Categoria: Saúde indígena

  • FOIRN reúne com Diretor do DASI/SESAI

    FOIRN reúne com Diretor do DASI/SESAI

    Diretor de Divisão e Atenção da Saúde Indígena da Sesai/MS, Ernani Gomes e Diretor presidente da Foirn Marivelton Baré. Foto: Reprodução

    O Diretor presidente da Foirn Marivelton Baré, juntamente com a Coordenadora do Departamento de Negócios Socioambientais Luciane Lima, reuniu-se na tarde do dia 04/05  com o Diretor de Divisão e Atenção da Saúde Indígena da Sesai/MS, Ernani Gomes, ele é responsável pelas atividades de atenção primária nos territórios indígenas, por meio da atenção básica, da educação em saúde e da articulação Interfederativa, ou seja, articulação com os demais gestores do SUS para provimento das ações complementares e especializadas. A atenção integral à saúde indígena é composta por um conjunto de ações para a implementação da Atenção Primária à Saúde nos territórios indígenas. Estas ações visam promover a proteção, a promoção e a recuperação da saúde desses povos de maneira participativa e diferenciada, respeitando-se as especificidades epidemiológicas e socioculturais dos povos indígenas e articulando saberes no âmbito da atenção.

    Coordenadora do Departamento de Negócios Socioambientais Luciane Lima, Ernani Gomes e Marivelton Baré. Foto: Reprodução

    Além disso, contempla também as ações de articulação com os serviços de média e alta complexidade de modo a atender integralmente as necessidades de saúde dos povos indígenas, assim como o apoio para o acesso desses povos à referida rede de serviços, o mesmo foi também coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro – DSEI/ARN, ele que estruturou o funcionamento e restabeleceu o atendimento e funcionamento dos 25 polos bases de saúde.

    No momento oportuno foi dialogo sobre as demandas e prioridades que a região precisa e a continuidade dos serviços e apoio as comunidades indígenas do Rio Negro que compreende a área territorial dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio negro e Barcelos. E em conjunto com a FOIRN na época de altas da pandemia tiveram uma parceria inédita de poder atuar em conjunto com as instituições atuantes no rio negro para enfretamento da pandemia de covid 19 neste território.

  • Em visita à FOIRN, secretário da SESAI diz que o compromisso da secretaria é ouvir e  trabalhar junto com as organizações indígenas para a melhoria da Saúde Indígena

    Em visita à FOIRN, secretário da SESAI diz que o compromisso da secretaria é ouvir e trabalhar junto com as organizações indígenas para a melhoria da Saúde Indígena

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    Esq. a dir. Adão Franscico (diretor da Foirn), Marco Antônio Toccolini (sec. da SESAI/MS) e Regina Célia Rezende (coord. de Planejamento e Orçamento da SESAI)

    O secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Marco Antônio Toccolini, visitou nesta tarde de segunda-feira, (27/03), a sede da FOIRN em São Gabriel da Cachoeira.

    “Visitar a sede da Foirn é foi um compromisso assumido com a gestão atual quando viesse ao Rio Negro”, disse secretário,  que tem como seu principal objetivo, a  visita das instalações da 38ª Expedição da Saúde, em Yauaretê, Rio Uaupés,  uma ação feita pelos Expedicionários da Saúde em parceria com a SESAI/M e outros parceiros. (Saiba mais sobre a ação em Yauaretê, aqui).

    Recebido pelo diretor Adão Henrique, o secretário disse que é o compromisso da SESAI a partir de agora é buscar proximidade junto as organizações indígenas para trabalhar junto para a melhoria da saúde indígena. “Estamos prontos para ouvir as organizações indígenas e queremos trabalhar juntos”, afirmou Toccolini.

    Conheceu os setores da federação, a Casa do Saber (Maloca) e a Casa de Produtos Indígenas do Rio Negro (Wariró).

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    Em São Gabriel da Cachoeira, Toccolini, vai conhecer a sede do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Negro e a Casa de Saúde Indígena (CASAI).

     

  • 37ª Reunião do CONDISI Alto Rio Negro encaminha propostas para a melhoria da Saúde Indígena no Rio Negro

    37ª Reunião do CONDISI Alto Rio Negro encaminha propostas para a melhoria da Saúde Indígena no Rio Negro

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    Mais de 120 pessoas participaram  da 37ª Reunião do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) Alto Rio Negro, realizado entre os dias 15 a  17/03, no Auditório  da UEA em São Gabriel da Cachoeira. O evento reuniu 40 conselheiros locais de saúde de todas as calhas do Rio Negro, (dos municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira).

