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  • FOIRN em diálogo com o vice presidente da República na visita ao estado do Amazonas

    FOIRN em diálogo com o vice presidente da República na visita ao estado do Amazonas

    Nesta Quarta-feira (04/10), o diretor presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) Marivelton Baré, o vice-presidente da República, os ministros e ministras e deputados federais se encontraram para um diálogo que teve como objetivo discutir sobre as prioridades e apoio para a região do Rio Negro.

    Foto: Reprodução

    A FOIRN recebeu elogios pelo belíssimo trabalho que a organização vem executando e atuando em prol das comunidades no qual é representante legitima dos 23 povos indígenas do Rio Negro.

    Na oportunidade, Marivelton Baré cobrou sobre o reforço da segurança no território. Pois nos últimos meses, foi notado aumento da criminalidade nas áreas mais afastadas, e isso tem preocupado bastante os moradores. O mesmo pediu para que se fizesse o possível para estabelecer medidas para garantir a segurança da população.

    Vice Presidente Alckmin compreendeu a preocupação das lideranças indígenas. Pois a segurança é um assunto de extrema importância em qualquer região do país. Ele se comprometeu em analisar detalhadamente a situação para trabalhar em conjunto com as autoridades locais para melhorar a segurança no território do Rio Negro. E informou que vai destinar recursos para fortalecer as forças de segurança presentes na região.

    Outra questão que o Marivelton Baré abordou, foi sobre a questão das ameaças da estiagem da seca. Como sabemos, o Rio Negro é uma das principais fontes de água para a região, e a redução do seu volume pode trazer consequências graves para a população local. Porta tanto questionou se há alguma medida emergencial que o governo federal possa adotar para garantir o abastecimento de água durante esse período.

    E o Vice Presidente Alckmin disse que a estiagem e a falta de água são problemas sérios e merecem toda a atenção. Informou que vai dialogar com os órgãos responsáveis pelo abastecimento de água e saneamento básico para verificar quais medidas emergenciais podem ser adotadas durante a seca.

    Presidente da FOIRN, disse aguarda retorno às demandas apresentadas, e que acredita que, juntos, será encontrado soluções para enfrentar esses desafios. E que essas que ações possam beneficiar toda a população do território do Rio Negro.

    Diálogo com as Ministras Marina Silva e Sônia Guajajara

    Durante a conversa, o diretor presidente da FOIRN discutiu questões relacionadas ao meio ambiente e à proteção dos direitos dos povos indígenas. Foi compartilhado preocupações sobre o aumento do desmatamento na região amazônica e a necessidade de medidas mais efetivas para combater essa problemática.

    Marina Silva, Ministério do Meio Ambiente, destacou a importância da conservação da floresta amazônica e ressaltou a necessidade de fortalecer as políticas de preservação ambiental. Ela enfatizou a importância de envolver ativamente as comunidades indígenas na proteção e gestão dos recursos naturais, reconhecendo seu conhecimento tradicional e sua relação ancestral com o ambiente.

    Sônia Guajara, Ministério dos Povos Indígenas, expressou a preocupação com o aumento dos conflitos territoriais e a violação dos direitos dos povos indígenas. Ela destacou a importância de garantir a demarcação e proteção das terras indígenas, bem como o acesso a serviços básicos, como saúde e educação de qualidade.

    Durante a conversa, foram discutidas possíveis estratégias para fortalecer a parceria entre os ministérios e a FOIRN, visando à proteção da Amazônia e dos povos indígenas do Rio Negro. O diretor presidente da FOIRN ressaltou a importância do diálogo contínuo e da colaboração conjunta para enfrentar os desafios ambientais e sociais na região.

    Ao final da reunião, ficou acordado que seriam realizadas ações conjuntas, como a promoção de campanhas de conscientização e educação ambiental, além do fortalecimento das políticas públicas voltadas para a proteção dos povos indígenas e do meio ambiente na região amazônica.

  • OS POVOS INDÍGENAS DO RIO NEGRO REPUDIAM ÀS ALTERAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DO MPI

    OS POVOS INDÍGENAS DO RIO NEGRO REPUDIAM ÀS ALTERAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DO MPI

    A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) vem veemente em nome das cinco Coordenadorias Regionais, 91 associações de base e 750 comunidades habitadas pelos povos indígenas ao longo do território indígena do Rio Negro, repudiar a alteração ao texto original da Medida Provisória MP 1154, que tenta arrancar a demarcação de terras indígenas do Ministério dos povos indígenas. Infelizmente o relatório da MP 1154 que altera o texto original foi aprovado ontem 24/05 pelo colegiado da Câmara dos deputados presidido pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), agora o relatório aprovado fará a transição para o Senado e precisar ser votada e aprovada até do dia 1º de junho para não perder a validade.

