Tag: Departamento de Mulheres da Foirn

  • A VII Assembleia Regional Ordinária Eletiva da CAIBARNX é realizada na comunidade Jurutí sede da Coordenadoria

    A VII Assembleia Regional Ordinária Eletiva da CAIBARNX é realizada na comunidade Jurutí sede da Coordenadoria

    No primeiro dia da Assembleia, os delegados destacaram a avaliação e prestações de contas do diretor de referência e da coordenadoria regional durante a gestão de 2021 a 2024.

    Os dias 28, 29 e 30 de abril serão marcados por um evento de extrema importância para a comunidade indígena do Rio Negro. A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro estará completamente focada na realização da VII Assembleia Regional Ordinária Eletiva da Coordenadoria das Associações Indígenas do Balaio, Alto Rio Negro e Xié (CAIBARNX).

    Este evento de grande relevância acontece na comunidade de Juruti, que é a sede da coordenadoria, e tem como tema central “Movimento Indígena, Gestão e Sustentabilidade”.

    Durante esses três dias, líderes e representantes indígenas se reunirão para discutir questões fundamentais relacionadas à gestão e sustentabilidade do movimento indígena, buscando fortalecer e promover a preservação da cultura e dos direitos indígenas na região do Rio Negro e também a escolha por meio de eleição de novos lideres que representarão a região na gestão da Foirn a partir de julho/2024 a Junho de 2028.

    Com a chegada do diretor presidente da FOIRN, Marivelton Baré, em sua fala inicial, apresentou a sua comitiva de viagem que estiveram presentes no 20º Acampamento Terra Livre (ATL) em Brasília no período de 22 a 26 de abril e também esclareceu as dúvidas e polêmicas geradas na parte da manhã, no início da assembleia, em relação aos trabalhos em geral da federação e suas parcerias, tornando assim um grande avanço, limpando o CNPJ da instituição, que a partir de agora está pronta para receber recursos através de projetos.

    Além disso, a sua presença marcante no evento reforçou a importância da união entre instituições e a necessidade de fortalecer os laços de cooperação técnica para alcançar um desenvolvimento sustentável. Sua atuação proativa e transparente inspirou confiança entre os demais participantes, abrindo caminho para um futuro promissor para a Foirn e todos os envolvidos.

    Com essa postura firme e visionária, o diretor presidente colocou a federação em um novo patamar, preparando o terreno para conquistas significativas e duradouras. A trajetória de liderança e comprometimento demonstrada durante o evento certamente deixará um legado positivo, impulsionando o progresso e a valorização da região, beneficiando inúmeras associações filiadas à instituição. Este momento histórico reflete a capacidade de superação e determinação da Foirn, fortalecendo sua missão de promover o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente, garantindo um futuro próspero e equitativo para todos.

    Na oportunidade o presidente informa a entrega de kits de energia solar e de internet, no qual incluirá sete conjuntos completos de energia solar, cada um composto por uma placa solar, uma bateria de 150amp, um inversor e um controlador. Além disso, também serão disponibilizados três conjuntos completos de internet via satélite Starlink. Este conjunto de equipamentos proporcionará uma solução abrangente e eficaz para atender às necessidades de energia e conectividade, garantindo uma operação confiável e eficiente na comunicação.

    A troca de experiências e a reflexão sobre os desafios e oportunidades que se apresentam serão elementos essenciais deste encontro, que visa contribuir para o avanço e fortalecimento das comunidades indígenas do Rio Negro.

    No primeiro dia da Assembleia, os delegados destacaram a avaliação e prestações de contas do diretor de referência e da coordenadoria regional durante a gestão de 2021 a 2024. Durante este evento significativo, os representantes enfatizaram a importância da transparência e responsabilidade na gestão, ressaltando o papel fundamental do diretor de referência e da coordenadoria regional.

    A prestação de contas minuciosa e a avaliação criteriosa da gestão proporcionam uma base sólida para o planejamento e progresso contínuo da organização. Estas discussões colocam em evidência o compromisso com a excelência e a eficácia administrativa, fundamentais para o avanço e desenvolvimento sustentável.