    Vários problemas relacionados à Saúde Indígena na região do Alto Rio Negro foram discutidos e debatidos durante os três dias de reunião. Através dos debates realizados foram encaminhados propostas para o DSEI – Alto Rio Negro e para a Missão Evangélica Caiuá. Conheça os encaminhamentos aqui: documento final e encaminhamentos.

    Fortalecimento do Controle Social 

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    Marivelton Rodriguês – Presidente da FOIRN

    Presente na reunião a FOIRN, representada pelos diretores, coordenadores regionais e várias lideranças indígenas, cobrou o fortalecimento do CONDISI Alto Rio Negro no cumprimento de seus objetivos, bem como também o fortalecimento da participação dos conselheiros de saúde nas bases.

    “Daqui pra frente precisamos prestar atenção no fortalecimento do controle social, de assumir o papel que é nosso. Nós temos que defender de corpo e alma, se possível com a vida a causa indígena, dos nossos parentes pela melhoria da qualidade de atenção à Saúde dos povos indígenas do Rio Negro”, disse  Marivelton Rodriguês Barroso, presidente da FOIRN.

    Coordenação para 2017-2020 é eleita

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    Dir. a esq. Elton José e Frederico Rodriguês

    No último dia da reunião pela parte da tarde, foi feita a eleição dos novos membros do CONSI para a gestão 2017-2020. Foram formadas duas chapas (chapa 1: Frederico Rodrigues e Elton José – chapa 2: Nildo Fontes e Maristela). A chapa 1 foi a vencedora com 20 votos.

    O principal desafio da coordenação eleita é o fortalecimento do CONDISI e o acompanhamento do processo de reorganização do DSEI Alto Rio Negro iniciado desde 2016.

    Marivelton lembrou  à coordenação eleita  que o instrumento de trabalho  é o regimento interno do conselho, onde as atribuições e responsabilidades estão colocadas. E coloca a FOIRN a disposição para contribuir e acompanhar.

    E  reafirmou que os desafios maiores na luta pelos direitos, em especial à Saúde Indígena estão no âmbito do próprio governo brasileiro.

    Em seu discurso de agradecimento, o presidente eleito disse que para fortalecer o controle social é preciso unir e trabalhar em conjunto com o movimento indígena que também desempenha o papel de controle social das políticas públicas voltadas aos povos indígenas.

     

  • Processo de reestruturação do DSEI-ARN avança no Rio Negro: “Para nós, é sinal de esperança “, diz liderança indígena

    Processo de reestruturação do DSEI-ARN avança no Rio Negro: “Para nós, é sinal de esperança “, diz liderança indígena

    A Equipe Técnica do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (DASI) da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) apresentou na última terça-feira, 11/10, na Casa dos Saberes da FOIRN em São Gabriel da Cachoeira, “Resultados preliminares do Plano Emergencial de Reestruturação do DSEI Alto Rio Negro”, com presença de lideranças indígenas, CONDISI e DSEI-ARN. 

    A palavra “desorganização” foi várias vezes repetidas durante a apresentação da equipe técnica realizada na maloca, que sinalizou avanços nos trabalhos de estudo e elaboração do Plano Emergencial de Reestruturação do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro, como aquisição de equipamentos de transporte e insumos.

    Para se ter uma ideia, no período de agosto-setembro deste ano dos 25 pólos bases ligadas ao distrito, em dez, não teve entrada de equipe de saúde na área, de acordo com a apresentação.

    “Somos cientes de que o profissional contratado é para  trabalhar em área. Mas, o que adianta um enfermeiro, um médico ou dentista entrar em área, se não tiver medicamentos ou suprimentos?”, questiona um profissional de saúde do DSEI-ARN presente na reunião.

    A questão dos prédios dos pólos base foi lembrada pelas lideranças: “Precisa-se também pensar sobre a construção dos pólos base. Por exemplo, casa onde funcionava pólo base em São Joaquim – alto Içana já caiu, e perdemos o médico que iria trabalhar lá, devido isso. Por isso precisamos da construção desses pólos base”, disse liderança da etnia Koripako.

