Tag: Radiofonia

  • Comunicar para proteger: rede de radiofonia do Rio Negro é ampliada

    Comunicar para proteger: rede de radiofonia do Rio Negro é ampliada

    Intalação de nova radiofonia na comunidade Mafi, município de Santa Isabel do Rio Negro. Foto: Foirn

    A rede de comunicação por radiofonia está sendo fortalecida nas comunidades indígenas do Rio Negro em projeto desenvolvido em parceria entre Foirn, Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro (Dsei-ARN) e Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi). Desde maio, já foram instalados 92 kits de radiofonia. No total, serão entregues aparelhos a 152 comunidades. O presidente da Foirn, Marivelton Barroso Baré, está realizando viagens pela região para a implementação desta ação.

    Considerada fundamental para a vigilância, proteção e gestão territorial desde o início da luta pela demarcação das terras indígenas, a radiofonia também é importante instrumento de controle social. Esse sistema de comunicação ganhou ainda mais relevância durante a pandemia, sendo primordial para o combate à Covid-19.

    Na última semana de agosto, oito comunidades indígenas receberam kits de radiofonia. Em viagem realizada pela Foirn, Dsei-ARN e Condisi, foram instalados equipamentos nas comunidades do Médio e Baixo Rio Negro. São elas: Mafi, Cujubim, Ilha do Chile, Tabocal do Enuixi, Lajinha, Acu Acu, São Joaquim e Tapereira.  Os recursos desse projeto são da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

    Para o presidente do Condisi, Jovânio Normando Baré, essa é uma luta antiga das lideranças e ver comunidades indígenas recebendo os kits de radiofonia é realizar um sonho.  “Agora as pessoas que não tinham como receber ou passar mensagem, vão poder se comunicar com outras. Isso só está sendo possível através da forte parceria Condisi, Dsei-Alto Rio Negro e Sesai com a Foirn, que tem sido fundamental nesse processo”, diz. 

    Jovânio Normando fez parte da equipe de viagem de instalações desses equipamentos nas comunidades na região do Médio e Baixo Rio Negro, junto com o Presidente da Foirn, Marivelton Barroso Baré.

    Com mais comunidades conectadas, a rede de comunicação através de radiofonia do Rio Negro fica maior e fortalecida. Esse trabalho de comunicação liderado pela Foirn com contribuição de parceiros tem sido fundamental para combate à Covid-19 e nas comunidades indígenas. 

    Marivelton Rodrigues Baré, Presidente da Foirn passando informações para as comunidades através da radiofonia. Foto: Ray Baniwa/Foirn

    Histórico

    As primeiras rádios no Rio Negro foram instaladas em 1994. Quatro delas foram adquiridas com apoio da Aliança Pelo Clima, sendo que oito equipamentos tiveram recursos dos Amigos da Terra.  Esses aparelhos foram instalados em pontos estratégicos após ampla discussão com as organizações de base filiadas à Foirn na época.  “A primeira radiofonia no Rio Negro foi instalada na comunidade Ilha das Flores”, lembra Maximiliano Corrêa Tukano, liderança que participou daquele momento histórico para a comunicação indígena na região.

    “Esse meio de comunicação chegou para apoiar a comunicação para a vigilância e gestão do território devido a intensas invasões de garimpeiros e empresas mineradoras. E posteriormente foi fundamental no processo de demarcação das terras indígenas e no início do Dsei. Nos anos seguintes, ampliamos para os outros municípios onde atua o movimento indígena. Fortalecer a nossa comunicação com as bases vai proteger o nosso território”, completa.

  • Novas estações de rádiofonia são instaladas no Médio Rio Negro

    Novas estações de rádiofonia são instaladas no Médio Rio Negro

    dsc_1070

    Nos dias 11 a 12 de fevereiro, o diretor presidente da FOIRN, Marivelton Rodriguês Barroso, fez uma viagem ao médio Rio Negro com objetivo de instalar novas estações de rádiofonia em algumas comunidades na região.

    Em algumas comunidades como de Aruti e Massarabí foram feitas reposições de novos equipamentos (uma rádiofonia, placa solar e bateria). Pois, já havia rádiofonia nessas comunidades, mas, foram danificados ao longo do tempo.  A exemplo da comunidade Aruti, onde o equipamento durou mais de 20 anos.

    As comunidades Uabada II e  Itaiaçu (apenas placa solar) foram também contempladas. “É muito importante para nós ter essa rádiofonia, é muito difícil ficar sem meio de comunicação com vocês (Foirn) e outras comunidades”, disse líder da comunidade Uabada II, localizado no município de Santa Isabel do Rio Negro.

    Ao todo serão 15 rádiofonias a serem instalados nesse ano em todo o Rio Negro, divididas em cada uma das 5 coordenadorias regionais. As demais coordenadorias regionais devem se programar para realizar as instalações ainda neste primeiro semestre.

    dsc_1086

    No Rio Negro a radiofonia é o único meio de comunicação que funciona onde tem esse equipamento. Apesar de existir em algumas comunidades telefones “orelhão”, mas, sempre estão com problemas. E em algumas localidades já tem pontos de internet, mas, é pouco usado pelas comunidades.

    Hoje, a FOIRN administra a Rede de Radiofonia Indígena do Rio Negro, que conta com mais de 180 estações.

