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  • Encontro de Agentes Indígenas de Manejo Ambiental, fortalece novos integrantes com troca de conhecimentos e experiências

    Encontro de Agentes Indígenas de Manejo Ambiental, fortalece novos integrantes com troca de conhecimentos e experiências

    Entre os dias 24 e 28 de julho de 2023, a comunidade de Urubucuara, localizada na terra Indígena Alto Rio Negro, sediou o encontro regional dos Agentes Indígenas de Manejo Ambiental (AIMAS).

    O evento contou com participação dos agentes da Coordenadoria das Organizações Indígenas do Distrito de Iauaretê (COIDI) e da Coordenadoria das Associações Indígenas Balaio, Alto Rio Negro e Xié (CAIBARNX), total de  15 novos agentes da COIDI e 04 da CAIBARNX, ambos em seu primeiro ano de atividade, sendo do médio Waupés, Iauaretê, alto Papuri, Alto Waupés, além da importante participação dos AIMAs Hupda do rio Japu e Igarapé Cabarí.

    Portanto cerca de 75 pessoas de 12 etnias vindas de várias regiões. O encontro foi um processo de formação para a produção e coleta de dados para o monitoramento de suas pesquisas, tendo como foco central compreender o papel de um AIMA, que é o de agente comunitário, podendo ser adulto, jovem, homem e mulher, que atua no manejo ambiental e na Gestão Territorial e Ambiental.

    Durante os dias do evento, foram apresentadas iniciativas já realizadas juntamente com os AIMAs mais experientes da região da Coordenadoria das Organizações Indígenas do Tiquié, Baixo Waupés e Afluentes (DIAWI’I), que estiveram presentes para compartilhar sua experiência de pesquisa iniciada desde 2005, juntamente com o Instituto socioambiental (ISA) que acompanha essas pesquisas.

    Além das iniciativas já realizadas, o evento também proporcionou a apresentação de novas ideias e projetos relacionados à pesquisa socioambiental na região da DIAWI’I. Durante as palestras, foi possível perceber a importância da preservação da biodiversidade e da cultura local para garantir um desenvolvimento sustentável na região. Entre os temas abordados, destacam-se:

    • A importância da participação das comunidades locais na definição de projetos de pesquisa e de conservação ambiental;
    • O uso de tecnologias de mapeamento e monitoramento para avaliar o impacto das atividades humanas na região;
    • A necessidade de fortalecer as parcerias entre instituições de pesquisa, organizações governamentais e não-governamentais e comunidades locais para garantir a continuidade e eficácia das iniciativas socioambientais.

    Foi uma oportunidade única de aprendizado e troca de conhecimentos entre os participantes do evento, que saíram motivados a continuar trabalhando juntos em prol da preservação do meio ambiente e da valorização da cultura local.

    Os temas abordados na palestra são de extrema importância para a preservação da natureza e da cultura indígena. Algumas informações adicionais que podem ser relevantes para complementar o conteúdo são:

    • O Calendário Ecológico é uma ferramenta utilizada pelos povos indígenas para guiar suas atividades diárias de acordo com as mudanças na natureza. É baseado no conhecimento ancestral sobre os ciclos da vida, como o ciclo das plantas e dos animais.
    • O Sistema Agrícola indígena é uma forma de cultivo que respeita a biodiversidade local, utilizando técnicas tradicionais e evitando o uso de agrotóxicos.
    • O Manejo de Pesca é uma prática sustentável que busca preservar as espécies e os recursos naturais utilizados na pesca, evitando a sobrepesca e a degradação dos ecossistemas aquáticos.
    • O Mapeamento e Lugares Sagrados são ferramentas utilizadas pelos povos indígenas para identificar e proteger locais considerados sagrados, como cemitérios, nascentes, montanhas e rios.
    • A Proteção Ritual é uma prática que envolve o uso de cantos, danças e outras formas de expressão cultural para fortalecer a conexão dos indígenas com a natureza e seus antepassados.
    • A gestão de lixo é um desafio enfrentado pelos povos indígenas que buscam preservar o meio ambiente e garantir a saúde das comunidades. A palestra com o Engenheiro Sanitarista pode ter trazido informações valiosas sobre técnicas de coleta, tratamento e destinação adequada dos resíduos.
    • A experiência de vigilância de território com o senhor Evaldo Alencar pode ter abordado a importância da preservação dos territórios indígenas e do trabalho de monitoramento e proteção realizado pelas comunidades.