    Após a apresentação, o presidente do Conselho Diretor da FOIRN, Franklin Paulo, disse que não é de agora que as lideranças indígenas do Rio Negro mobilizados pela FOIRN vem tentando buscar diálogo com o DSEI-ARN ou com a CONSIDI para entender onde está o problema que faz com que o atendimento não chegue nas comunidades. “Nós lideranças indígenas já estávamos ficando sem esperanças, pois várias vezes discutimos sobre a saúde indígena, encaminhamos propostas e denunciamos várias vezes a situação, e por outro lado, o próprio controle social afirmava que “saúde indígena no Rio Negro está uma maravilha”, por isso, é muito bom ver que as oficinas e o nosso trabalho como lideranças está começando dar resultados”, disse.

    Os trabalhos continuam.”Só vamos sair daqui, quando todas as equipes estiveram entrando em área a partir de um cronograma de trabalho estabelecido”.

    E nos dias 24 a 25 de outubro, será realizada a 93a Reunião da Comissão Intersetorial da Saúde Indígena/CISI em São Gabriel da Cachoeira para discutir e debater o tema “Saúde Indígena e o Controle Social no Rio Negro”.

  • O MOVIMENTO INDÍGENA DO RIO NEGRO ESTABELECE DIÁLOGO COM SESAI PARA SOLUÇÃO DE ATENDIMENTO AOS INDÍGENAS

    O MOVIMENTO INDÍGENA DO RIO NEGRO ESTABELECE DIÁLOGO COM SESAI PARA SOLUÇÃO DE ATENDIMENTO AOS INDÍGENAS

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    Devido as dificuldades apresentadas pela gestão do subsistema de atenção à saúde indígena, na implementação dos processos de bens e serviços de apoio as ações básicas de saúde nas comunidades indígenas no DSEI Rio Negro e em articulação com as diversas instâncias do movimento indígena do rio negro e órgãos públicos,  a Federação das Organizações indígenas do Rio Negro(FOIRN), realizou a oficina REORGANIZAÇÃO DO MODELO DO FUNCIONAMENTO DSEI RIO NEGRO, no auditório da UEA, na sede do município de São Gabriel da Cachoeira, nos dias 20 a 22 de julho de 2016. Segundo Vera Lopes, coordenadora substituta da coordenação geral de atenção primária de saúde indígena,SESAI “ O trabalho do DSEI RIO NEGRO precisa ser reestruturado.

    As ações estão chegando de forma muito precária nas aldeias. Temos profissionais contratados mas há necessidade de organizar melhor a parte dos insumos,  dos medicamentos, e toda parte da logística de deslocamento das equipes. Do jeito que está não se consegue resolver em tempo curto os problemas que temos hoje”. Para melhorar a parte de logística  de acesso das equipes para as áreas, já está sendo articulado parcerias locais  com diversas instituições federais.  “Neste momento quem está sinalizando para entrar em parceria conosco é o Exercito Brasileiro, que está presente na área.

    Eles tem uma capacidade logística bastante grande e, em parceria com a SESAI, a proposta é que eles nos apoiem para levar as equipes em campo”, disse a coordenadora substituta. Dentro dessa proposta de parceria uma das ações será fazer uma grande ação de cirurgia de tracoma, pois já existe uma parceria estabelecida entre o ministério da saúde e o ministério da defesa em Brasília; a segunda será a entrada em todas a calhas de rio com barco equipado com capacidade de fazer vacinação em todas as comunidades; a terceira será garantir a entrada e saída regular das equipes de saúde dos polos bases.

    Essas ações serão feitas durante pelo menos 1(um) ano para dar tempo ao DSEI a  reorganizar os processos licitatórios de alguns insumos importantes e básicos que o DSEI não está dispondo, para garantir a entrada permanente e regular  das equipes em áreas indígenas. Para que as propostas da oficina tenha efetividade, serão submetidas a análise e aprovação formal do CONDISI,  que é a instância do controle social das ações do DSEI/ARN.

    Numa articulação dos participantes da oficina com a presidência do CONDISI, a reunião extraordinária do conselho foi definida para o dia 29 de julho de 2016, na maloca do Saber(FOIRN) tendo como pauta  a aprovação dos encaminhamentos da Oficina e termo de pactuação Exército Brasileiro e DSEI/ARN/SESAI/MS. A segunda oficina  “REORGANIZAÇÃO DO MODELO DO FUNCIONAMENTO DSEI RIO NEGRO” já está agendado para o dia 29, 30 de agosto, 1º  de setembro de 2016.

