprovado fará a transição para o Senado e precisar ser votada e aprovada até do dia 1º de junho para não perder a validade.

    O relator da medida provisória que estabeleceu a organização básica dos ministérios do Governo Lula, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), sugeriu mudanças no texto original enviado pelo governo ao Congresso, em acordo com o relatório apresentado pelo mesmo deputado em 23 de maio. As propostas visam a atacar e enfraquecer o Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério do Meio Ambiente, recém-criados, e incluem a devolução ao Ministério da Justiça e Segurança Pública da atribuição de demarcar terras indígenas, transferida para o Ministério dos Povos Indígenas durante o governo Lula. Essas mudanças representam um novo momento no Estado brasileiro, com a intenção de fazer o Estado respeitar a voz dos povos indígenas e assegurar a construção de políticas públicas que atendam aos seus direitos. No entanto, as mudanças propostas enfraquecem o Ministério dos Povos Indígenas, visando fragilizá-lo e até mesmo extingui-lo. Os povos indígenas do Amazonas apoiam a ministra do MPI, quando afirma que as emendas vão contra a representação brasileira como protagonista global no enfrentamento à crise climática e à preservação do meio ambiente. As emendas propostas vão contra a decisão do Governo Federal de tratar os povos indígenas com a devida importância e relevância com que merecem, respeitando a Constituição Federal de 1988. A proteção e demarcação de territórios indígenas são fundamentais para garantir a proteção do meio ambiente e uma alternativa para conter a emergência climática. É necessário que os senadores, principalmente do Amazonas, demonstrem compromisso com os povos indígenas e o meio ambiente, apesar da pressão econômica e política.

    Além de retirar a principal atribuição do Ministério dos Povos Indígenas, o parecer de Isnaldo Bulhões propõe a redistribuição de atribuições da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que passou a ser vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao qual a Conab pertencia antes. Na área ambiental, o parecer retira do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima a responsabilidade pela gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que na mudança, o CAR passou a ser atribuição do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

    Por cima de uma melhor organização do estado brasileiro, entendemos estas mudanças como um ataque à nova política indigenista inaugurada com este governo Lula e uma tentativa de fragilizar o novo ministério até ambicionando a extinção do MPI. Na justificativa da mudança, o relator afirma que a medida “visa à neutralidade nas análises dos processos de demarcação”, querendo gerar dúvidas quanto ao processo legal e sério de demarcação de terras indígenas, argumento amplamente defendido pelos setores anti-indigenas e anti-ambientais.

    Portanto, nós povos indígenas do Rio Negro, reafirmamos que as emendas anulam a representação brasileira como protagonista global no enfrentamento à crise climática e à preservação do meio ambiente e que acatar as emendas propostas e excluir das atribuições do Ministério dos Povos Indígenas a demarcação de terras que indiretamente atingi também a Fundação Nacional dos Povos Indígenas- Funai, é ir à contramão do mundo nos objetivos globais de enfrentamento à crise do clima, abrindo espaço para a devastação ambiental que tanto ameaça os biomas brasileiros.

    As emendas propostas ao texto, especialmente as sete emendas que pedem a extinção ou reconfiguração das atribuições do Ministério dos Povos Indígenas, vão totalmente contra a decisão do Governo Federal de tratar os povos indígenas com a devida importância e relevância com que merecem, respeitando a Constituição Federal de 1988.

    Pedimos e esperamos que os senadores, principalmente do Amazonas posam demonstrar compromisso com os povos indígenas e o meio ambiente, por cima da ganância e predação, visto que, os deputados com a votação e aprovação do relatório acabam de forma evidente, demonstrar o não compromisso com os povos indígenas. A votação no senado mostrará ao mundo, o compromisso real dos deputados e senadores do Amazonas. Caberá a eles ser sensíveis à causa indígena e ambientais, ou mais uma vez, mostrar a pressão econômica que  os povos indígenas sofrem nos territórios, pressão econômica e talvez vejamos, novamente, pressão política.