    À noite, houve rodas de conversa com os conhecedores tradicionais convidados pelos AIMAs de várias regiões, falando sobre a origem de cada povo do rio Waupés, um pouco de benzimento e proteção. Para eles, foi um momento de iniciativa para compartilhar seu saber tradicional com os mais jovens presentes, assimilando a importância de proteger o território pensando no esgotamento dos recursos naturais, garantindo a sobrevivência de suas próprias comunidades, preservando a riqueza ambiental para as gerações futuras.

    No final, foram destacados os avanços e desafios de trabalhar nas pesquisas, um momento muito importante para adquirir e compartilhar conhecimentos, além dos desafios logísticos enfrentados pelas comunidades longínquas, como cachoeiras, sol e chuva, mas que não medem esforços para participar dos encontros, pois todos têm objetivos a serem alcançados para o bem viver em suas comunidades.

    O evento foi realizado pela equipe da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) representada por Mª Hildete Araújo, articuladora institucional dos AIMAs, Janete Alves, diretora e de referência da COIDI em parceria com o Instituto socioambiental (ISA), Aloisio Cabalzar e Danilo Parra, contou com a participação de instituições convidadas como a FUNAI – CR/RNG, representada por Evaldo Marcio Alencar, DSEI ARN, representado por Luiz Brazão, Coordenador do DSEI-ARN, Johnatan Almeida, Engenheiro Sanitarista da SESANI, Miquelina Machado, assessora Indígena, Gislaine Velasques, secretária executiva do CONDISI e Bruno Marques.

  • Lideranças Indígenas da região do Médio  e Alto Uaupés e Rio Papuri  realizam manifestação durante a XII Assembleia Geral da COIDI em Iauaretê pela ausência de ações do poder público na região

    Lideranças Indígenas da região do Médio e Alto Uaupés e Rio Papuri realizam manifestação durante a XII Assembleia Geral da COIDI em Iauaretê pela ausência de ações do poder público na região

     

    Mais de 300 pessoas participaram da XII Assembleia Geral da Coordenadoria das Organizações Indígenas do Distrito de Iauaretê – COIDI, realizado entre os dias 01 a 05 de junho em Iauaretê, Médio Uaupés.

    Representantes das organizações localizadas na região do médio e alto Uaupés e do Rio Papuri participaram do evento, que teve como objetivo principal debater os desafios e perspectivas do movimento indígena no Rio Negro, e especificamente relacionados à esta região, onde vivem várias etnias que compõem os 23 povos indígenas do Rio Negro.

    Os principais temas e problemas debatidos na assembleia foram relacionados à educação escolar indígena, saúde indígena, estrutura e condições mínimas de transporte na estrada Ipanoré-Urubuquara, Plano de Gestão Territorial e Ambiental, fortalecimento das associações de base e avaliação das ações do movimento indígena (FOIRN) e seus parceiros na região.

    Manifestação

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    Na tarde do segundo dia (03/06) da assembleia a Organização das Comunidades Indígenas de Iauaretê – OCII, uma das organizações locais organizou uma manifestação pela Saúde Indígena na região, e principalmente voltado para a Unidade Mista de Iauaretê (Hospital).

    Domingos Sávio Gonçalves Lana, liderança de Iauaretê um dos coordenadores da manifestação disse que o ato é simbólico e representa a insatisfação e indignação da população de Iauaretê e das comunidades da região diante do descaso e da ausência do poder público. “O nosso manifesto não é apenas pela falta de médico permanente, liberação de verbas, permanência dos funcionários atuais, reforma e medicamentos para a Unidade Mista de Iauaretê. A educação também é um dos grandes problemas, atraso de entrega da merenda escolar, falta de material didático e estrutura das escolas estão caindo. Precisamos condições básicas para transporte no trecho Urubuquara-Ipanoré, um problema antigo e nunca solucionado”, disse.