    Colaborou – Miguel Maia

  • Recomendações e compromissos das instituições de São Gabriel da Cachoeira pós Audiência Pública realizada no dia 02/03

    Recomendações e compromissos das instituições de São Gabriel da Cachoeira pós Audiência Pública realizada no dia 02/03

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    Compartilhamos aqui as Recomendações do Ministério Público Estadual e  Federal e os compromissos assumidos pelas instituições locais do município de São Gabriel da Cachoeira, a partir da Audiência Pública “Direitos Indígenas – O que precisa de verdade pra fazer funcionar”, realizada pela FOIRN em parceria com o MPF/AM, Instituto Socioambiental e Fundação Nacional do Índio através da CR Rio Negro.

    As medidas inciais com base nos temas específicos e prazos estabelecidos.

    Informação (Leia a recomendação aqui) 

    – FUNAI e FOIRN realizarem oficina sobre os modos de vida e especificidades culturais dos povos indígenas para os funcionários de instituições locais e gestores públicos  (60 dias).

    Água (Leia a recomendação aqui)

    – Prefeitura solucionar de forma emergencial o abastecimento de água da cidade (60 dias) e elaborar plano definitivo (180 dias), – com ajuda do IFAM-SGC.

    – Ao governo do amazonas solucionar o abastecimento de agua em todas as localidades.

    – IFAM-SGC dispor de corpo tecnico e docente para cooperar com ação.

    Bolsa família (Leia a recomendação aqui)

    – Prefeitura ampliar numero de pessoas e horários de atendimento, com interpretes.

    – Caixa Econômica instalar agencia em 180 dias.

    Compromisso da Prefeitura Municipal com Lixão (Leia o termo de compromisso aqui)

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    Documento PROTOCOLADOS A. PUBLICA-1

    Documento PROTOCOLADOS A. PUBLICA-2

    Documento PROTOCOLADOS A. PUBLICA-3

  • DIREITOS INDÍGENAS: O QUE PRECISA DE VERDADE PARA FAZER FUNCIONAR

    A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) está convocando uma audiência pública na sede da instituição, no dia 02 de março (quarta-feira), em São Gabriel da Cachoeira (AM). São convidados a participar representantes da Secretaria de Direitos Humanos, Igualdade Racial e das Mulheres, do Observatório de Direitos Humanos, do Conselho Nacional de Justiça, da FUNAI, representantes das Assembleias Legislativas estadual e federal, além de instituições locais

    Esta audiência pública objetiva apresentar e discutir junto a indígenas e não indígenas da região as situações de descaso e precariedade nos serviços públicos e privados em São Gabriel da Cachoeira que vêm aumentando ano a ano, bem como a negligência do poder público em relação aos problemas vivenciados pelos povos Hupd´äh e Yuhupdeh – classificados como de recente contato pela FUNAI – cuja situação social sintetiza e representa de forma mais acentuada o que outros povos indígenas do rio Negro vêm enfrentando.

    Serão discutidas na audiência questões relacionadas ao acesso à documentação e benefícios sociais, saúde, educação, segurança pública e práticas abusivas dos bancos e de comerciantes locais. Os indígenas Hup´däh e Yuhupdëh, que habitam os interflúvios dos rios Tiquié e Papuri, se deslocam para São Gabriel da Cachoeira em busca de documentação básica e benefícios como Bolsa Família, salário-maternidade, aposentadoria, pensão por morte, entre outros. O fluxo desses indígenas tem aumentado significativamente nos últimos anos, permanecendo acampados em condições precárias nas praias, pedras e margens do rio Negro, perto do Porto Queiróz Galvão. Na cidade eles têm sofrido com a alta incidência de malária, doenças sexualmente transmissíveis, o que tem ocasionado mortes que poderiam ser evitadas. Além disso, bancos e comerciantes locais têm estimulado o endividamento dos indígenas, o que os fragiliza ainda mais.

