Tag: Povo Yanomami

  • Nova diretoria da Associação Yanomami é eleita durante a Assembleia em Maturacá

    Nova diretoria da Associação Yanomami é eleita durante a Assembleia em Maturacá

    XX Assembleia Geral Eletiva da Associação Yanomâmi do Rio Cauburís e Afluentes – AYRCA, foi realizada em Maturacá nos dias 25 a 27 de julho de 2023.

    Durante a reunião, os líderes indígenas e membros da associação discutiram temas de grande importância para a comunidade indígena, que contou com a presença de líderes indígenas e membros da associação, incluindo Maiá, Inambu, Nazaré, Aiari e Mafi. Os temas discutidos incluíram a saúde indígena Yamomami Yekwana, a criação do DSEI Yanomâmi, a importância da territorialidade, Educação Yanomami, bem como o ecoturismo e o etnoturismo.

    • A saúde indígena Yamomami Yekwana: um tópico crucial diante da atual situação de pandemia. Os líderes compartilharam suas preocupações e discutiram possíveis soluções para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade.
    • Criação do DSEI Yanomâmi: a criação desse departamento é fundamental para garantir a proteção dos direitos indígenas e a segurança dos povos Yanomâmi. Os líderes discutiram estratégias para garantir a implementação do DSEI.
    • Territorialidade: os líderes destacaram a importância de manter a posse de suas terras e reforçaram a necessidade de proteger seu patrimônio cultural e ambiental.
    • Educação Yanomami:  A educação é uma questão importante para a comunidade Yanomami, pois eles acreditam que ela é essencial para a preservação de sua cultura e tradições.

    Os Yanomamis têm seus próprios métodos de transmitir conhecimento e habilidades de geração em geração. Algumas das práticas educacionais tradicionais incluem:

    Aprendizagem por imitação: as crianças observam e imitam os adultos em suas atividades diárias, o que ajuda a desenvolver habilidades práticas e conhecimentos sobre a cultura Yanomami.

    Narrativas orais: histórias e mitos são contados pelos anciãos para transmitir conhecimentos e valores importantes, como a importância da cooperação e da preservação da natureza.

    Rituais e cerimônias: os Yanomamis realizam rituais e cerimônias para celebrar eventos importantes, como nascimentos, casamentos e mortes. Esses eventos são uma oportunidade para transmitir conhecimentos e valores culturais.

    Além disso, algumas organizações têm trabalhado para fornecer educação formal aos Yanomamis, com o objetivo de ajudá-los a se comunicar melhor com o mundo exterior e a proteger seus direitos. No entanto, ainda há desafios significativos a serem enfrentados para garantir que a educação seja acessível e adequada às necessidades da comunidade Yanomami.

    • Ecoturismo e etnoturismo: os líderes discutiram a possibilidade de desenvolver atividades turísticas em suas comunidades, mas destacaram a importância de fazê-lo de forma sustentável e respeitando as tradições e culturas locais.

    A Assembleia foi uma oportunidade importante para discutir questões relevantes para a comunidade indígena e para buscar soluções conjuntas para os desafios enfrentados pelos povos Yanomâmi.

    Eleição da nova diretoria

    Três chapas concorreram nas eleições, sendo que a chapa 02 (liderada por João Figueiredo) foi a vencedora com 367 votos. A chapa 01 (liderada por José Mario) ficou em segundo lugar com 344 votos, e a chapa 03 (liderada por Alberto Goes) obteve apenas 124 votos.

    Discurso da diretoria eleita

    “Agradeço a confiança do meu povo, é onde eu queria lutar pelos direitos do meu povo, nunca jamais deixarei o meu povo de lado, nunca jamais deixarei o meu superior para trás, eu seguirei trabalhando junto com o povo, meu cacique, tuxaua, professores e além deles os atletas e a juventude” Disse João Figueiredo Yanomami, Presidente.

    “Povo do rio cauburis, nós todos estamos construindo a nossa política, não é à toa que estamos aqui, nós vamos ter lutas pela frente, há muitos desafios em nosso território, senhores e senhoras, nós vamos fortalecer as nossas políticas daqui para o futuro, nós estaremos passando essas recomendações para os que virão. Nunca a gente vai esquecer o nosso povo originário, estão vendo os caciques que se empenharam aqui para ver a nova diretoria ser eleita, os professores, alunos, os nossos parceiros a Federação das Organizações Indígenas que está presenciando aqui, ele vai fortalecer juntamente a nossa política, não vai parar por aqui, nós vamos construir esse caminho, para que esse caminho não tenha fim” Disse Salomão Yanomami, Vice presidente.