    Mesmo diante de retrocesso e tragédia contra a vida dos povos indígenas e o meio ambiente com a alteração ao texto original da Medida Provisória MP 1154, agradecemos pela compreensão, nos colocamos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessária.

    Atenciosamente,

    Diretoria Executiva da FOIRN

    Marivelton Rodrigues Barroso – Baré

    Diretor Presidente da FOIRN

    Nildo José Miguel Fontes – Tukano

    Diretor Vice – Presidente da FOIRN

    Janete Alves Figueredo – Desana

    Diretora da FOIRN

    Adão Francisco Henrique – Baré

    Diretor da FOIRN

    Dário Emílio Casimiro – BaniwaDiretor da FOIRN

    Leia a íntegra da Nota de Repúdio.

  • REUNIÃO CONJUNTA INSTITUCIONAL| Foirn reúne instituições parceiras para pactuar e alinhar o plano anual de trabalho na área de abrangência do movimento indígena do Rio Negro.

    REUNIÃO CONJUNTA INSTITUCIONAL| Foirn reúne instituições parceiras para pactuar e alinhar o plano anual de trabalho na área de abrangência do movimento indígena do Rio Negro.

    Nesta quarta feira (10), a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), reuniu a Coordenação Regional do Rio Negro da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro (DSEI/ARN), Chefe da Unidade do Parque Nacional Pico da Neblina do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e Presidente do Conselho Distrital da Saúde Indígena (CONDISI) na casa do Saber (Maloca da Foirn).

    Foto: Joelson – DECOM/FOIRN

    A reunião também contou com a participação das presidentes da Associação dos Professores Indígenas do Alto Rio Negro (APIARN) e Conselho de Professores Indígenas do Alto Rio Negro (COPIARN)

    Foto: Joelson – DECOM/FOIRN

    Presidida por Marivelton Rodrigues Baré, diretor presidente da FOIRN, o qual iniciou a reunião e esclareceu sobre o objetivo desta reunião e a importância dessa pactuação do plano de trabalho conjunto que está prevista junto ao movimento indígena, para execução dos trabalhos para os próximos meses deste ano de 2023, e pactuar o acordo de Cooperação Técnica entre instituições presentes para funcionamento dos trabalhos na prática.

    Foto: Joelson – DECOM/FOIRN

    Dadá Baniwa ressaltou que é preciso ter esse trabalho de pactuação conjunto, com parceria institucional para que se efetive o plano anual das instituições que têm a mesma abrangencia de atuação.

    Foi apresentado o planejamento de cada instituição para discussão e ajuste em conjunto, desde a Gestão territorial, Quadro Técnico, Comunicação, controle social e os desafios e perspectivas para os trabalhos e alternativas em conjunto para o território do Rio Negro.

  • Momento difícil, mas, ações de fortalecimento para a gestão das Terras Indígenas do Rio Negro continuarão como prioridade, diz presidente da FUNAI

    Momento difícil, mas, ações de fortalecimento para a gestão das Terras Indígenas do Rio Negro continuarão como prioridade, diz presidente da FUNAI

    Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Coordenação da CR Rio Negro/FUNAI e Instituto Socioambiental (Isa), se reuniu hoje, 24/03, com o presidente da FUNAI, Antônio Costa,  para tratar de políticas públicas de direito, específica, diferenciada, intercultural para o fortalecimento e parceria na gestão das terras Indígenas do Rio Negro.

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    Foto: Assessoria Funai/Reprodução

    Marivelton Barroso – Baré (Presidente da FOIRN), Camila Sobral – ISA e Domingos Barreto – FUNAI/CRRN, tiveram um encontro hoje, 24/03,  com o presidente da FUNAI, na sede da fundação em Brasília.

    Na reunião, a FOIRN reafirmou a importância das políticas públicas, entretanto, aponta necessidade imediata de ações e providências para garantir os direitos, benefícios e melhorias.

    Atualmente, as ações dos governos não alcançam as metas previstas e a população que vive nas Terras Indígenas demandam por direitos básicos: saúde, educação, saneamento, energia; e pela promoção e desenvolvimento do patrimônio cultural, programas de geração de renda, entre outros, que estão atreladas a demanda de gestão territorial e ambiental das Terras Indígenas.