    As instituições públicas não prestam atendimento adequado, isso faz com que os indígenas permaneçam meses esperando atendimento para solucionar suas pendências (muitas vezes sem êxito). Junto aos altos preços dos alimentos, cria-se uma situação de insegurança alimentar cada vez mais aguda já que eles não dispõem de área para caça, pesca e manejo florestal ao redor da cidade. Por outro lado, a situação não é menos desfavorável quando se trata de atendimento médico. A FOIRN protocolou em Janeiro de 2016 uma denúncia ao Ministério Público relatando uma série de problemas vivenciados pelos indígenas no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) local como falta de medicamentos, equipamentos precários, negligência médica, e principalmente o não atendimento dos indígenas em seus territórios de origem.

    A educação escolar indígena também se encontra em situação bastante grave, pois sofre com a falta de infraestrutura e espaço físico nas comunidades. O não reconhecimento e a falta de apoio para elaboração de projetos político-pedagógicos indígenas, a falta de material didático em língua indígena, a falta de merenda escolar (ou quando há muitas vezes está vencida) são alguns aspectos principais. Vale ressaltar que diversas pactuações realizadas no Seminário de Educação Escolar Indígena do Rio Negro de 2014 em São Gabriel da Cachoeira e no âmbito do território etnoeducacional do rio Negro não foram cumpridas nos últimos 7 anos. Para piorar, apesar dos esforços para pactuação do Plano Decenal de Educação Escolar do município, não há sinalização que será cumprido pelo Poder Público.

    É importante ainda colocar o cenário de insegurança pública e impunidade no judiciário do município. A exemplo dos comerciantes condenados em casos de pedofilia e outros crimes no município, que permaneceram presos por pouco tempo. As práticas de vários comerciantes de ficarem com os cartões de benefícios dos indígenas é frequente, apesar de investigação da Polícia Federal. Vários assassinatos de indígenas não são investigados.

    Esse quadro de vulnerabilidade social gera uma falta de perspectiva que afeta todos os indígenas, o que está vinculado aos graves problemas relacionados ao uso excessivo de álcool e aos altos índices de suicídios registrados na região. Por esses motivos serão apresentados ao Ministério Público dados sobre o atendimento das instituições públicas e privadas, com foco nos Hup´däh e Yuhupdëh, bem como propostas de ações possíveis para mitigar esse conjunto de problemas. Por meio de um extenso dossiê antropológico que dá conta dos últimos três anos de atendimento precário aos indígenas; um quadro sintético apresentando problemas institucionais e possibilidade de articulação envolvendo diferentes esferas do poder público (municipal, estadual e federal); e por fim um compêndio de legislação específica que define os papeis de cada instituição, formam assim as três peças que darão embasamento para iniciativas do Ministério Público.

  • Silêncio é um consentimento com a realidade e que não tem mesmo solução?

    POR UM SISTEMA DE SAÚDE INDÍGENA QUE FUNCIONE NO RIO NEGRO

    Quando se denuncia publicamente sobre um descaso que afeta um direito fundamental dos usuários, a expectativa natural é que autoridades entrassem em diálogo com representantes de povos a fim de procurar solução ao problema. Silêncio é um consentimento com a realidade e que não tem mesmo solução? Queremos entender o silêncio das autoridades e falta de providências, pois equipes de saúde não têm nem previsão para voltar funcionar os 25 pólos base subordinado ao Distrito Sanitário Especial Indígena do Rio Negro.

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    Situação do prédio do Pólo Base Tucumã, Médio Rio Içana.

    A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro nos últimos três anos fez 13 denúncias públicas, mas sempre sem respostas das autoridades competentes (Gestores do SUS) da saúde no Brasil. Especialmente a SESAI – Secretaria Especial da Saúde Indígena em Brasília que sempre fica em silêncio. Toda vez que a FOIRN denuncia um descaso a procura de solução aos seus povos, a SESAI pede para provar e comprovar a sua denúncia e assim vai “procrastinando” deixando de agir, faltando com responsabilidade de resolver o problema. Pois o nosso interesse e objetivo é lutar pela melhoria, não ao contrário, como sugere o silêncio das autoridades da saúde.

    A última denúncia O calvário indígena no Rio NegroSaúde indígena do Rio Negro morreu, levando junto à morte de muitos indígenas com doenças de causas curáveis” foi feita no dia 21 de Janeiro de 2016, discutido e aprovado na segunda instância de poder de decisão do movimento indígena do Rio Negro, após uma avaliação sobre não funcionamento da saúde nas comunidades indígenas em 2015. Já se passaram 15 dias depois que a denuncia já está nas mesas de autoridades, nos e-mail das autoridades como Ministério da Saúde, SESAI, Conselho Nacional da Saúde, FUNAI, Presidente do Conselho Nacional de Política Indigenista, Secretaria de Direitos Humanos, Observatório da ONU sobre Direitos Indígenas, Fórum dos CONDISIs, Secretaria geral da Presidência da República, Ministério Público Federal no Amazonas e 6ª Câmara do Ministério Público Federal.