    A chapa eleita de acordo com o estatuto, indicou a nova coordenadora do projeto Yaripo a sra. Erica Vilella, como valorização da mulher Yanomami.

    Presença de Instituições Parceiras no Movimento Indígena

    Diversas instituições parceiras do movimento indígena estiveram presentes, incluindo a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), representada pelo diretor presidente Marivelton Baré e sua assessora jurídica, Dra. Franciene Melchior, a Coordenação Regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (CR-FUNAI), representada por Dadá Baniwa, além do ICMBIO.

  • NOTA DE REPÚDIO| Eleição do Senador Chico Rodrigues (PSB-RR) para presidir a Comissão Temporária sobre a Situação dos Yanomami, e Senador Hiran Gonçalves, como relator

    NOTA DE REPÚDIO| Eleição do Senador Chico Rodrigues (PSB-RR) para presidir a Comissão Temporária sobre a Situação dos Yanomami, e Senador Hiran Gonçalves, como relator

    A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro – FOIRN, organização representante dos 23 povos indígena habitantes nos três municípios, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos, sendo 750 comunidades, 91 associações indígenas, 18 línguas faladas e uma população de 50 mil pessoas pertencentes a quatro família linguísticas tukano, aruak, nadahup e Yanomami, vem a público MANIFESTAR REPÚDIO na eleição do Senador Chico Rodrigues (PSB-RR) para presidir a Comissão Temporária sobre a Situação dos Yanomami, e Senador Hiran Gonçalves, como relator.

    Durante o último Governo ambos os Senadores jamais se posicionaram a favor do povo Yanomami e dos povos indígenas de Roraima. O Senador Chico Rodrigues esteve presente na Diligência da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal em maio de 2022, em Roraima. Ocorrida por aprovação do Requerimento nº 22 de 2022, a diligência externa foi para acompanhar as medidas adotadas pelas autoridades acerca da situação da comunidade Yanomami. Naquela ocasião o Senador Chico Rodrigues negou que houvesse qualquer violação de direitos dos povos indígenas na TI Yanomami, negando o genocídio em curso.

    É de se questionar até onde estão infiltrados na estrutura do Estado Brasileiro os representantes dos crimes e interesse dos garimpeiros ilegais no Estado de Roraima. Não aceitamos que grupos políticos usem o Senado para atender interesses escusos. É dever constitucional da referida casa legislativa garantir a proteção aos direitos constitucionais dos povos indígenas. Mas nesse caso da comissão, com a atual presidência da comissão, há claro conflito de interesse.

    Portanto, pedimos o afastamento do Senador Chico Rodrigues da Comissão e de seu Vice, não podemos aceitar o desvirtuamento do papel do Senado, que deveria garantir os direitos fundamentais dos povos indígenas. É imoral e antiético que uma autoridade investigada e que foi flagrada em operação da Polícia Federal seja presidente de uma comissão tão importante. E pedimos ao Ministério dos Povos Indígenas e demais órgãos do Governo Federal medidas mais enérgicas contra os invasores e o acompanhamento e as ações para enfrentamento da grave situação.

    Acesse a Nota de Repúdio da HUTUKARA.

  • Indígenas Yanomami do Pico da Neblina em São Gabriel da Cachoeira recebem ação inédita da Defensoria Pública

    Indígenas Yanomami do Pico da Neblina em São Gabriel da Cachoeira recebem ação inédita da Defensoria Pública

    Defensoria realiza mutirão de atendimentos inédito em comunidade Yanomami situada dentro do Parque Nacional do Pico da Neblina em São Gabriel da Cachoeira, norte do Amazonas.

    Foto: Reprodução.

    Essa foi a primeira vez que a comunidade de Maturacá recebeu um mutirão de um órgão do sistema de justiça. Além dos atendimentos presenciais, foi realizada a primeira audiência à distância, dentro da terra indígena.

    “A gente fica muito feliz com a vinda da Defensoria Pública pra cá porque é difícil e caro viajar daqui até São Gabriel. Às vezes ficamos muito tempo na cidade e não conseguimos resolver nada, por falta de orientação. Hoje, essa realidade começa a mudar”. A afirmação é do tuxaua Francisco Xavier, líder de uma das sete comunidades indígenas Yanomami que vivem em Maturacá, São Gabriel da Cachoeira (AM), na fronteira com a Venezuela. A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) esteve no local no último dia 8, para realizar, pela primeira vez, um mutirão de assistência jurídica dentro da terra indígena.