    É crucial reconhecer a importância da herança deixada pelas lideranças anteriores na implementação bem-sucedida dos projetos atuais. O legado de suas lutas e esforços não deve ser subestimado, pois moldou positivamente as bases sobre as quais a diretoria atual está construindo. A continuidade e o aprimoramento do trabalho iniciado por aqueles que estiveram à frente anteriormente são fundamentais para o progresso constante e a evolução das iniciativas em andamento.

    Representantes de Instituições presentes: ISA, FUNAI/CRNG e SEPROR/IDAM.

  • FOIRN REALIZA ECONTRO DE MULHERES INDÍGENAS NA COMUNIDADE CARTUCHO NO MÉDIO RIO NEGRO

    FOIRN REALIZA ECONTRO DE MULHERES INDÍGENAS NA COMUNIDADE CARTUCHO NO MÉDIO RIO NEGRO

    No último dia 25 (quinta feira), na comunidade Cartucho, município de Santa Isabel do Rio Negro, dá – se o início do I encontro de Mulheres do Médio e Baixo Rio Negro com o tema Fortalecendo a lutas das mulheres indígenas no médio e baixo rio negro.

    Na solenidade de abertura, as convidadas tiveram a oportunidade de retratar a quanto tempo fazem parte do movimento indígena e de como é importante à participação das mulheres para o fortalecimento do departamento de mulheres indígenas do Médio e baixo rio negro.

    O encontro conta com a presença Maria do Rosário Piloto Martins e Glória Rabelo Coordenadoras do Departamento das Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN), Sheine Diana – Articuladora do Departamento de Adolescentes e Jovens Indígenas do Rio Negro (DAJIRN), Aida Oliveira – Administradora da Comunidade Cartucho, Gilce França – Articuladora DEPC/FOIRN, Aparecida Rodrigues – Representante  da Associação da Comunidades Indígenas Ribeirinhas (ACIR), Dulce Morais – Assessora do ISA, Socorro – Makira Êta, Evaldo Bruno – Vice Coordenador da CAIMBRN, Jaqueline Pimenta Sanches – Conselheira Tutelar/SIRN, Rebeca Binda – fotógrafa Independente.

  • Protagonismo pelo bem viver indígena: Departamento de Mulheres da FOIRN elege suas novas coordenadoras

    Protagonismo pelo bem viver indígena: Departamento de Mulheres da FOIRN elege suas novas coordenadoras

    Indígenas da etnia Baniwa e Tukano são as novas coordenadoras do Departamento de Mulheres da FOIRN.

    Mulheres indígenas do Rio Negro participantes da VIII Assembleia Eletiva das Mulheres. Foto: Ray Baniwa/Foirn

    Após um dia de debates sobre propostas e demandas de mulheres indígenas, as duas novas coordenadoras do Departamento de Mulheres Indígenas da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (DMIRN/FOIRN) foram eleitas nesta sexta-feira (30). Venceram as eleições e vão comandar o departamento, de 2021 a 2024, Maria do Rosário Piloto Martins, a Dadá Baniwa, que concorreu pela coordenadoria NADZOERE (Associação Baniwa e Koripaco), e Larissa Duarte, da etnia Tukano, indicada pela coordenadoria DIAWI´I (Coordenação das Organizações Indígenas do Tiquié, Baixo Uaupés e Afluentes).

    Maria do Rosário Baniwa e Larissa Duarte Tukano foram eleitas para a gestão 2021 a 2024 do Departamento das Mulheres Indígenas do Rio Negro/Foirn. Foto: Ray Baniwa/Foirn


    A escolha ocorreu na VIII Assembleia Eletiva das Mulheres Indígenas, que teve como tema Protagonismo das Mulheres pelo Bem Viver Indígena no Rio Negro e aconteceu na quinta e sexta-feira (29 e 30), no ginásio do Colégio São Gabriel, em São Gabriel da Cachoeira (AM), com ampla representatividade das coordenadorias regionais da FOIRN. Mulheres de várias etnias, como Tukano, Baré, Tariano, Wanano, Yanomami, Dãw, participaram do encontro.