    Foi entregue ao presidente um documento de demandas (listadas abaixo), ações que devem ter o apoio político e articulação da FUNAI, junto aos Ministérios do Governo Federal, com o Governo do Estado e Municípios.

    1. Homologação da TI Cué-Cué-Marabitanas.

    Reinvindicação: Propõem-se imediata contratação de serviço da Demarcação física para concluir o processo demarcatório da Terra Indígena Cué-Cué-Marabitanas, com a homologação e registro no Patrimônio da União. Tradicionalmente ocupada por comunidades indígenas dos povos Baré, Warekena, Baniwa, Coripaco, Desana, Piratapuia,Tuyuka e Tariano

    2. Conclusão da demarcação das Terras Indígenas de Barcelos e Santa Isabel.

    • Terra Indígena Jurubaxi Tea, localizada no município de Santa Isabel do Rio Negro.
    • Terras Indígenas do município de Barcelos (Padauri, Preto/Aracá Demini e Margem Direita).

    3. Programa Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas

    Alocar recursos e pessoal necessario para que a FUNAI acompanhe e cumpra seu papel no processo de elaboração dos PGTAs das 7 TIs do Rio Negro considerando a especificidade e complexidade geográfica para o próximo PPA do Governo Federal (2016-1019) e Acordo de Cooperação Tecnica assinado em 2016 com o objetivo de definir responsabilidades e parcerias para a execução do plano de trabalho.

    4. Comitê Regional/CR-RN

    A atuação do Comitê Regional no Território do Rio Negro tem obtido sucesso com o planejamento conjunto entre governo federal e movimento indígena, há necessidade de ampliar o número de representantes de entes federados (Exército, Icmbio e IFAM). Uma das principais dificuldades que o Comitê tem atualmente para implementar as ações definidas no planejamento é a falta de contratação de equipe dos assessores técnicos, para a Coordenação Regional e Coordenações Técnicas Locais. O atual quadro de pessoal da CR-Rio Negro é insuficiente, ocasionando uma sobrecarga dos poucos profissionais que atuam. Reivindicação:

    • Ampliar o número de Cargos Comissionados de Assessores Assistentes Técnicos, atualmente há um assistente, e propomos ampliar para 4 Assessores Assistentes;
    • Realizar o Concurso Regionalizado para Técnicos Indigenistas, de nível médio para as 9 CTLs.

    5. Políticas Públicas

    A FUNAI, junto com outros Ministérios e Governos Estadual e Municipais, devem promover o Seminário “Governança dos povos indígenas do Rio Negro: por uma política pública de direito, específica, diferenciada e intercultural”, em 2017, com participação direta dos povos indígenas. O objetivo é avaliar os resultados, identificar problemas, entraves burocráticos e discutir soluções de melhoria aos serviços públicos, através da política de territorialidade: Etnoeducacional, Cidadania Indígena, Saúde e outras políticas.

     Para a mudança e a indicação de gestor na CRRN, deve passar pela avaliação da FOIRN, e não ficar atrelado as indicações políticas por cima sem uma consulta local.

    Na reunião, o presidente da FUNAI, afirmou que a instituição passa momento difícil após o corte de vários cargos, através do Decreto 9.010, publicado no Diário Oficial da União nesta sexta-feira, 24 de março.

    Leia: Nota do presidente da FUNAI sobre o Decreto Publicado

    Mas, garantiu que as demandas apresentadas pela FOIRN serão vistas com prioridade para dar o retorno, como também a definição e efetivação das demandas da coordenação regional.

    O presidente irá ao Rio Negro para dialogar com os povos indígenas nos dia 20 e 21 de abril, período de realização do Comitê Regional da Coordenação Regional Rio Negro/ FUNAI.

    Leia também:

    Parceria entre ISA, Foirn e Funai fortalece a gestão indígena sobre territórios do Rio Negro.

     

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