    Além dos atendimentos presenciais, a comunidade indigena de Maturacá recebeu a primeira audiência à distância, dentro da terra indígena.

    Mais de 250 atendimentos foram realizados, além dos pedidos de registro de nascimento tardio, o que dificulta o acesso a outros documentos, casos de retificação de nome na certidão, declaração de união estável e pedidos de declaração de óbito tardio foram as principais demandas recebidas na ação. 

    Atualmente, cerca 2 mil pessoas vivem no local que faz parte da Terra Indígena Yanomami

    Texto: Isabela Sales – defensora pública e coordenadora do Polo Alto Rio Negro

  • OS YANOMAMI DE MARAUIÁ MANIFESTAM POR SEUS DIREITOS À SAÚDE INDÍGENA

    OS YANOMAMI DE MARAUIÁ MANIFESTAM POR SEUS DIREITOS À SAÚDE INDÍGENA

    A Associação Kurikama organizou uma manifestação no dia 02 de julho de 2022 no município de Santa Isabel do Rio Negro, reunindo 250 pessoas aproximadamente, a manifestação começou as 09 horas da manhã  e encerrou em frente o DSEI YANOMAMI.

    Com o objetivo de reivindicar por seus direitos e pela organização dos subdistritos do DISEI dos municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira no estado do amazonas.

    A cidade de Santa Isabel do Rio Negro fica a 630 quilômetros de distância em linha reta de Manaus, está situada na região do Alto Rio Negro, o município abriga uma parte do território Yanomami com 1.540 milhões de hectares, pertence à Coordenadoria das Associações Indígenas do Médio e Baixo Rio Negro, da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn).

    Na região do rio  Marauiá vivem 2.354 yanomami, conforme dados da Sesai de 2018. Já os indígenas afirmam que a população atual é de 2.800 pessoas. 

    Em  Marauiá os Yanomami moram em 21 xaponos  (as casas plurifamiliares construídas em formas de cone). Em cada xapono tem um posto de saúde construído em palha ou em madeira. O polo-base de saúde da região fica na xapono Komixiwë.

    Como já foi enviado na carta anterior do dia 21 de outubro de 2021, escrita na V Assembleia Geral da Associação Yanomami Kurikama na aldeia Komixiwe e que foi entregue ao secretário Robison Santos da Silva e copia para representantes da Hutukara, Ministério Publico Federal de Roraima e o presidente do Conidisi e, encaminhada para o procurador no Ministério Publico Federal do Amazonas o sr. Fernando Merloto. Nessa Carta foi mencionado sobre os diversos problemas enfrentados no xapono e na saúde Yanomami do estado do Amazonas. Porém até a presente data, não houve retorno em resposta à carta enviada, por isso foi escrita e aprovada novamente outra carta durante a Reunião do Conselho da Kurikama que ocorreu no chapono Bicho Açu, no período de 26 a 29 de junho de 2022, através da deliberação dos conselheiros, solicitam a organização dos subdistritos dos municípios acima citados.

    A Kurikama reforçou que apoia a permanência dos subdistritos, contudo, querem o fortalecimento e a melhor organização da equipe técnica, médica odontológica, nutricional, de enfermagem e da agilidade da contratação dos AIS e AISAN.

    O comunicador indígena da Rede Wayuri, Rariton conversou com o Coordenador Geral da Associação Kurikama da região Marauiá, Otávio Yanomami.

    Rariton Rede Wayuri – Qual foi o motivo para reivindicar pelos direitos de vocês e o que os trouxe até aqui?

    Otávio Yanomami“Durante a reunião do conselho da Associação Kurikama foi decidido principalmente na pauta de saúde a cobrança ao direito à saúde para ter o melhor futuro.

    Vimos aqui reivindicar para que o coordenador do subdistrito chegue e acerte com as lideranças o que foi dito durante a V Assembleia Geral da Associação Yanomami Kurikama, em outubro de 2021. Quando isso não acontece, os Yanomami ficam muito chateados, porque não tem o representante certo para cobrarmos. As esperanças das lideranças que estão aqui na frente do subdistrito é fazer acordos sobre projetos que foram feitos há muito tempo, e que não temos respostas até agora.

    Essa mobilização dos Yanomamis em protesto contra a exterminação dos subdistritos do DISEIde Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, é porque hoje o governo federal sendo responsável pela saúde indígena através da SESAI, onde os distritos querem acabar com os subdistritos das bases (dos três municípios), por isso os Yanomami de Marauiá estão aqui para pedir a reorganização e fortalecimento da equipe aqui na base e na área indígena.”