    Queremos aqui reafirmar a denúncia feita e dizer que neste primeiro trimestre do ano de 2016, o DSEI não tem nem previsão para equipes multidisciplinares de saúde indígena iniciar as atividades em campo. O mais absurdo da incapacidade da gestão do DSEI Rio Negro foi colocar os profissionais para catar lixo na praia de São Gabriel pós-carnaval. Os problemas de saúde continuam ocorrendo, indígenas continuam morrendo nas comunidades e nas praias em frente à cidade, a Casa de Saúde do índio continua em estado deplorável, instalando-se no Alto Rio Negro um estado de vulnerabilidade de saúde para toda a população indígena que encontra-se desassistida frente as ameaças epidêmicas que começam a se manifestar em outra regiões do país, além dos surtos de malária que vem ocorrendo nas aldeias acometendo todo a população, inclusive crianças.

     Diante dessas adversidades, a postura da gestora do DSEI foi de iniciar uma caçada aos supostos denunciantes e articular para pressionar e intimidar a maior representatividade dos 23 povos indígenas do Alto Rio Negro com cartas anônimas, deixadas a noite na porta da residência da presidente da entidade, e ainda de aumentar o processo de ameaças e intimidação contra os profissionais do DSEI, prometendo buscar e aniquilar aqueles que usam as redes sociais para se posicionarem sobre as denuncias. Nem mesmo a CASAI, na pessoa do administrador, procurou se posicionar ou esclarecer os fatos.

    Reafirmamos que o Conselho Diretor da FOIRN repudiou mediante “OFÍCIO Nº 1009/2015/5º OFÍCIO CÍVEL/PR/AM/SEC. EXT DE 17/12/2014” ao Ministério Público no Amazonas, a afirmação mentirosa do presidente do CONDISI que afirma que “a situação de saúde indígena está bem no Alto rio Negro”, evidenciando a conivência e o atrelamento à atual gestão do DSEI, e a negligência do presidente diante da série de fatos ocorridos relacionados aos problemas de saúde a população, o mesmo não procurou dialogar com o movimento indígena do Rio Negro e deixou-se manipular mais ainda pela chefa do DSEI Rio negro. Assim leva a concluir que o Fórum dos CONDISIs e Controle Social nos DSEIs estejam também todos manipulados, pois é a única justificativa para que a saúde indígena não funcione no país.

    O movimento indígena do Rio Negro exige e aguarda respostas das autoridades para solucionar os problemas de saúde indígena no Rio Negro. Independentemente disso, o movimento indígena continuará adotando novas estratégias de lutas e reivindicações para fazer respeitar seus direitos Constitucionais.

    Contato para esclarecimentos:

    Isaias Fontes – (97) 98104-2184 (isaias@foirn.org.br)

    Marivelton Barroso – (92) 99150-0517 (marivelton@foirn.org.br)

    Nildo José Fontes – (97) 98123-0240 (nildo@foirn.org.br)

    Renato Matos – (92) 98112-4208 (renato@foirn.org.br)

    André Baniwa 97 981216181 (andrebaniwa@gmail.com

  • Denúncia: O Calvário Indígena no Rio Negro

    ” Saúde Indígena do Rio Negro morreu levando junto a mortes de muitos indígenas com doenças de causas curáveis”

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  • Projeto Telesaúde no Rio Negro

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    Em maio 2014 foi iniciado junto com a empresa canadense e-KSS Inc. o projeto Telesaúde Indígena do Rio Negro. O objetivo do projeto é o levantamento do perfil da saúde indígena das comunidades na região do Rio Negro como forma de promover o decréscimo da mortalidade infantil e materna. E assim, fortalecer a cultura local através do resgate e valorização dos conhecimentos e conhecedores indígenas sobre a saúde. Um exemplo é o mapeamento e resgate das parteiras indígenas como um dos elementos fundamentais desse processo.