    Dadá Baniwa tem mestrando em linguística e línguas indígenas pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro, é fluente em Baniwa e disse que quer atuar em colaboração com a diretoria e coordenadorias da FOIRN, pensando em todos as mulheres do Rio Negro. Larissa disse que sempre conviveu com o movimento indígena, sendo que seu pai Sebastião Duarte teve participação da criação da FOIRN. “Sou mãe, mulher, artesã, trabalho na roça e sei representar as pessoas”, disse. Ela é falante da língua Tukano.


    No total, 55 mulheres votaram, sendo 10 de cada coordenadoria regional da FOIRN e cinco da Associação dos Artesãos Indígenas de São Gabriel da Cachoeira (Assai), representando a sede.
    Dadá Baniwa recebeu 23 votos, enquanto Larissa ficou com 11. Também concorreram ao cargo Margarida Maia, da etnia Tukano, representante da COIDI (Coordenadoria das Organizações Indígenas do Distrito de Iauaretê), e Belmira Melgaço, Baré, representado a CAIARNX (Coordenadoria das Associações Indígenas do Alto Rio Negro e Xié). Cada uma delas teve 10 votos, sendo registrado um voto nulo. A CAIMBRN (Coordenadoria das Associações Indígenas do Médio e Baixo Rio Negro) participou do encontro, mas não apontou concorrente.


    As atuais coordenadoras, Elisângela da Silva, da etnia Baré, e Janete Alves, da etnia Desana, conduziram a assembleia e se mostraram satisfeitas com a mobilização feminina. Elas continuarão atuando no movimento indígena. Elisângela é do conselho fiscal da FOIRN e presidente da Associação das Mulheres Indígenas do Rio Negro (AMIRN). Janete Alves ocupará o cargo de diretora de referência da COIDI na FOIRN

    Mulheres de várias etnias compartilharam suas experiências de enfrentamento da covid-19 no Rio Negro. Foto: Ana Amélia/ISA

    Um importante encaminhamento do encontro foi uma carta-manifesto – assinada pelas mulheres de todas as coordenadorias regionais da FOIRN – reivindicando a manutenção de uma delegada mulher em São Gabriel da Cachoeira, além da implantação de uma Defensoria Pública, com titular mulher, e uma Secretaria Especializada da Mulher no município, para facilitar o acesso ao sistema de Justiça e garantir a proteção ao direito das mulheres. A atual titular da delegacia, Grace Jardim, é a primeira delegada mulher do município. Ela estruturou uma equipe feminina e atuou no combate à violência contra a mulher, mas deixará o município no final deste ano.

    Delegada Grace Jardim e Renata Vieira, advogada do ISA participaram da assembleia das mulheres indígenas do Rio Negro. Foto: Ana Amélia/ISA


    A carta-manifesto foi lida por Janete Alves. O documento será encaminhado às autoridades de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos. Além disso, as mulheres querem o apoio do DMIRN/FOIRN para patentear os remédios tradicionais utilizados contra a Covid-19 entre os povos indígenas do Rio Negro. As práticas tradicionais foram amplamente utilizadas por essa população e, conforme os indígenas, foi o que evitou que a situação se agravasse.

    Delegadas vieram das cinco Coordenadorias Regionais da Foirn: Caiarnx, Caimbrn, Nadzoeri, Diawi´i e Coidi. Foto: Ana Amélia/ISA


    Durante a VIII Assembleia Eletiva, as mulheres cobraram iniciativas para garantir o bem viver e o reforço da estrutura das associações para que elas tenham autonomia de ações. Elas querem alojamentos para quando vierem à cidade, embarcações exclusivas para as suas atividades, combustível para viajar e mobilizar as bases, oficinas de capacitação e incremento de renda, atendimento à saúde, medidas de segurança, promoção das práticas tradicionais, entre outros.
    Primeira coordenadora do DMIRN e uma das fundadoras da Assai, a professora artesã Cecília Albuquerque participou da assembleia. Ela considera que um dos desafios da nova gestão é a articulação com as associações de base do território indígena. Para Cecília, é visível o fortalecimento das mulheres indígenas ao longo dos anos. “Eu vejo algumas pessoas que antes tinham medo de falar e agora estão aí falando, reivindicando”, disse.