    “O nosso recado é para o governador. Queremos melhorias e respostas urgentes”, completa.

    O ato durou pouco mais de meia hora e terminou com os manifestantes cantando o Hino Nacional Brasileiro.

    Estrada de Ipanoré – Urubuquara: Sem estrutura mínima para transporte da população que vivem na região

    Estrda de Ipanoré
    Moradores da comunidade Urubuquara ajudando no transporte de uma paciente vindo da região do médio Uaupés (em Maio/2016). De Urubuquara até Ipanoré são 6 Km, quase uma hora de caminhada. Foto: Socorro Teles

    Problema antigo e nunca resolvido. Depois de várias paralisações, a construção e pavimentação do trecho Ipanoré – Urubuquara,  foi concluído recentemente, mas, precisa  de melhorias e acabamento, principalmente nas descidas que é ruim quando o nível do rio baixa na época de secas.

    São várias pessoas passando por esse trecho todos os dias. Antes tinha um caminhão que com em péssimas condições por falta de manutenção mantido por um proprietário particular, que cobra o valor de transporte por canoas.

    Mesmo em condições precárias o transporte acontecia. As pessoas chegavam e passavam, tanto de ida para São Gabriel da Cachoeira (o destino da grande maioria), quanto na volta.

    Na primeira semana de junho, o caminhão parou de funcionar por problemas mecânicos, e pra completar ainda mais a situação o caminhão caiu no igarapé que fica próxima a comunidade Ipanoré.

    Não é por falta de documentos de solicitação. De acordo com as lideranças da região de Iauaretê, vários documentos foram entregues para o governo municipal na tentativa de melhorar transporte deste trecho que afeta vida de muita gente. Na assembleia da COIDI em Iauaretê, mais uma vez, o assunto foi tema de debates em busca de solução.

    Educação Escolar Indígena: Escolas com condições precárias e sem estrutura

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    Uma das escolas da região de Iauaretê

    Professores e lideranças presentes na assembleia relatou e mostrou em imagens a situação e condições precárias em que se encontram as escolas na região de Iauaretê. Falta de material didático, atraso na merenda escolar (a merenda chegou no poto de Iauaretê na primeira semana de junho, sendo que as aulas começaram em março), e muitos destes funcionam em improviso em centros comunitários ou casas de famílias.

    COIDI elege nova diretoria e reelege a diretora de referência para mais 4 anos  

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    Foto: Paulo Rodrigues/Projeto Pakapa

    A apresentação dos candidatos para concorrer a diretoria da COIDI e para o diretor da FOIRN de referência à região de Iauaretê ficou para o último dia da assembleia, 5 de junho

    A primeira parte da sessão foi a convocação dos candidatos para ler a carta de intenção e compromisso elaborado por cada um para a assembleia geral, especialmente aos delegados de cada associação presente.

    Para a COIDI foram formados 4 chapas representados por: Leonídio Maragua, Guilherme Rodolfo Dias Velez, Jaciel Prado Freitas e Ercolino Jorge Dias. Após a apuração dos votos, a chapa representado pelo Jaciel Prado Freitas acabou sendo eleita com mais de 100 votos, 70 votos de diferença em relação ao segundo colocado, Leonídio Maragua.

    Para a eleição do diretor (a) da FOIRN teve 4 candidatos: Almerinda Ramos de Lima, Domingos Gonçalves Lana, Arlindo Sodré Maia e Nivaldo Castilho. Após a apuração dos 108 votos, a Almerinda Ramos de Lima, a atual diretora presidente da FOIRN, foi reeleita com 54 votos, e Domingos Gonçalves Lana ficou em segundo lugar com 44 votos.

    Dessa forma, a atual diretora presidente da FOIRN vai concorrer novamente a presidência na Assembleia Geral em novembro de 2016, em São Gabriel da Cachoeira.

    Após a eleição da nova diretoria da COIDI e para FOIRN,  a assembleia fez também a indicação da diretoria do Conselho de Líderes da Região de Iauaretê, elegeu os conselheiros do Conselho Diretor e os delegados para a Assembleia Geral.