    Para a realização do projeto, a FOIRN conta com a parceria e apoio da e-KSS Inc através do seu Programa “Telesaúde Indígena da Amazônia”, um programa pioneiro de empoderamento indígena cujos resultados representam um comprometimento por meio do “Programa Toda Mulher e Toda Criança” da Organização das Nações Unidas. A e-KSS trabalha com a FOIRN para conduzir pesquisa, transferir conhecimento, promover colaboração, prover assistência técnica, educação e treinamento em saúde, com o objetivo de empoderar os povos indígenas da Amazonia, assegurando desta forma a sustentabilidade de resultados em saúde voltados às mulheres e crianças indígenas.

    Experiências iniciais

    Em 2014 e 2015, a FOIRN através de suas coordenadorias regionais (COIDI, CABC, COITUA, CAIMBRN e CAIARNX), mobilizou as comunidades para indicarem uma pessoa para receber treinamento básico sobre a utilização dos equipamentos do projeto e técnicas de coleta e processamento de dados. Inicialmente, o projeto teve como pontos estratégicos experimentais comunidades de abrangências das coordenadorias CABC (Tunuí Cachoeira e Assunção do Içana – Região do Içana e Afluentes), COITUA (Taracúa – Baixo Uaupés e Pari Cachoreira – Tiquié) e COIDI (Iauaretê – Médio e Alto Uaupés e Rio Papuri). Foi nesses pontos que foram feitas coletas de dados e inicio dos trabalhos.

    No primeiro ano de atividades do projeto foi possível obter dados importantes sobre o perfil da saúde nas comunidades onde foram realizadas as coletas de dados. A vice – coordenadora do Departamento de Mulheres Indígenas da FOIRN, Francinéia Bitencourt Fontes, da etnia Baniwa, uma das coordenadoras do projeto disse que com a coleta de informações nas comunidades é possível conhecer e entender o perfil da saúde das mulheres e crianças graças ao Programa de Telesaúde Indígena. “Hoje já é possível acompanhar e entender melhor a situação de saúde das mulheres e crianças nas comunidades, e com isso, prever e buscar meios para garantir atendimento a eles remotamente em caso de necessidade”.

    Os agentes do projeto, voluntários indicados pela comunidade e treinados, chegam à comunidade e apresentam o projeto, os objetivos e os resultados que se alcançar. “Primeiro realizamos a parte de apresentação dos objetivos do trabalho, onde falamos também da importância do projeto para a luta pelos serviços de saúde de qualidade, e principalmente a importância de valorização de nossos conhecimentos relacionados à saúde. ”- disse Larissa Duarte, 21 da etnia Tukano.

    O levantamento é feito em parceria e colaboração com os Agentes Comunitários Indígenas de Saúde (ACIS) responsáveis direto pela saúde nas comunidades indígenas no Rio Negro. E após a coleta de informações em forma de planilha, os dados são enviados para o Centro de Telesaúde Indígena do Rio Negro na FOIRN em São Gabriel da Cachoeira, gerido pelo Departamento de Mulheres Indígenas.

    Próximos passos

    Junto com a e-KSS, as experiências de coleta de dados e gerenciamento de informações vão contribuir para a consolidação do Centro de Telesaúde Indígena do Rio Negro como parte dos objetivos de longo prazo do projeto assinado entre os dois parceiros.

    Com isso, será possível realizar programas como tele-educação em saúde, implementação de modelos eficazes de atendimento visando a integração de serviços de saúde baseados nas medicinas tradicional e ocidental e ainda, a promoção dos trabalhos visando o empoderamento dos povos indígenas do Alto Rio Negro quanto ao controle, acesso e propriedade de toda informação relativa à saúde e à prestação de serviços em saúde. Um resultado imediato do projeto é a capacitação para a triagem de pacientes e diagnósticos à distância, evitando assim uso indevido de recursos financeiros no transporte de pacientes e contribuindo diretamente para a otimização do sistema de saúde indígena.

    Há anos, a FOIRN vem discutindo formas de desenvolver uma ação voltada para a área de saúde indígena, além de controle social sobre as políticas públicas voltadas para a saúde indígena.

    Para diretor da FOIRN, Nildo José Milguel Fontes, Tukano, o projeto Telesaúde representa uma construção de autonomia e base para a gestão territorial no Rio Negro. “Através dos dados que estamos coletando estaremos formando um banco de dados necessário e importante para futuros projetos, que visam fortalecer a gestão do nosso território, que tem como uma das linhas de ações a saúde indígena”, disse.