    Advogada do Instituto Socioambiental (ISA), Renata Vieira auxiliou no processo eleitoral. Na abertura do evento ela falou sobre a abrangência da luta da mulher indígena. “A luta da mulher indígena não é uma luta por um direito que é só dela. A luta da mulher indígena é uma luta pelo território, pelos filhos, contra o alcoolismo, contra o suicídio. Pelo direito à saúde, à vida, à educação, transmissão do conhecimento. É ela quem ensina a língua ao filho. A luta da mulher indígena é de todos”, disse.
    Uma das convidadas para o encontro, a delegada Grace Jardim reforçou a necessidade de as mulheres vítimas de violência denunciarem o problema. “A denúncia é importante porque, só a partir dos casos registrados na base de dados, serão encaminhados recursos ao município”, explica. Uma das demandas da própria delegada para a cidade é um abrigo para as mulheres que precisam sair de casa para serem protegidas. Ela reconhece que as pessoas que vivem nas comunidades enfrentam maiores dificuldades para fazer denúncias, mas sugeriu que as coordenadorias discutam a criação de um meio de comunicação, com apoio das associações e FOIRN, para que os casos de violência cheguem até a Polícia Civil.


    PANDEMIA
    O tema do encontro – Protagonismo das Mulheres pelo Bem Viver Indígena no Rio Negro – levou a falas sobre o combate à Covid-19, com as mulheres trocando experiências sobre as práticas tradicionais que utilizaram no combate à doença. Entre eles estão chás, benzimentos e defumações. Algumas delas falaram em língua indígena, como Baniwa.


    Esse protagonismo pelo bem viver foi exercido inclusive durante o período mais agudo da pandemia. O DMIRN/FOIRN, em parceria com o ISA, desenvolveu a campanha Rio Negro, Nós Cuidamos, que arrecadou recursos para ações que incentivaram os indígenas a ficarem em suas aldeias, evitando a vinda à cidade e o risco maior de contágio. Além disso, o DMIRN atuou na distribuição de cestas básicas, material de limpeza e máscaras, além de auxiliar os parentes com informações sobre a Covid-19.


    As indígenas relatam que no território a maioria das pessoas contraiu a Covid-19 e se tratou usando remédios caseiros. A professora e liderança Enegilda Gomes Vasconcelos, de Taracuá, resume essa situação. “A Covid-19 deu foi em massa. As pessoas pegaram ser perceber que era essa doença. Todo mundo achou que estava gripado. Depois veio a equipe de saúde, fez o teste e comprovou que todo mundo teve a Covid-19. Agora temos algumas pessoas com sequela”, diz. Em Taracuá, assim como em todo o Rio Negro, os indígenas utilizaram as práticas tradicionais.

    GERAÇÃO DE RENDA

    O fortalecimento das mulheres por meio da geração da renda também foi debatido no encontro. Gerente da loja de artesanatos indígenas Wariró, Luciane Mendes de Lima, explicou que a unidade vem passando por reestruturação, com organização de cadastro de artesãos e fortalecimento do diálogo com os fornecedores que vêm das comunidades. Para incrementar as vendas, a equipe vem estruturando um catálogo com as peças, suas características, preços e disponibilidade. Também são feitos contatos constantes com os consumidores em várias partes do país. A boa notícia é que, mesmo durante a pandemia, a Wariró ampliou as suas vendas. Durante todo o evento, as indígenas promoveram uma feira para venda


    Questões sobre saúde da mulher e educação também foram abordados. A VIII Assembleia Eletiva das Mulheres Indígenas teve participação reduzida, com limitação de vagas em cada delegação, seguindo as regras sanitárias para evitar o contágio pelo novo coronavírus.


    Apoiaram a realização do encontro o Instituto Socioambiental (ISA), Campanha Rio Negro, Nós Cuidamos, Embaixada da Noruega, União Amazônia Viva, Mosaky, Aliança pelo Clima e Norwegian Rainforest Foundation.

    Por Ana Amélia/ISA e Ray Baniwa/Foirn

  • Unidas e fortes: mulheres Baniwa se mobilizam em associação

    Unidas e fortes: mulheres Baniwa se mobilizam em associação

    Mulheres Baniwa presentes na assembleia realizado na comunidade Buia Igarapé. Foto: Ray Baniwa/Foirn

    Na última sexta-feira, 28/08, mulheres Baniwa da região do Baixo Içana se reuniram na comunidade Buia Igarapé, na Terra Indígena Alto Rio Negro, para discutir a reativação da Associação das Mulheres Indígenas do Baixo Içana (Amibi). Participaram da assembleia as comunidades de Boa Vista, Wirarí Ponta, Jawacanã, Camarão, Ituim, Pirayawara e Assunção do Içana.