    As estações instaladas nesse ano foram adquiridos através do projeto Fortalecimento de Rede de Comunicação da FOIRN apoiado pela H3000/Aliança pelo Clima.

  • Mais uma comunidade “conectada” a rede de radiofonia indígena no Rio Negro

    Em Santa Rosa, diretor da FOIRN, Coordenador da CABC e líder da comunidade (ao centro).
    Em Santa Rosa, diretor da FOIRN, Coordenador da CABC e líder da comunidade (ao centro).

    A comunidade Santa Rosa, Médio Içana, mais conhecida em Baniwa de “Owhiikaa”, que para o português significa “Casa de Sarapó”, devido as pedras no porto da comunidade, considerado como um dos lugares sagrados na região, é mais mais uma a ser beneficiada pelo projeto “Fortalecimento das Coordenadorias Regionais”, apoiada financeiramente pela Embaixada da Noruega através do Programa de Apoio aos Povos Indígenas (saiba mais aqui).

    O apoio acima citado é a instalação de uma radiofonia na comunidade, uma conquista que foi comemorado pelos comunitários no final de maio deste ano (30/05/2015).

    “Estamos buscando esse meio de comunicação há vários anos, agora, vamos poder comunicar, nos informar sobre as ações realizadas pelo movimento indígena e comunicar com os parentes de outras comunidades, comemorou o líder da comunidade.

    Para Isaias Fontes, vice presidente da FOIRN, essa conquista é muito importante, além de “conectar” essa comunidade, vai fortalecer a comunidade, especialmente na comunicação e troca de informações sobre as atividades, eventos que acontecem na região. Como também para a questão de saúde.

    A ida para Santa Rosa, proporcionou também troca e atualização de informações sobre as ações realizadas e planejadas pela FOIRN para esse ano para a região do Içana, junto com a Coordenadoria Regional (CABC) e associações de base. O presidente da Câmara Municipal, Edilson Gonçalves, fez parte da equipe de visita à Santa Rosa.

    Instalação de radiofonia em Santa Rosa, Médio Içana.
    Instalação de radiofonia em Santa Rosa, Médio Içana.

    Para chegar em Santa Rosa, localizada no Médio Içana, são um dia e meio de viagem de motor 40 hp e voadeira.

    Atualmente, a rede de radiofonia indígena do Rio Negro administrada pela FOIRN conta com mais de 170 estações de radiofonia, espalhadas em todo o Rio Negro (Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira).

    Apesar de parecer ser um número grande de estações de radiofonia, há várias reivindicações de comunidades localizadas em pontos estratégicos que ainda não foram contempladas.  A FOIRN, através de seus projetos e parcerias, vem buscando apoiar essas comunidades.

  • Mais comunidades do Alto, Médio e Baixo Rio Negro conectadas à rede de radiofonia indígena.

    Na foto Diretor Marivelton Barroso e Rivelino Assunção Lopes da comunidade de Maricota/Baixo Rio Negro, onde uma estação de radiofonia foi instalada.
    Na foto Diretor Marivelton Barroso e Rivelino Assunção Lopes da comunidade de Maricota/Baixo Rio Negro, onde uma estação de radiofonia foi instalada.

    A rede de radiofonia indígena do rio Negro ganhou mais 9 estações esse ano. Dessa forma, mais comunidades, localizadas nos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro, estão integradas à rede da Foirn por meio de equipamentos adquiridos através do convênio com a Embaixada da Noruega e de um apoio do SESC-SP . Cada estação instalada inclui um aparelho de rádio e alguns acessórios:  uma antena, uma placa solar e uma bateria.

    Hoje a rede de comunicação da Foirn, que reúne mais de 60 associações indígenas de base, compreende 158 estações de radiofonia. Elas operam nas comunidades localizadas nos 10,6 milhões de hectares de Terras Indígenas demarcadas na porção mais alta da bacia. Essas comunidades situam-se às margens do rio Negro e de seus afluentes, tanto da margem direita quanto esquerda (confira no mapa). Nelas vivem famílias indígenas Baré, Tukano, Baniwa, Dessano, Tariano, Arapaço, Piratapuia entre outras. As novas estações vão facilitar a participação indígena no processo de reconhecimento dos seus direitos territoriais e no acesso aos serviços de atendimento de saúde e outras informações.

    Uma vez, estava precisando entrar contato com a comunidade, era um assunto urgente e não tinha como. Tive que passar recado para Cucuí para depois eles passarem pra cá…Naquela época pensava, imagine se tivesse radiofonia na minha comunidade” – lembra o professor Bené, da comunidade São Pedro – Foz do Uni, Alto Rio Negro, que fica a três horas de Cucuí, onde uma estação de radiofonia foi instalada, no final de setembro do presente ano.

    As novas comunidades com rede de radiofonia da Foirn, em São Gabriel da Cachoeira são:  Nova Jerusalém – Alto Rio Negro, São Pedro/Foz do Uni – Alto Rio Negro, Santa Rosa – Rio Xié, Juruti – Alto Rio Negro, Cunuri- Rio Xié e Monte Alegre – Baixo Waupés. No município de Santa Isabel do Rio Negro:  Mafi – Médio Rio Negro, Samauma – Médio Rio Negro e Maricota – Baixo Rio Negro