A FOIRN reafirma o manifesto, nosso repúdio contra a PEC 048/2023, que é inconstitucional e viola os direitos dos povos indígenas e nossas vidas.
Na última quarta-feira, (10/07) um relatório favorável à PEC 48/2023 foi apresentado na Comissão de Constituição e Justiça. A PEC propõe a inclusão, na Constituição, da data de 5 de outubro de 1988 como o marco temporal de demarcação das terras ocupadas pelos povos indígenas. Após a leitura do parecer pelo senador Esperidião Amim (PP-SC), foi concedida vista coletiva, adiando a discussão do texto para outubro. A proposta foi feita pelo senador Dr. Hiran (PP-RR).
A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) tem se posicionado firmemente contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023. Esta PEC propõe alterar o §1º do art. 231 da Constituição Federal, estabelecendo um marco temporal para a demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas. A FOIRN, representando diversos 24 povos, mais de 91 Associações filiadas, 750 comunidades indígenas, manifesta que tal medida é inconstitucional e viola os direitos fundamentais desses povos, ameaçando sua cultura, seu modo de vida e sua existência.
A controvérsia em torno do marco temporal tem sido um ponto de intensa discussão no Brasil. O marco temporal refere-se à tese jurídica que limita o direito dos povos indígenas às terras que estavam sob sua posse na data da promulgação da Constituição de 1988. Os críticos dessa tese argumentam que ela ignora as desapropriações e violências sofridas pelos povos indígenas antes dessa data, muitas vezes resultando em deslocamentos forçados e perda de território ancestral.
A FOIRN e outras organizações de defesa dos direitos indígenas têm se mobilizado para expressar sua oposição à PEC 48/2023. Eles argumentam que a proposta contraria o espírito da Constituição Federal, que reconhece o direito dos povos indígenas à suas terras tradicionais, independentemente da data de sua ocupação. A PEC foi apelidada de “PEC da Morte” por ativistas indígenas, refletindo a gravidade das consequências que acreditam que ela traria.
O debate sobre a PEC 48/2023 não é apenas uma questão legal, mas também um reflexo das tensões sociais e políticas que envolvem a questão indígena no Brasil. A luta pela terra é central para a identidade e a sobrevivência dos povos indígenas, e a decisão sobre essa PEC tem o potencial de afetar profundamente suas vidas e seu futuro.
A FOIRN, junto com outras organizações, continuará lutando pela proteção dos direitos indígenas, buscando apoio nacional e internacional para sua causa. A situação atual exige atenção e diálogo entre todas as partes envolvidas, com o objetivo de encontrar uma solução que respeite os direitos dos povos indígenas e esteja em conformidade com os princípios constitucionais do Brasil.
Fonte: Congresso Nacional do Brasil.
Senado Federal do Brasil.
Revista Fórum.