    A assembleia começou com uma apresentação do histórico da associação feita por Vírgilia Almeida, umas das líderes mobilizadoras do encontro. “A nossa associação é importante para nós. Através dela podemos nos fortalecer e lutar por aquilo que desejamos melhorar nas nossas comunidades”, destacou. “Ela (associação) ficou adormecida por muito tempo. Mas, agora é o momento de reativar e retomar os trabalhos”, completou.

    Presente na assembleia, a coordenadora do Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro, Elizângela da Silva Baré, frisou que uma associação fortalecida e ativa é importante para unir as mulheres e comunidades, contribuindo para a boa governança indígena do território. “Uma associação forte e ativa anima o trabalho das mulheres. Não só delas, mas, os homens também precisam participar e fazer parte de uma associação das mulheres”, disse.

    Professor da comunidade, Alípio Martins reforçou a importância da associação e da luta coletiva. “Aqui na região do Baixo Içana precisamos fortalecer a nossa associação para através dela buscar mais melhorias coletivas para nós, coisa que não temos feito nos últimos anos”, lembrou.

    Após as reflexões e debates, as mulheres se organizaram para definir e indicar nomes para concorrer à diretoria. Foi decidido que a escolha fosse feita por votação. Das duas chapas propostas, a segunda ganhou com a seguinte definição: Madalena Fontes Olimpio (Presidente), Sabrina Pereira (Vice-Presidente), Genilson Martins (Secretário), Alciane Gonçalves (Tesoureira), Neury Jane Martins (Conselheiro) e Alípio Martins (Conselheiro).

    Madalena Fontes Olimpio, presidente eleita da Associação das Mulheres do Baixo Içana. Foto: Ray Baniwa/Foirn

    O encontro serviu também para exposição e venda de artesanatos, apresentação e distribuição da Cartilha sobre a prevenção da violência contra a mulher, para apresentação dos trabalhos e agenda de ações dos departamentos das mulheres e da juventude da Foirn, que terá suas assembleias eletivas nesse segundo semestre.
    As mulheres saíram fortalecidas da assembleia. “Nosso primeiro trabalho vai ser legalizar a nossa associação e começar os nossos trabalhos de mobilização e fortalecimento”, disse Madelena, a nova presidente eleita.

    Exposição de artesanatos durante a assembleia. Foto: Ray Baniwa/Foirn

    Cautela e preocupação nas comunidades

    Como as demais comunidades indígenas das regiões do Rio Negro, Buía Igarapé também registrou casos de covid-19 nos últimos meses. Incluindo um registro de óbito. Por isso, houve grande preocupação da coordenação da assembleia em seguir as orientações das autoridades de saúde, como o uso de máscaras e distanciamento social durante o evento.

    O diretor da Foirn de referência da região do Içana, Isaias Fontes, chegou de volta à comunidade Buia depois de uma viagem ao alto Içana e apresentou as preocupações das comunidades em relação a presença da covid-19 na região. E falou do trabalho de monitoramento através de oxímetro que está sendo feito pela Foirn em parceria com a Fiocruz-Amazônia através dos agentes indígenas de saúde nas comunidades. “Todas as comunidades Baniwa já foram infectadas, por isso estamos realizando esse monitoramento para acompanhar as situações e casos que precisam de atenção. Mesmo quem já pegou, precisa continuar se cuidando”, afirmou.

    Esse trabalho é feito através de treinamento dos agentes indígenas de saúde por um biólogo para monitorar pacientes que precisam de atenção e acompanhamento por parte dos profissionais de saúde.

  • Mulheres Indígenas: Assembleia da AMIRT em Taracúa – Uaupés elege nova diretoria para próximos 3 anos

    Mulheres Indígenas: Assembleia da AMIRT em Taracúa – Uaupés elege nova diretoria para próximos 3 anos

    20160521_094639

    Cerca de 200 pessoas participaram da Assembleia Geral e Eletiva da Associação das Mulheres Indígenas da Região de Taracúa – AMIRT, realizado entre 20 a 21 de maio em Taracúa – Baixo Uaupés.

