FOIRN e outras organizações indígenas do Amazonas cobram MEC por melhorias na educação escolar indígena no estado

O caminho para a efetivar a educação escolar indígena envolve uma série de desafios e perspectivas.

Nesta quarta-feira (24/04) a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) e outras organizações indígenas do estado do Amazonas se reuniram durante o Acampamento Terra Livre com Zara Figueiredo da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI).

É muito importante essas iniciativas de diálogo e colaboração entre organizações indígenas e representantes do governo. O Acampamento Terra Livre é um importante evento que proporciona um espaço para discussão de questões relacionadas aos direitos e à autonomia dos povos indígenas.

A presença da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão indica um interesse em abordar temas educacionais fundamentais para essas comunidades. Esperamos que essas reuniões resultem em ações concretas para melhorar o acesso à educação e promover a inclusão e diversidade nas políticas educacionais do estado do Amazonas.

É fundamental que as cobranças e demandas apresentadas relacionadas à qualidade da educação nos territórios indígenas sejam levadas em consideração e tratadas com seriedade. A construção de escolas, a melhoria da infraestrutura educacional, a formação de professores e a garantia de recursos para programas como bolsas permanência são aspectos essenciais para promover uma educação de qualidade e acessível para os povos indígenas.

Além disso, as parcerias entre as Universidades Federais e os povos indígenas podem ser extremamente benéficas, contribuindo para o intercâmbio de conhecimentos e fortalecendo a inclusão dessas comunidades no ambiente acadêmico.

A proposta de criação de uma Universidade Indígena também é muito significativa, pois reconhece a importância de abordagens educacionais que respeitem e valorizem a cultura e os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas.

Foto: Juliana – Rede Wayuri.

Que essas discussões realizadas durante o Acampamento Terra Livre e outras iniciativas semelhantes resultem em ações concretas por parte do governo e das instituições responsáveis, visando atender às necessidades educacionais e promover o empoderamento das comunidades indígenas através da educação.

É louvável ver a FOIRN através de lideranças como Pedro André Baniwa e José Maria Tukano reivindicando pelas necessidades educacionais específicas da região do Rio Negro. A carta de reivindicações tem como destaque a reivindicação de recursos financeiros para o curso de formação – Magistério Indígena para a formação de professores dos povos Hupdah, Dãw, Yanomami em São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro.

A formação de professores indígenas é crucial para garantir que a educação ministrada nas comunidades respeite e valorize as culturas, línguas e tradições locais. Investir nesse tipo de formação é investir no futuro dessas comunidades e na preservação de suas identidades.


Foi também apresentada e entregue a solicitação de recursos para a continuidade da Licenciatura Intercultural ministrada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) é fundamental para garantir que essa importante iniciativa educacional possa ser mantida e expandida.

A interrupção das turmas em São Gabriel da Cachoeira representa uma perda significativa para os estudantes indígenas que buscam formação de qualidade alinhada com suas culturas e realidades locais. É essencial que os recursos necessários sejam disponibilizados para que esses cursos possam ser retomados e ampliados.

Além disso, a retomada do projeto de construção das 50 escolas indígenas pactuadas nos termos de compromisso 01/2017, 5° Ofício PR/AM, é uma demanda urgente. A construção dessas escolas é fundamental para melhorar a infraestrutura educacional nas comunidades indígenas, proporcionando espaços adequados para o ensino e aprendizagem.

É encorajador ver o compromisso da SECADI em realizar um encontro com representantes governamentais e instituições envolvidas para avaliar e formular acordos que garantam a efetivação das ações propostas durante as reuniões. Essa iniciativa é fundamental para transformar as demandas discutidas em medidas concretas que beneficiem as comunidades indígenas.

A ênfase dada pelas lideranças à fiscalização e transparência sobre os recursos destinados à educação escolar indígena é crucial para assegurar que esses recursos sejam utilizados de maneira eficaz e em conformidade com as necessidades das comunidades. A transparência é essencial para construir confiança e garantir que os benefícios cheguem realmente às pessoas que deles necessitam.

Esperamos que esses esforços conjuntos resultem em avanços significativos na promoção da educação indígena na região do Rio Negro, contribuindo para o fortalecimento das comunidades e o respeito à diversidade cultural e linguística desses povos.

Representantes da: FOIRN, APIAM, MEIAM, FOREEIA, OPIJU, OGPTB, Conselho Kokama, OPIAM, MAKIRA’ETA, GEEI, UNEAB, UPINS e FOCEIMP, CONSELHO INDÍGENA DO AMAZONAS.

Imagens e informações do texto: Rede Wayuri

Manifesto do FNEEI para nomeação da diretora de politicas para Educação Escolar indígena

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