    O relator da medida provisória que estabeleceu a organização básica dos ministérios do Governo Lula, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), sugeriu mudanças no texto original enviado pelo governo ao Congresso, em acordo com o relatório apresentado pelo mesmo deputado em 23 de maio. As propostas visam a atacar e enfraquecer o Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério do Meio Ambiente, recém-criados, e incluem a devolução ao Ministério da Justiça e Segurança Pública da atribuição de demarcar terras indígenas, transferida para o Ministério dos Povos Indígenas durante o governo Lula. Essas mudanças representam um novo momento no Estado brasileiro, com a intenção de fazer o Estado respeitar a voz dos povos indígenas e assegurar a construção de políticas públicas que atendam aos seus direitos. No entanto, as mudanças propostas enfraquecem o Ministério dos Povos Indígenas, visando fragilizá-lo e até mesmo extingui-lo. Os povos indígenas do Amazonas apoiam a ministra do MPI, quando afirma que as emendas vão contra a representação brasileira como protagonista global no enfrentamento à crise climática e à preservação do meio ambiente. As emendas propostas vão contra a decisão do Governo Federal de tratar os povos indígenas com a devida importância e relevância com que merecem, respeitando a Constituição Federal de 1988. A proteção e demarcação de territórios indígenas são fundamentais para garantir a proteção do meio ambiente e uma alternativa para conter a emergência climática. É necessário que os senadores, principalmente do Amazonas, demonstrem compromisso com os povos indígenas e o meio ambiente, apesar da pressão econômica e política.

    Além de retirar a principal atribuição do Ministério dos Povos Indígenas, o parecer de Isnaldo Bulhões propõe a redistribuição de atribuições da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que passou a ser vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao qual a Conab pertencia antes. Na área ambiental, o parecer retira do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima a responsabilidade pela gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que na mudança, o CAR passou a ser atribuição do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

    Por cima de uma melhor organização do estado brasileiro, entendemos estas mudanças como um ataque à nova política indigenista inaugurada com este governo Lula e uma tentativa de fragilizar o novo ministério até ambicionando a extinção do MPI. Na justificativa da mudança, o relator afirma que a medida “visa à neutralidade nas análises dos processos de demarcação”, querendo gerar dúvidas quanto ao processo legal e sério de demarcação de terras indígenas, argumento amplamente defendido pelos setores anti-indigenas e anti-ambientais.

    Portanto, nós povos indígenas do Rio Negro, reafirmamos que as emendas anulam a representação brasileira como protagonista global no enfrentamento à crise climática e à preservação do meio ambiente e que acatar as emendas propostas e excluir das atribuições do Ministério dos Povos Indígenas a demarcação de terras que indiretamente atingi também a Fundação Nacional dos Povos Indígenas- Funai, é ir à contramão do mundo nos objetivos globais de enfrentamento à crise do clima, abrindo espaço para a devastação ambiental que tanto ameaça os biomas brasileiros.

    As emendas propostas ao texto, especialmente as sete emendas que pedem a extinção ou reconfiguração das atribuições do Ministério dos Povos Indígenas, vão totalmente contra a decisão do Governo Federal de tratar os povos indígenas com a devida importância e relevância com que merecem, respeitando a Constituição Federal de 1988.

    Pedimos e esperamos que os senadores, principalmente do Amazonas posam demonstrar compromisso com os povos indígenas e o meio ambiente, por cima da ganância e predação, visto que, os deputados com a votação e aprovação do relatório acabam de forma evidente, demonstrar o não compromisso com os povos indígenas. A votação no senado mostrará ao mundo, o compromisso real dos deputados e senadores do Amazonas. Caberá a eles ser sensíveis à causa indígena e ambientais, ou mais uma vez, mostrar a pressão econômica que  os povos indígenas sofrem nos territórios, pressão econômica e talvez vejamos, novamente, pressão política.

    Mesmo diante de retrocesso e tragédia contra a vida dos povos indígenas e o meio ambiente com a alteração ao texto original da Medida Provisória MP 1154, agradecemos pela compreensão, nos colocamos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessária.

    Atenciosamente,

    Diretoria Executiva da FOIRN

    Marivelton Rodrigues Barroso – Baré

    Diretor Presidente da FOIRN

    Nildo José Miguel Fontes – Tukano

    Diretor Vice – Presidente da FOIRN

    Janete Alves Figueredo – Desana

    Diretora da FOIRN

    Adão Francisco Henrique – Baré

    Diretor da FOIRN

    Dário Emílio Casimiro – BaniwaDiretor da FOIRN

    Leia a íntegra da Nota de Repúdio.