    O objetivo da assembleia foi discutir melhorias e fortalecimento do movimento indígena, especialmente das mulheres, elaboração de plano de trabalho para a associação para os próximos anos, e eleger a nova diretoria.

    Foi feito também a apresentação do relatório de atividades da gestão, onde, foram destacadas os trabalhos realizados, as conquistas, as dificuldades encontradas e os desafios. A apresentação do relatório incluiu questões como documentação, prestação de contas, articulação e escoamento de produção por meio do barco “Amireta”.

    A principal dificuldade encontrada durante a gestão foi a desistência de alguns membros da diretoria devido outras atividades. O barco Amireta, resultado de um projeto em parceria com a Fundação do Banco do Brasil, após entrega realizada em maio de 2015, se encontra com alguns problemas mecânicos, o que dificultou o escoamento da produção dos produtos das mulheres que fazem parte da AMIRT.

    Eleita a nova diretoria para 2016-2018.

    20160521_144406

    A Assembleia elegeu a nova diretoria composta por:

    Maria Suzana Menezes Miguel – Presidente

    Maria Salete Barbosa Ribeiro – Vive Presidente

    Ozenete Lemos Castilho – 1a Tesoureira

    Carmem Lúcia da Silva Menezes – 2a Tesoureira

    Maria Jucelice – 1a Secretária

    FOIRN presente da Assembleia da AMIRT

    A Almerinda Ramos de Lima – Presidente da FOIRN, Rosilda Cordeiro/Departamento de Mulheres e Paula Menezes/Secretaria estiveram presentes na assembleia da Amirt realizado em Taracúa.

    A presidente reafirmou que o compromisso da FOIRN é lutar pelos direitos dos povos indígenas, bem como incentivar e apoiar associações indígenas para que eles se fortaleçam e desenvolvam ações que ajudem na melhoria da qualidade de vida das comunidades.

    A Coordenadora do Departamento de Mulheres, falou da importância da associação de mulheres da região de Taracúa, que há alguns anos também fez parte como diretora, para fortalecer e incentivar a continuidade de produção de cerâmica, atividade que vem sendo feito há vários anos, que foi o motivo que criou a associação. Disse ainda que, a diretoria precisa continuar firme para superar as dificuldades e não desistir, como vem ocorrendo.

    AMIRT contribuindo na sustentabilidade e valorização de conhecimentos tradicionais das mulheres Tukano.

    A Amirt desde sua fundação vem organizando e coordenando a produção de peças de cerâmicas feitas por mulheres da região de atuação. É uma das principais associações de mulheres que vendem seus produtos à Wariró – Casa de Produtos Indígenas do Rio Negro.

    Com objetivo de melhorar a qualidade de produção e elaborar um plano de negócio, foi realizado uma oficina em Taracúa em janeiro deste ano, que teve como palestrante  André Baniwa, um dos idealizadores e coordenadores do projeto Pimenta Baniwa, que também colaborou com o histórico da OIBI (Organização Indígena da Bacia do Içana), na qual ele é presidente atualmente.

    > Experiência de comercialização da Pimenta Baniwa é tema de intercâmbio na Oficina de Cerâmica em Taracúa, médio Uaupés. 

    Além de contribuir na sustentabilidade, a Amirt por meio desta iniciativa vem contribuindo na valorização e transmissão dos conhecimentos tradicionais relacionados aos processos e técnicas de produção de peças de cerâmicas para a nova geração.

     

  • Oficina sobre Direitos da Mulher reuniu mulheres indígenas de três municípios do Rio Negro

    Direitos da Mulher Indígena foi o assunto da Oficina em Santa Isabel do Rio Negro, realizado entre os dias 23 a 25 de Setembro de 2013

    Imagem

    A oficina

    Realizada pelo DMIRN (Departamento das Mulheres Indígenas do Rio Negro) da FOIRN em parceria e apoio da FUNAI- CCRN, a oficina teve como objetivo principal a Promoção em direitos indígenas da mulher e fortalecer a cidadania das moradoras dos municípios do Rio Negro.

    Mulheres de Iauaretê, Barcelos, São Gabriel da Cachoeira e de Santa Isabel tomaram conta do Auditório Salesiano entre os dias 23 a 25 de setembro. Entre elas estavam representantes dos Departamento de Mulheres da ASIBA (Associação Indígena de Barcelos), ACIMRN (Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro) e dos bairros de Santa Isabel participaram do encontro.

    Durante os três dias a programação foi recheada de palestras, debates e discussões em torno de problemas enfrentadas pelas mulheres indígenas nos três municípios e comunidades do Rio Negro.

    Os grupos de trabalhos foram orientados por perguntas norteadoras elaboradas com base nas palestras: Direitos da Mulher ( Profa Madalena Gama Bendaham – Secretária do Conselho Municipal de Direitos da Mulher/SGC); – Cultura Indígena como Direito (Higino Tenório – Liderança Tuyuka); Direitos Indígenas como Direitos Humanos (Benjamim Baniwa – Vice-Presidente da ASIBA); – e exposições dos Departamentos de Mulheres da FOIRN, ASIBA e ACIMRN.

    Elas (ainda) não conhecem seus direitos.

    Imagem

    Das mais de 50 mulheres vindos das mais diversas localidades, poucas conheciam seus direitos antes de participarem da oficina. Apesar do nível e formas de violência nas comunidades indígenas não serem os mesmos das cidades, foram elaboradas propostas de ações para que mulheres nas comunidades também conheçam e façam valer seus direitos.

    Segundo a Rosane Cruz, 23, Piratapuya, Coordenadora do Departamento de Mulheres Indígenas da Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), é fundamental que o movimento de mulheres construa estratégias de comunicação e informação para que as mulheres que ficam nas comunidades mais distantes das cidades também conheçam seus direitos. “Traduzir as leis, como a da Maria da Penha nas línguas indígenas pode ser uma forma de torná-la essa lei conhecida pelas mulheres indígenas nas comunidades. Como também exigir mais a presença e participação dos órgãos competentes na divulgação dessas leis”- diz.

    Mesmo nas cidades, as informações não chegam às casas. E é nesses espaços que vivem as mulheres indígenas que sofrem violência e discriminação das mais váriadas formas, segundo os levantamentos realizado pelos grupos de trabalho.

    Mulheres pedem mais atenção.

    Imagem

    Em três dias de oficina, com base nos resultados dos GTs, ficou bastante claro e preocupante a ausência do poder público e a falta de ações voltadas para o atendimento especializado à elas.

    Em carta elaborada ao final da oficina, deixam claro e exigem mais respeito e atenção: “Estudamos sobre como nós devemos proteger a integridade da mulher e como denunciar as violências que as mulheres sofrem. Debatemos sobre as melhores formas de comunicação entre nós para criarmos canais seguros de informação, proteção e segurança para mulheres”- descreve a carta. E ainda: “Diante dessas realidades exigimos que os Municípios e as Câmaras Municipais criem estruturas de atendimento dos direitos das mulheres: – Secretaria Municipal da Mulher; – Criação do Conselho; – Municipal dos Direitos da Mulher; – Delegacia Especializada para atendimento a Mulher; – Casa de Abrigo em casos de violência, ameaças, etc..”- finaliza a carta que será destinada aos prefeitos dos três municípios do Rio Negro (Barcelos, Santa Isabel e São Gabriel), com copias para as Câmaras Municipal.

    Os homens devem colaborar.

    Imagem

    As leis que tratam sobre direitos da mulher devem ser de conhecimentos de todos, não apenas mulheres, como foi lembrado e recomendado pelas participantes da oficina em Santa Isabel.

    Casos de violência veiculados diariamente pela imprensa contra mulheres são cometidos por maridos ou parceiros. “A mulher é sempre vista como algo a ser discriminada, violentada, temos que lutar para mudar isso”- disse uma das participantes da oficina.

    Para mudar isso, é importante que os homens (os que praticam essas atitudes) comecem a repensar e mudar sua maneira de ver e de tratar as mulheres. Afinal, os dois tem direitos iguais, que devem ser respeitados, e acima de tudo, cumpridos.